O acordo

1.4K 175 7
                                    


· Perspectiva de Gizelly

Assim que chegou à escola, Gizelly foi informada que a sr. Mc Gowan estava a sua espera, a aguardava na sala de reuniões. Ela havia chegado alguns minutos antes do horário marcado.

Antes de ir até seu encontro, Gizelly foi ao encontro do responsável do TI, que também já estava a sua espera. Após instrui-lo do que desejava o liberou para fazer o serviço e se dirigiu para a sala de reuniões.

Ao abrir a porta da sala, uma loira vestida elegantemente com seu terninho se levantou de uma das cadeiras da longa mesa da sala e andou em sua direção.

- Boa tarde! Você dever ser a sr. Bicalho. – Apressou-se a moça, estendendo sua mão em direção a Gizelly.

- Pode me chamar de Gizelly. – Disse ao apertar a mão oferecida em sinal de cumprimento, soltando logo em seguida. – Boa tarde!

- Sendo assim, Marcela. – Responde a loira oferecendo um sorriso para Gizelly. – Muito obrigada por ter aceitado o convide para esta reunião.

- Eu que agradeço por ter tido paciência e não ter desistido após duas remarcações. Vamos nos sentar. – disse Gizelly apontando para as cadeiras.

A sala de reuniões era um espaço claro, arejado e moderno. Com um ótimo sistema de refrigeração e equipamentos eletrônicos de última geração. Nas paredes da sala pode-se ver obras do artista plástico Siron Franco, e no outro extremo, um retrato a óleo de um homem com uma criança ao colo apoiados em um veículo. Sobre os armários baixos que contornam as paredes, é possível ver uma nostalgia. Fotos antigas mostram os primeiros anos da instituição Tomoeda.

Gizelly se sentou à cabeceira da mesa, enquanto Marcela à direita dela.

- Imagina. – Respondeu Marcela ao se sentar.

Após espalhar sobre a mesa os materiais que julgava necessário para sua apresentação, e ter entregado uma das pastas para Gizelly, Marcela continuou sua fala.

– O que me levou a convida-la para esta reunião, Gizelly... - Continuou Marcela, se ajeitando melhor na cadeira. – ...é que quero mesmo fechar esta parceira. Acredito que será de grande varia para ambas. Este projeto vai além do retorno financeiro, ele é um projeto social de extrema importância para mim.

Gizelly a observava falar em tom de empolgação, notou que os olhos da Marcela ganharam um brilho ao falar do projeto. Gizelly notou também a beleza da mulher.

- Tomei a liberdade de fazer uma pesquisa sobre o que está propondo, mas gostaria de ouvir o que tem a me dizer. – Disse Gizelly.

Com isto, Marcela começou a apresentação do seu projeto.

- Claro, entendo. O projeto tem como objetivo criar uma escola baseada nos princípios de Montessori, que acreditava que nosso intelecto e conhecimento de mundo têm seus inícios nos sentidos. Como seres humanos, somos sensoriais. Absorvendo nosso conhecimento sobre o mundo através da visão, audição, tato, olfato e paladar.

Enquanto falava, Marcela mostrava fotografias de crianças em atividades que se baseavam no que era dito por ela.

- Por meio dos nossos sentidos, coletamos as informações necessárias e estimulamos nosso desenvolvimento e criatividade. Os sentidos, sendo exploradores do mundo abrem o caminho para o conhecimento. No entanto, a percepção sensorial de um adulto é diferente da percepção sensorial de uma criança. De forma peculiar, as crianças têm uma sensibilidade especial para absorver as informações através de seus sentidos.

Gizelly olhava com atenção cada imagem posta em sua frente. Quanto mais a mulher fala, mais interessada Gizelly ficava. Tinha herdado a instituição do seu pai, onde ele havia iniciado o ensino secundário, ensino ministrado aos adolescentes com idades que podem ir dos 12 aos 18 anos.

Nunca havia trabalhado com a primeira infância, mas estava muito inclinada a aceitar a proposta oferecida por Marcela.

Gizelly permaneceu em silêncio, se atendo as imagens que eram entregues a ela enquanto prestada atenção a cada detalhe daquela reunião. Não quis interromper a fala de Marcela, que relatava com detalhes os benefícios e funcionalidades da educação que desejava tornar possível.

- A educação sensorial ajuda a desenvolver o intelecto da criança. Atividades sensoriais incluem o uso das mãos, dos sentidos e de ações espontânea da criança. Os materiais de Montessori para idades entre 2 e 6 anos, período em que o sistema nervoso está se desenvolvendo, são projetados para ajudar a mente da criança a adquirir as habilidades necessárias para o aprendizado intelectual posterior. A princípio idealizei uma escola experimental com uma quantidade seleta de alunos, assim podendo verificar a interação e desenvolvimento de cada com mais precisão. A sua empresa, além de colaborar financeiramente, entrará também com o peso do nome que possui. Trazendo credibilidade e visibilidade ao projeto.

- Confesso que estou bastante interessada e inclinada a fechar este acordo. Vejo que deseja dividir as ações em três, sendo duas de quarenta por cento enquanto a terceira possuirá apenas vinte por cento. – Gizelly diz quanto analisa o contrato.

- Sim. Existe uma terceira pessoa envolvida no projeto, porém ela não tem interesse em participar diretamente e nem possuir um poder sobre as decisões. Com isto desejou ter apernas uma pequena parte. – Explicou Marcela.

- E qual seria a participação desta terceira pessoa? – Perguntou Gizelly.

- Ela vem investindo em minhas pesquisas e apoiando o meu pequeno projeto. Ao informar sobre os meus planos de expandi-lo se comprometeu a continuar em parceria comigo. Porem como disse, ela não deseja interferir na gestão. E por este motivo ela também desejou não participar desta reunião. – Explicou Marcela, respondendo também à pergunta não feita de Gizelly.

Era vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora