Sonhos tempestuosos

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· Perspectiva de Rafaella

Os sonhos de Rafaella foram tempestuosos. Ou talvez ela estivesse sem conseguir abrir os olhos. Ela teve um sonho pavoroso em que ela estava em um hospital e Gizelly estava olhando para ela, o medo brilhando em seus olhos. E então Gizelly disse que ela teve uma overdose. Que ela tinha tomado drogas e tentado se matar!

No outro, tinha sonhado com um homem desconhecido que a levava para um lugar lindo, mais cheios de muralhas. Ele disse que ela tinha morrido. Que somente ela tinha o poder de escolha, se voltaria ou não para Gizelly.

Seu coração doía. Será que tudo aquilo era real? Será que Gizelly realmente achava que ela poderia fazer algo assim? E por que ela parecia não poder acordar para que aqueles sonhos horríveis fossem embora?

Ela queria Gizelly. Queria que ela a abraçasse e aliviasse a dor horrível no seu peito. Que lhe dissesse que ela nunca pensaria em algo tão terrível sobre ela.

Rafaella tentou abrir os olhos novamente e agitar o véu pesado que caía por cima dela. Doía. Deus, parecia como se alguém tivesse enfiado uma estaca na sua cabeça. Mas ela lutou, determinada a liberta-se da névoa ao seu redor.

Suas pálpebras lentamente se agitaram, cada piscadela batendo como um martelo. Ela arrastou as pálpebras para cima e, por um momento, o pânico total a tomou. Estava escuro e desconhecido e o cheiro era estéril. Como um... hospital.

Ela olhou freneticamente ao redor, tentando dar sentido aos seus arredores. Ela estava em uma cama estranha. Não era muito confortável. Um bip-bip ritmado soava alto em seu ouvido, fazendo-a estremecer.

- Gizelly?

Soou mais em pânico do que Rafaella gostaria, mas ela estava com medo e sozinha e queria Gizelly.

Em seguida, o movimento ao lado dela, alarmando-a em um sobressalto, e então, de repente, Gizelly estava pairando sobre ela, seus olhos se encheram de angústia e alívio.

- Rafaella, meu amor, você está acordada. Graças a Deus, você está acordada. – Disse Gizelly, com a voz entupida de emoção.

Parecia que ela estava chorando. Havia tanto alívio e preocupação embalados nessas palavras simples que Rafaella ficou surpresa e amis confusa do que nunca. O que tinha acontecido? O que estava errado?

Rafaella lambeu os lábios secos e engoliu. Sua língua era grossa e como serragem na sua boca.

- Eu tive um sonho horroroso. – Rafaella sussurrou. – O que há de errado comigo, Gizelly? Onde eu estou?

Gizelly deu um beijo em sua testa e ela podia sentir o tremor dela contra sua pele. Quase como se ela estivesse tentando desesperadamente manter a compostura. Então, Gizelly pegou a mão de Rafaella, apertando-a na sua. Foi então que Rafaella percebeu que havia uma intravenosa em seu braço.

- Você ficou muito doente, minha vida. Eu quase perdi você. Graças a Deus você voltou para mim.

Talvez não tivesse sido um sonho. Oh, Deus, isso significava que Gizelly poderia pensar que ela tinha tentado se matar? Pensou. Uma histeria lhe subiu a garganta e ela emitiu um som sufocado. Ela começou a tremer violentamente e Gizelly a envolveu em seus braços, segurando-a firmemente contra ela.

- Shhh, meu amor, vai ficar tudo bem agora.

- Eu não fiz isso, Gi. – Disse Rafaella, com veemência. – Por favor, você tem que acreditar em mim. Eu não tomei nada! Eu não faria isso!

Gizelly correu a mão por seu cabelo, e a balançou para frente e para trás em seus braços.

- Eu sei que você não fez, meu amor. Eu sei.

Rafaella ficou imóvel e, em seguida, se afastou para que ela pudesse ver seu rosto.

- Você sabe? – perguntou num tom baixo.

- Claro, Você disse que não, estão eu soube que você não tinha feito.

Rafaella caiu, ficando mole contra o travesseiro. Um alívio, doce e inebriante, correu por suas veias. Gizelly acreditava nela.

- Você acredita em mim. – ela sussurrou, o alívio a deixando tonta. Em seguida, Rafaella franziu a testa, fisgando os lábios de maneira confusa. – Mas como, então? Eu não entendo.

- De quanto você se lembra? – Gizelly perguntou gentilmente.

Rafaella franziu a testa e tentou se concentrar, mas sua cabeça doía muito.

- Eu não sei. Fui para minha casa vê Bianca. Harianny me ligou. Disse que ela estava de volta. Ela tinha sumido, eu cheguei a dá parte na delegacia. Mas aí ela voltou.

A mão de Gizelly se apertou ao redor dela.

- Eu estava tão furiosa com Bianca. Eu estava gritando com ela. Perguntando por que ela estava tão determinada a foder com as coisas. Ela disse que queria se despedir e quando eu perguntei para onde ela estava indo e que não poderia largar o tratamento no meio, ela apenas disse que estava indo embora.

Uma carranca escureceu o rosto de Gizelly.

- Ela me fez chocolate quente. Isso é tudo que eu me lembro. – Disse Rafaella baixinho.

- Está tudo bem, amor. Você vai ficar bem. Isso é o que importa. – Disse Gizelly.

Rafaella olhou para ela, enrolando a dor em seu peio. Lágrimas obstruíam a sua garganta e ela mal podia respirar.

- Bianca. – Rafaella sussurrou. – Ela fez isso, não fez?

Lagrimas deslizaram pelas bochechas de Rafaella e um soluço brotou em sua garganta.

Gizzelly parecia atormentada, seus olhos torturados enquanto ela olhava para Rafaella.

- Temo que sim, meu amor. Sinto muito.

Rafaella fechou os olhos.

- Por quê? – Quis saber.

Gizelly respirou fundo e acariciou sua bochecha, enxugando as suas lagrimas.

- Ela não queria te machucar, meu anjo. Ela é uma filha da puta, mas ela não queria te machucar. – Gizelly hesitou por um longo momento, seu rosto como uma máscara de arrependimento. – Ela queria se matar.

- O quê? – Rafaella perguntou com espanto.

A dor explodiu em seu peito. Não. Ela não faria isso. Mas, então as memórias passaram através de sua mente. Bianca tão calma e resignada. Dizendo para ela que estava indo embora e quando ela perguntou, ela simplesmente disse "embora".

- Por que ela faria uma coisa dessas? – Quis saber.

Gizelly balançou sua cabeça.

- Eu não tenho uma resposta para isso, meu anjo. Desculpa. Eu não sei no que ela estava pensando. Eu mesma queria estrangulá-la por isso. Eu quis matá-la pelo que ela fez com você. Você quase morreu. Você morreu. Graças a Deus eles conseguiram te trazer de volta. Eu nunca vou Bianca por isso.

Rafaella ficou em silêncio, tristeza sobrecarregando-a. Desta vez, Bianca tinha ido longe demais. Gizelly nunca iria perdoá-la e ela não tinha certeza se poderia também. Bianca cruzou uma linha da qual nunca mais poderia voltar. 

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Aleluia, arrepiei!! Conseguimos passar por essa provação. A boazuda está de volta entre os vivos. 

Espero que mamem nessa atualização em dias seguidos. Vocês merecem. Beijos e queijos e até breve ;*

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