Prece silenciosa

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· Pesperctiva de Rafaella

Assim que desce do carro de Gizelly, Rafaella começar a pensar em como será a conversa que terá com Bianca. Como contar que está indo morar com alguém que entrou em sua vida a menos de dois meses. Contar que a deixará sobre os cuidados de uma estranha.

Rafaella fazia uma prece silenciosa, pedindo para que tudo se resolvesse sem discursão, sem desentendimentos. Que conseguisse ter uma conversa limpa e tranquila com Bianca.

Tinha passado as ultimas horas no paraíso, em momentos que julgava além do agradável. Tudo o que ela não queria era acabar com a magia do momento tendo problemas com Bianca.

Assim que passou pela porta da entrada se deparou com Bianca em pé, usando uma muleta para se equilibrar.

- Eu já estava prestes a acionar a policia. Eu tentei entrar em contato com você a noite inteira, você não me respondia e isto só fez com que eu ficasse ainda mais preocupada. Se eu não estivesse neste estado já estaria nas ruas atrás de você ou do que sobrasse de você. Não poderia ao menos dizer que estava na casa daquelazinha? Eu me preocupo cm você Rafaella, ao menos você deveria ter um pouco de consideração comigo, com o meu estado. Você sumiu e nem ao menos me deu noticias.

Surpreendida com o ataque de histeria de Bianca, Rafaella só conseguiu fechar a porta atrás de si e começar andar em direção ao seu quarto, a deixando para trás, falando sozinha.

Sentiu que suas preces não foram o suficiente, o que menos desejava acontecer tinha se tornado realidade.

Ela não queria transformar aquilo em algo pior e resolveu focar suas energias em organizar sua vida em uma mala. Precisava organizar os seus pertences de maior precisão para levar para a casa de Gizelly.

Ao chegar em seu quarto foi direto pegar uma de suas malas, depois de encontra-la a depositou sobre sua cama.

Bianca que andava com dificuldades, conseguiu chegar ao quarto de Rafaella no mesmo instante em que ela colocava a mala em cima da cama.

- Para quer essa mala? – Perguntou assim que avistou.

Rafaella não a respondeu, continuou a se movimentar pelo seu quarto, pegando roupas e depositando dentro da mala. Ela ignorava a presença de Bianca ali.

- Você irá viajar ? – Pergunta, agora indo sentar ao lado da mala.

Rafaella continuava a preparar sua bagagem sem dar atenção para Bianca.

- Serio que você irá ficar me ignorando Rafaella? Este seu comportamento não estar certo. Você some, me deixa sozinha e sem saber noticias suas. Quando aparece não me diz nada, ainda por cima está indo não sei para onde. Onde fica a consideração e carinho que você disse que tinha por mim? Para você tudo o que vivemos é um nada, não é? Mesmo eu estando assim, toda ferrada por sua culpa você não se importa comigo. Não se importa se estou bem ou não.

Ao ouvir as ultimas frases, Rafaella que depositava um vestido junto com a pilha de roupa na mala parar e encara Bianca.

Ela respira e tenta se acalmar diante das acusações que Bianca acabara de jogar sore ela. Sendo a mais dolorosa delas, a que a culpava pelo acidente.

Rafaella sentia culpa de ter acontecido este acidente com Bianca, ainda mais por ela esta na cidade por sua causa. E o fato de Rafaella ter saído quase sem nenhum arranhão não ajudou em nada em seu sentimento de culpa. Porém Bianca usar isto para lhe machucar só fez com que ela sentisse uma raiva crescente dentro de si.

Ela sentia que isto era baixo, muito baixo. Por mais que Bianca já mostrasse o seu lado ruim, ela não esperava por mais esse. Usar algo que sabia que causaria dor e culpa. Rafaella tinha confiado nela ao falar sobre seus sentimentos, sobre como estava se sentindo em relação ao acidente. E agora ela usava o que sabia para feri-la.

- Peço que saia do meu quarto para não tornar isso pior. Eu realmente não quero começar uma discursão com você, então peço que se retire do meu quarto. – Disse Rafaella, a encarando e usando todas as suas forças para conter o tom de sua voz e não deixar transparecer o quanto aquelas palavras a afetou.

- O caralho que eu vou sair. Você me deve explicações...

Rafaella a interrompe.

- Explicações? Eu não te devo nada. Você ferrou com nossas vidas, você me traiu, mentiu. Foi pra cama com minha melhor amiga. Mesmo depois de tudo, quando você apareceu em minha porta não te neguei abrigo. O acidente não foi minha culpa. Por mais que eu me sinta culpada, e isto é errado, eu não te devo nada. Eu cuidei de você, eu venho te dando todo o apoio possível. Então não venha com essa de que eu lhe devo. Não lhe devo explicações, não lhe devo satisfação do que faço ou não da minha vida. O fato de você ainda esta nela não quer dizer nada além de quer eu não sou como você. Eu poderia muito bem virar as coisas para você, mas isso não é de mim. Você precisou e eu estive aqui para você, mas isto não quer dizer que você voltou para minha vida como antes. Então vamos deixar as coisas bem claras aqui. – Disse Rafaella sem expressar qualquer emoção, num tom que chegava soar indiferente. – Você vai sair do meu quarto agora e esta conversa chegou ao fim.

Bianca continuou onde estava a encarando em sinal de confusão.

- Desculpa, eu me excedi, você não me deve nada, pelo contrario. Mas preço que entenda que estou nervosa depois da noite em claro preocupada com você. Eu sei que você não me deve explicações. Me desculpe pelas bobagens que acabei de dizer, mas eu amo você e não suportaria se algo acontecesse contigo. Eu entrei em desespero, Baby. Eu pensei até que tinha acontecido o pior com você. Quando eu vi o carro parar na porta da casa, pensei que seria alguém vindo me dá noticias sobre você. Quando vi você descendo do carro, você não imagina ao alivio que sentir em ver que você esta bem. Eu sei que você está cansada de mim, mas eu te amo e me preocupo muito contigo. – Disse Bianca num tom frágil, com uma voz que soava como se ela estivesse prestes a chorar.

Rafaella em um gesto exasperado, passa as mãos pelos cabelos. Ela lutava para manter a cabeça fria e lidar com essa situação de forma racional. Estava lutando com todas as forças para não perder a cabeça com Bianca, ela queria que aquilo não se transformasse em uma bola de neve. Queria poder fazer as coisas de uma forma leve e simples. Arrumar suas coisas, conversar amigavelmente com Bianca sobre sua ida para a casa de Gizelly e a convencesse que ficaria bem sobre os cuidados de uma enfermeira que estaria chegando dali a 20 minutos, conforme Gizelly a tinha informado.

Ela sabia que um confronto com Bianca não iria ajudar em nada, só iria tornar as coisas ainda mais complicadas e difíceis. 

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