· Perspectiva de Rafaella
Após um final de semana maravilhoso ao lado da amada, Rafaella se sentiu ainda mais determinada quando voltaram a tomar as rédeas de suas respectivas rotinas na segunda-feira. Seu retorno a escola a encheu de energia, mesmo tendo passado uma semana longe, sentia como se estivesse um tempo maior afastada do que amava fazer. Os dias correram em total harmonia e fácil adaptação para ambas.
Elas conseguiram criar uma atmosfera leve, havia se passado três semanas após o final de semana mágico que teve ao lado de GIzelly. Entre o trabalho e a adaptação a nova moradia, Rafaella tentava não pensar no que Bianca tinha feito para prejudicar sua relação com Gizelly. Ela tinha seguido o conselho da amada e decidiu por não confrontar Bianca pelos atos cometidos.
Bianca por sua vez, se manteve o mais distante possível, os poucos momentos de interação entre as duas, era sobre o relato referente o avanço que vinha conquistando em direção a sua total recuperação.
Por mais que Rafaella quisesse colocar as cartas na mesa, e falar tudo o que sentiu quando soube do que Bianca foi capaz de fazer, sentia uma grande tristeza por sua relação com ela ter chegado a este nível. Sentia raiva por ela ter tido a coragem de mais uma vez quebrar sua confiança. Rafaella acreditava que poderia manter uma relação de amizade saudável com ela, que poderia continuar sendo alguém em que ela poderia contar. Por tudo o que elas passaram, por toda a historia de graditão envolvida, sentiu-se culpada por nutrir uma falsa esperança sobre Bianca.
Rafaella recordou de como foi difícil estar ao lado de Bianca quando a mesma perdeu os pais num trágico acidente, elas tinha começado a se relacionar não tinha mais do que uma semana. Bianca era filha única, seus pais eram as únicas pessoas de ligação sanguínea que conhecia. Rafaella lembrou das vezes que tentou saber um pouco mais sobre a família dela, e em resposta escutava sempre a mesma resposta. Bianca não os conhecia, seus pais sempre evitavam falar sobre. Em menos de um pouco mais de um mês juntas, resolveram que seria uma boa ideia morar juntas. Dois meses após, Rafaella foi quem precisou do apoio de Bianca quando perdeu sua avó tão querida. A relação com Bianca era algo de cuidado, ela queria ser sua familia. Queria estar sempre ao seu lado, sempre. Tinham passado por altos e baixos juntas, mesmo em um curto tempo juntas.
Quando descobriu sua traição sentiu toda aquela ligação se ruir, sentiu como se tivesse perdido seu ponto de apoio. Rafaella já tinha se decepcionado com algumas garotas, mas até aquele momento, nada se compara. Mesmo depois de tudo, ainda assim tinha aceitado que ela entrasse novamente em sua casa, mesmo depois de ter fugido da sua antiga cidade para uma nova oportunidade de recomeçar, deixou que seu passado entrar-se quando se deparou com ele em sua porta segurando uma mochila. Mesmo depois de ter se decepcionado com Bianca, ela a deixou voltar para a sua vida. E agora, mais uma vez, Bianca tinha lhe mostrado que não merecia seu voto de confiança.
Por mais que estivesse lutando contra seus instintos, Rafaella sabia que estava fazendo a escolha certa ao se afastar. Ela não pretendia da uma terceira oportunidade para Bianca, ela já tinha abusado demais da sua bondade.
A ultima turma já tinha sido liberada 20 minutos trás, mas Rafaella permaneceu em sala perdida em pensamentos. Repassando toda sua trajetória até ali quando foi surpreendida por Gizelly, que a encarava apoiada no batente da porta da entrada da sala.
Gizelly estava com os braços cruzados um pouco abaixo dos seios, o que faziam com que eles se projeta-sem ainda mais, aumentando o volume contra a sua blusa.
- Pago quanto você quiser pelos seus pensamentos. – Disse Gizelly, ainda parada apoiada no batente.
Rafaella a encarou, deixando que seus pensamentos tempestuosos se dissiparam antes de se levantar e caminhar em sua direção.
- Não vale a pena pagar por eles. Não são importantes, não mais. – Disse Rafaella, quando se aproximou de Gizelly.
- Tudo o que diz respeito a você é importante, meu anjo. – Respondeu Gizelly, fazendo Rafaella corar.
Só naquele momento Rafaella notou que a escola estava quase em um silêncio absoluto, exceto pelos burburinhos que ecoavam distante.
- Perdi a noção do tempo. – Admitiu por fim.
- Vim ver o que aconteceu com o meu anjo. Você sabe quando assunto é você, me torno uma pessoa muito impaciente. Não vejo a hora de irmos para casa e eu finalmente poder te beijar. – Disse Gizelly num tom rouco de excitação.
- Sempre tem seu escritório para matar a vontade durante as escapadas no horário de trabalho. – Disse Rafaella, enquanto percorria o braço, ainda cruzado, de Gizelly, a provocando.
Sem se mover Gizelly respondeu a provocação.
- Você adorou o que rolou em meu escritório. Está lá te causa uma baita excitação.
Ela não tinha feito uma pergunta, mas sim uma afirmação. Mesmo assim Rafaella respondeu como se fosse.
- Sim, me causa excitação. Mesmo sabendo que é muito errado e inapropriado, mas quando estou do seu lado, meio que perco o controle. – Disse Rafaella, num tom aveludado.
Gizelly ainda permanecia parada apoiada no batente com Rafaella acariciando levemente o seu braço. O único contato entre as duas, mas capaz de provocar uma grande descarga eletrica. Aquele simples toque estava carregado de um sentimento imenso, que as duas compartilhavam.
- Eu adoro quando você saber que sou capaz de te fazer perder o controle. Ainda mais, quando eu mesmo não consigo manter o meu. Você precisa de mais um tempo para podermos finalmente ir para o nosso apartamento? – Disse Gizelly.
Por mais que Rafaella estivesse amando estar morando com Gizelly, ainda não se sentia vontade para considerar como seu o apartamento. A proposta tinha sido para algo temporario, ainda desejava voltar para a sua casa assim que Bianca estivesse melhor e pudesse ir embora.
As coisas com Gizelly estão indo as mil maravilhas, mas tornar a estadia algo permanente não estava nos planos de Rafaella. Para ela, passar por cima das etapas seria um erro, erro que já tinha cometido. Não que achasse que o existia com Bianca se compara ao que tinha com Gizelly, mas queria fazer as coisas com mais calma.
O namoro era parte da etapa de conhecimento e adaptação, onde duas pessoas aos poucos iam se conhecendo e descobrindo coisas em comum, ou não. Cada um em seu espaço, permitindo momentos de saudade quando estivessem distantes. Elas não tinham passado por isto, mal começaram a namorar e já estavam morando juntas. Rafaella tinha medo que isso acabasse sendo o motivo, mais a frente, de um possível rompimento ou frustração.
- Só preciso de um minutos para arrumar as minhas coisas e podemos ir. – Respondeu.
- Tudo bem, também preciso voltar ao escritório. Esqueci alguns papéis importantes para o encontro que terei amanhã. Queria passar o sábado inteiro na cama com você, sem me preocupar com o mundo, mas infelizmente tenho que comparecer a uma reunião amanhã. O lançamento ao público do projeto está próximo, então preciso agilizar. – Disse Gizelly. Ao terminar de falar pegou a mão de Rafaella, que estava acariciando o seu braço, e levou até a boca, depositando um beijo.
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Era você
Fiksi PenggemarUma romântica incurável que não consegue manter um relacionamento, mas que sonha muito viver um clichê digno dos livros de Jane Austen. Uma Solteira convicta, em quer sua felicidade estar em não manter laços afetivos com suas companheiras de cama. ...