Órion

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· Perspectiva de Gizelly

Gizelly voltou sua atenção novamente para o rosto de Rafaella, que ainda permanecia admirando o céu. Ao ouvir sobre a lenda de Órion, foi inevitável que Gizelly associasse a descrição a atual situação.

Com exceção da parte do assassinato, poderia ser tranquilamente a descrição do seu relacionamento com Rafaella. Uma história de amor e inveja. Gizelly ainda achava que o assunto Bianca não tinha chegado ao fim, e que o que ela sentia poderia facilmente caracterizado como inveja, para não usar descrição pior.

Em relação ao amor, a cada momento passado ao lado de Rafaella, sabia que mais cedo ou mais tarde seria algo inevitável. Se é que já não se amavam.

-Órion era um gigante que ganhou de seu pai Poseidon, o poder de andar pelas profundezas do mar e por sua superfície. Órion era um excelente caçador, e ao se apaixonar por Mérope, a filha de um rei. Para ter direito a sua mão, ele foi desafiado pelo pai da moça a se livrar das feras que ocupavam a ilha. Mesmo depois de cumprir com a palavra, O pai da moça não cumpriu a sua promessa e negou sua filha a Órion. – Continuou Rafaella.

Gizelly escutava cada palavra com bastante atenção e admiração.

- Após ter a mão da amada negada, Órion se embebedou e depois foi ate ela a violentando. O pai furioso, pediu ajuda a Dionísio, que embebedou novamente Órion, fazendo com que o pai da moça aproveitasse de sua embriaguez para furar os seus olhos. Cego, ele foi até o deus Hefesto, que o orientou a ir até a morada do Sol. Quando ele chegou lá conseguiu restabelecer a sua visão ao entrar em contato com os raios solares. Quando conseguir ter sua visão novamente, Órion passou a viver com Ártenus, a deusa da caça, de quem ele se tornou o favorito. Eles viviam juntos, o que causou ciúme em Apolo. Para se livrar de Órion, ele ordenou que um escorpião o atacasse. Ao perceber que não iria conseguir matar o animal, Órion fugiu pelo mar. Ao saber da fuga, Apolo criou uma artimanha: chamou sua irmã Ártemis e a desafiou a acertar o ponto negro que se deslocava pelas águas. Ártemis, não sabendo que se travava de Órion, acertou sua cabeça com um dardo o matando. Ao perceber que era Órion, Ártemis o colocou entre as estrelas, junto a seu cão, Sirius. Órion se tornou uma constelação, aparecendo com seu cinto, uma espada, a pele de um leão e uma clava. Sirius, seu cão, também o acompanha no céu. As Três Marias são o centro da constelação e fazem parte do cinturão.

- Algumas coisas não mudam. Isto mostra até onde pode levar o fato de não aceitarmos que certas pessoas não irão fazer parte da nossa vida, não importa quantas feras matamos. Assim como o ciúme é capaz de levar a morte. Corações partidos, vidas perdidas. – Disse Gizelly por fim, fazendo uma reflexão.

Elas voltaram a ficar em silêncio, apreciando a linda visão das estrelas que aquele lugar proporcionava.

Na manhã seguinte, o Sol já estava alto quando Rafaella foi acordada pelo barulho dos passarinhos e os beijos delicados que Gizelly distribuía pelo seu corpo. Ela tinha aberto as cortinas, permitindo a entrada da claridade do dia.

- Acorda, meu anjo. Se você continuar dormindo, não vamos conseguir fazer o tour pelo local. Não que eu esteja reclamando de ficar aqui, trancada com você mais uma vez, mas pensei que talvez você gostasse de sair um pouco. – Disse Gizelly, num tom suave ainda distribuindo beijos.

Rafaella sorriu e espreguiçou-se. Ela puxou Gizelly em um braço, depois se aconchegou em seus braços.

- Sair em um passeio em cima de um cavalo para ver de perto a beleza do local, ou ficar dentro de um quarto com uma mulher incrivelmente gostosa e correr o risco de fazer amor o dia inteiro? É, decisão difícil está. – Disse Rafaella, com a voz rouca.

- Posso te proporcionar o melhor das duas opções. Podemos aproveitar algumas horas aqui, a sós, e depois fazer um passeio um pouco mais curto, assim podemos também podemos tirar um tempo para descansar do passeio a cavalo. – Gizelly roçava seu corpo contra o de Rafaella quanto falava.

Era o ultimo dia delas naquele local. Logo estariam de volta aos problemas que haviam deixados para trás. GIzelly teria que lidar com o projeto que estava iniciando com Marcela e Luiza. Elas já tinham assinado o contrato na sexta a tarde. A divulgação do projeto para a mídia, seria realizado dali a cinco semanas, ou seja, estaria mais uma vez de frente a Luiza. Também seria o primeiro evento que estaria na companhia de Rafaella, será a primeira vez que permitira que sua vida pessoal se misture com a profissional, tinha a consciência que a mídia não iria deixar passar despercebido o fato dela está mais uma vez ao lado de uma mulher. A ida ao restaurante de mão dadas com Rafaella foi o suficiente para o começo das especulações sobre o envolvimento delas.

Teria que trabalhar para nada dá errado, qualquer passo em falso seria uma exposição indesejada para o relacionamento, já cheio de conturbações, delas. A apreensão de que Bianca, ex inconformada de Rafaella, fizesse algo contra elas mais uma vez, deixava Gizelly com seu sentido alerta ligado. O fato de que Luiza estaria no evento, e a lembrança de como ela agiu na presença de Rafaella deixava Gizelly ainda mais ansiosa e apreensiva.

- Então neste caso, eu não tenho do que reclamar. – Disse Rafaella, entrando em sincronia com os movimentos de Gizelly.

Rafaella agarrou os cabelos de Gizelly. Gizelly se sentia desequilibrada. Demasiada vulnerável perante aquela mulher. Até mesmo o ligeiro toque dos dedos contra o couro cabeludo lhe provocava sensações elétricas, cheias de uma inexplicável adrenalina. Tinha de se esforçar para controlar que as chamas lhe abrasassem o corpo. O aroma de Rafaella estava a matando. Sentia uma necessidade dela absurda.

Um tremo percorreu todo o seu corpo, seguido por um desejo tão grande e poderoso que o mundo pareceu perder o seu eixo. Nenhum beijo a tinha provocado aquelas sensações. Sentiu que o fogo percorria por suas veias. Queria não necessitar tanto daquela mulher. No entanto, assim era.

A conexão que ela tinha com Rafaella a embriagava, o toque dos seus sensuais lábios fascinava para além de todas as medidas. Sentia-se débil peço desejo. Nunca tinha desejado algo tanto como desejava Rafaella.

Gizelly voltou a beija-la, começou tranquila, colocando suavemente os lábios sobre os dela com uma ligeira caricia. De repente, aquela simples caricia transformou-se numa fusão erótica dos corpos. Gizelly a apertou com força. As bocas de ambas separaram -se, devorando-se mutuamente em uníssono.

Gizelly grunhiu ao sentir que os lábios de Rafaella se abriam para ela. Então introduziu a língua na boca, procurando avidamente a dela. O suave gemido que ela emitiu ecoou na garganta de Gizelly enquanto ela, avidamente, lhe lambia os lábios.

Depois de aprofundar o beijo, ela deslizou as palmas das mãos pelas costas de Rafaella, moldando o corpo dela contra o seu. 

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Sei que dei uma demorada para atualizar, para me redimir trouxe um capitulo extra para vocês. 

Espero que mamem. 

Não deixem de votar e comentar. Beijos e queijos ;*

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