Apenas diga sim.

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· Perspectiva de Rafaella

Rafaella ficou confusa, não entendia aonde Gizelly queria chegar com esse "tal pedido". Se não era uma condição, o que seria a final? As perguntas começaram a se acumular em sua cabeça de uma forma tão avassaladora que por um momento ela se desprendeu da realidade, e foi sugada para a confusão dos seus piores temores.

Gizelly permanecia em silêncio, aguardando a resposta da pergunta a qual tinha feito. A ansiedade pela resposta era notável em seu rosto, mas mesmo assim esperou pela resposta de Rafaella.

Ela tinha medo do que isso iria significar, tinha medo das mudanças que acarretariam a sua decisão. O receio de acabar dando tudo errado era o que mais gritava em seus pensamentos. Rafaella sentia que estava entrando em pânico com medo da própria resposta.

- O que me diz? Preciso saber qual é a sua resposta. – Fala Gizelly, incentivando Rafaella a dar sua resposta.

Vendo que ela permanece em silêncio continua.

- O que eu estou pedindo a você pode parecer um passo muito grande, mas as melhores coisas são realizada quando conseguimos ter uma visão a frente. Entendo que você ainda confie nela, que vocês tenham uma historia juntas, respeito isto. Sei que o que estou pedindo soa como algo precipitado, mas não é. Eu não vejo outra alternativa para conseguimos a paz e espaço que precisamos a não ser esta. Precisamos ter a possibilidade de nos conhecer, de ter um começo de relacionamento tranquilo e fora do alcance de pessoas determinadas a atrapalhar. – Disse Gizelly num tom controlado.

Neste momento Rafaella voltou toda sua atenção para o que era dito por ela, ouviu cada palavra atentamente. Gizelly havia lhe pedido para morar com ela. Aqui, neste apartamento que mal conhece. Nem elas mesmo se conheciam o suficiente para dar este passo, pensou Rafaella.

- Eu não sei o que te responder. Tenho medo de onde isto irá nos levar. – Disse Rafaella, finalmente quebrando o seu silêncio, num tom fraco.

- Estou pedindo que venha ficar comigo, pelo menos enquanto sua ex estiver hospedada em sua casa. Garanto que ela receberá toda a atenção necessária, irei contratar uma enfermeira para que possa ajuda-la em sua recuperação. Você estando aqui ficarei mais tranquila. Tenho todos os motivos para acreditar que ela tentará algo quando souber que estamos justas novamente. Não estou pedindo para que corte relações com ela, até porque isto não cabe a mim. Eu não posso decidir com quem você deve ou não se relacionar, mas preciso que entenda o que estou propondo. Será algo temporário, você não precisa se preocupar. – Tentou tranquilizar Gizelly.

As feridas do passado ainda estão abertas, Rafaella estava com medo de se jogar de cabeça em algo que não sabia aonde iria leva-la. Morar com alguém, mesmo que temporariamente, era um passo muito grande. Você iria ter que aprender a conviver com a rotina de uma outra pessoa, invadir sua intimidade e vice versa. Era uma jogada muito arriscada para um relacionamento tão novo. Por mais que já tenham ultrapassado varias linhas, esta ela não sabia se estava disposta a romper.

- Venha morar comigo. – Disse Gizelly novamente quando Rafaella permanece em silêncio, olhando para ela em choque mudo. – Vai ser bom, você sabe disto. Eu cuidarei de toda a logistica da sua vinda para cá. Tudo o que você tem a fazer é dizer sim. – Ao falar, Gizelly coloca a palma da sua mão sobre a mandíbula enquanto se aproxima ainda mais de Rafaella para beijá-la.

Sua intenção era que fosse um beijo leve e casual, algo doce, mas no momento em que os seus lábios se tocaram, uma fome violenta tomou conta de ambas. Gizelly preciona seu corpo contra o de Rafaella, fazendo com que ela apoiasse suas costa no encosto da poltrona.

Gizelly colocou um dos joelhos na lateral da poltrona, usando o pequeno espaço para se apoiar, enquanto colocava uma mão no encosto e o outro ainda repousado na mandíbula de Rafaella.

O corpo de Rafaella responde rapidamente ao contato, sua excitação começa a latejar em seu sexo. Ela tenta encurtar ainda mais a distancia entre os corpos, mas para sua surpresa Gizelly dá um salto e se afastar abruptamente.

- Ainda não, quero isso tanto quanto você, mas preciso que você me dê uma resposta. – Disse Gizelly ao se afastar.

A respiração de Rafaella estava alterada, sua excitação ainda gritava implorando por mais. Ela queria mais, precisava de muito mais daqueles toques. Queria sentir aos mãos de Gizelly passearem pelo seu corpo e ter sua satisfação negada a deixou de mal humor, o que não durou muito tempo, pois ao perceber o biquinho que ela tinha adotado Gizelly caiu na gargalhando.

Rafaella tentava não cair no riso junto com Gizelly, mas estava se tornando algo difícil porque ela continuava rindo, e isto fez com que a frustração que Rafaella sentia se dissipasse.

- Tudo bem, eu aceito. – Disse ela.

No mesmo instante o ataque de risos de Gizelly sessou, ela ficou seria e se aproximou novamente de Rafaella. Gizelly a puxou em um abraço.

- É o que eu entendi? – Pergunta com a boca próxima ao ouvido de Rafaella, em um quase sussurro.

- Sim. Eu aceito vim morar contigo...- Ao dizer essas palavras, Gizelly a interrompeu em uma tentativa fracassada de pega-la em seus braços e rodopiar.

Por Rafaella ser um pouco maior que ela, fez com que Gizelly perdesse o equilíbrio e as duas acabaram indo parar no chão.

O silêncio tomou conta por um pouco mas de dois segundo, logo sendo rompido pela barulho das risadas de ambas.

Ainda abraçadas, riam com toda alegria deitadas no chão do escritório de Gizelly.

- Você realmente aceitou? – Pergunta mais uma vez Gizelly, ainda não acreditando na resposta. – Não está de brincadeira, não é?

Rafaella aperta ainda mais o abraço ao falar.

- Agora será eu e você sobre o mesmo teto, por algum tempo é claro. – Disse voltando a rir.

O brilho nos olhos de Rafaella combinava perfeitamente com a magia daquele momento. Ela sentia que a felicidade finalmente a tinha encontrado, sentia que toda a dor e sofrimento estavam com seus dias contados. Não que o fato de dizer sim ao pedido seria o motivo disto, não, ela não acreditava nisto. O sentimento estava relacionado ao que ela e Gizelly possua. Agora, mais do que nunca, ela sentia que poderia ser feliz ao lado de alguém, e este alguém estava agora deitada no chão ao seu lado sorrindo radiantemente a olhando nos olhos. 

Era vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora