clichê 5#

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Chegou a prefeitura.

Era um lugar grande com uma imensa escadaria clichê e digna de um filme adolescente? Não lembrava se sim.
Você segurou forte sua alça da mochila simples e subiu cada degrau com uma ansiedade angustiante e amedrontadora.

- Oi, eu poderia falar com o prefeito? - Perguntou apertando mais a alça, tinha que se controlar, estava tão perto.

- Qual seu nome? - Perguntou uma morena que digitava em seu computador.

- S/n s/s. - Respondeu, olhando ao redor.

Não era nem um pouco simples. Haviam até quadros de momentos com pessoas da cidade que nunca vira e até prefeitos anteriores e isso deixava um pouco amedrontador o fato de poderia ser uma realidade alternativa, mas não feita especificamente pra você.

- Bem, s/n. O prefeito tem um horário pra amanhã bem cedinho. Quer agendar?

- Não tem como ser agora? Eu estou precisando muito. - Insistiu apertando a mesa agora. - Somos amigos.

- Como? Você parece bem mais jovem que ele.

- É ele é velho mesmo. Mas, conheço ele a uns anos. Me deixe entrar, juro que não vai demorar.

- Sinto muito, mas amanhã terá uma hora pra isso, acho que deveria insistir em vir amanhã com esse horário. - Sorriu com uma cara irritante.

- Okay. - Bufou, pressionando os lábios. - Obrigada, amanhã estarei aqui.

- Marcado. Obrigada.

- Por nada. - Sorriu falsamente e saiu de lá decepcionada.

Mas, agora tinha uma dúvida desde que virá os quadros em sua casinha, e tiraria a limpo.

°°°°°°°°


Era intervalo das aulas na faculdade e se alguns alunos estavam deitados no gramado diante o sol da manhã, e outros liam ou mexiam no celular, normalmente seria assim em um cenário de faculdade.

Você estava destinada a ver Dean, conversar sobre as fotos tão carinhosas que tinham em sua casa, obviamente tinha alguma coisa que ele resolveu apagar e uma você dessa realidade também.

- S/n! Você veio, está bem atrasada. - A voz de Charlie a fez sorrir, mas não poderia parar.

- Preciso falar com Dean, é urgente. Te conto depois. - Suspirou, meio estressada. - Onde ele está?

Ela estreitou os olhos mas deu de ombros, olhando para os lados.

- Campo de futebol, ele treina durante os intervalos. - Contou.

- Valeu. - Acenou indo em direção a saída para o campo. 

Enquanto andava rápidamente pelo corredor meio cheio de alunos encostados nos armários, sua ansiedade aumentava. Dean era seu quase inimigo na outra realidade, ele nunca era tão legal com você, até era mais sarcástico e você devolvia da mesma forma, e agora saber que poderiam ter terminado assim em diversas realidades, era meio.... Decepcionante.

Seu ódio era de vários mundos. Literalmente.

- Olha, senão é a ex popular da faculdade. - A voz de lúcifer a fez congelar e parar.

Como? Você não era nova ali?

- O que? - Questionou se virando para o garoto que escorado no armário, fumava. Bad boy.

- As pessoas aqui, elas tendem a esquecer as merdas dos outros facilmente. Acha que porquê ninguém te trata mal ou fala sobre isso, esqueceram? Nunca.

- Do que está falando?

- Não se faça de tonta. Ano passado não foi tão esquecível.

Você sabia que ele não diria nada, mas agora era estranho. Achava que era nova na faculdade, mas na verdade algumas pessoas eram, você de fato não. Só... Haviam ignorado sua existência por completo, então, as coisas foram tão ruins?

- Cale a boca, Lucy. - Bufou, indo novamente para a porta onde levava ao campo.

- Até mais, surtada.

Você ignorou as palavras e foi até Dean, o acharia de qualquer jeito.

•••••••

- S/n!? Que faz aqui?

Achou Dean, ele estava deitado após um treino, e seus amigos estavam indo para o vestuário.

- Vim entender as merdas que fizemos ano passado. - Bufou. O vendo de baixo. - fala.

Ele estava meio surpreso, talvez seu contato não fosse tão normal, mas acabou não se mexendo, ainda encarava seus olhos, enquanto estava deitado.

- Você sabe da história. E até pediu para que todos se calassem, inclusive eu.

- Me diga, o que você acha que aconteceu?

- Você surtou. Eu e você, éramos um casal lindo. Estávamos iniciando cursos diferentes mas felizes. Até começar. - Suspirou.

- Começar?

- Você me disse que estava vendo algumas coisas que não pareciam daqui. Visões e momentos e estava tendo até insônia e dias péssimos. Você era popular em pouco tempo aqui, mas os surtos deixaram tão cansada que acabou de afastando, e em um intervalo, você foi até o refeitório e surtou.

- Como?

- Gritou que éramos um reflexo de algo maior e real. Você disse que tinha uma outra você, e que outro eu, que aliás ficava com todas as vadias de bar. Sam, você mal falava com ele, mas disse que ele era mais confiante e melhor. Gritou feito louca que éramos uma simulação e que a você de lá, era real e que todos íamos sumir.

Seus olhos estavam arregalados. Sabia agora. Não era Gabriel por trás disso, não mesmo. Era uma realidade com consciência mesmo e talvez pessoas que estavam assustadas, e a sua eu dali, deveria ter a visto em seus momentos de vida, por isso, você estava mal e cansada com dores e vislumbres.

Estavam conectadas.

- Você surtou, e saiu da escola o ano passado todo. Terminamos e nunca mais nos falamos, e esse ano você me volta e parece até mais amarga mas bem. Nem quis conversar sobre o que aconteceu na clínica. - Deu de ombros.

Estava com medo. Já que estava ali e sua outra você podia estar lá e sabia como eram as coisas, tinha visto e tinha medo de que ela morresse, não sabia se haviam conexões tão fortes já que ambas tinham uma mentalmente.

Se ela morresse essa realidade acabava? Você sumia?

- Dean... É meio complexo. Mas ela estava certa.

Ele se levantou do gramado rindo, mexendo em seus cabelos molhados de suor.

- Que? Você está surtando de novo? Quer que eu....

- não. Eu não sou sua s/n. Sou a s/n que ela viu. Trocamos de lugar e ela está em perigo, porque lá onde moro, tem muita coisa rolando agora.

Ele pareceu confuso, mas algo fazia sentindo pra ele, visualmente era diferente já, seu jeito e também a maneira como tratava outras pessoas.

- Hm.... Como posso acreditar?

- vamos até Sam, ele vai acreditar em mim. - Pegou sua mão suada, e ignorando a vermelhidão em seu rosto  pelo contato, andou com ele até onde Sam estaria.

A biblioteca.

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