Estava deitada no gramado, perto do campo de futebol da escola. Estava anoitecendo e você não quis ir embora, não queria ir pra casa ou qualquer lugar que sua eu alternativa chamasse de lar. Você só queria voltar pra casa.
Mesmo que tivesse insistindo ir embora, não era exatamente ali que estava se referindo. Era a morte, o fim, porque sabia que a depressão ainda assolava seus sentimentos que aquele acontecimentos dos cortes no pulso, fora o surto que a apavorou não só Sam e Dean, ou até Castiel, mas a si mesma. Não sabia lidar, mesmo que estivesse melhorando deste peso que a fazia afundar. Você se sentia ainda perdida, e agora não sabia sair dali, sua determinação estava acabando e a energia para continuar também.-- Você já deveria estar em casa. - Era Dean.
-- Sim. Mas, eu quis ficar aqui mais um tempo, tem muitas coisas me martelando na cabeça.
Ele apareceu no seu campo de visão e acabou se deitando ao lado. Olhando o céu alaranjado do por do sol. Era lindo, talvez adorável demais.
-- Eu sei que você não é a S/n daqui. -- Assumiu.
Não estava surpresa, mas uma pontada de curiosidade veio, e você não tinha o costume de fazer muitas perguntas, então continuou quieta.
-- Ela teria perguntado caso fosse ela. - - Suspirou. -- Ela ia embora de qualquer jeito. Sentia que não me amava mais e eu fui babaca, e sentia que era inútil pedir desculpas.
Você continuou em silêncio, não sabia muito como se expressar, mas ouvir era uma ajuda, sabia bem disso.
-- Fui no hospital várias vezes, enquanto ela dormia. Tive medo de que ela não quisesse olhar pra minha cara, e acabei por ir só quando ela estava dormindo. -- Confessou.
Era doloroso pra você saber disso. Notar que Dean ali era mais medroso, mas ao mesmo tempo tinha a certeza de que ele teria feito isso também. Mas, estavam se afastando, você tinha feito isso porque o amava mas a depressão a corroía e não queria ser um fardo.
-- Você e o "eu" alternativo, se dão bem?
-- Sim. Ele me ajuda bastante.
-- Com que?
O olhou, vendo o rosto identifico ao de Dean. Era uma sensação horrível. Não queria esse ali, queria Dean de sua realidade. Alguém que já soubesse de tudo e que não precisasse dizer em voz alta.
-- Com a depressão. - Sussurrou desviando o olhar para cima.
-- Sinto muito. - Apenas disse.
Não disse nada, não sabia exatamente o que dizer. Porém, algo dentro de si se iluminou. Tinha muitas coisas em sua cabeça, mas queria vê-lo de novo, sentir o abraço com cheiro de torta recém assada, dos olhares que diziam tudo e das piadas com Castiel, que infelizmente havia ido. Queria ver Sam, sentir o gosto do café, e o abraço quente dele. Como se fosse um irmão mais velho, que nunca teve.
-- Eu preciso aceitar.
-- O que?
-- Preciso ver que... Estou mal e ficar em um quarto desenhando não vai mudar muitas coisas. -- Suspirou. -- Me ajude.
Se levantou, ficando sentada e passou o olhar dolorido a ele, que apenas arregalou os olhos a vendo chorar.
-- Mas.. como?! - Se ergeu desesperado, não sabendo o que fazer.
-- Não sei... Mas, por enquanto, por favor, me abrace. - Pediu.
Ele se aproximou e abraçou de lado, enquanto lágrimas vinham, e um vazio ecoava. Não era o mesmo Dean, o efeito era diferente, e sabia que precisava dele.
-- Eu amo ele. - Disse do nada.
-- Porque.. disse isso? - Dean estava tão sem graça e sem entender nada.
-- Só queria dizer em voz alta, sentir... -- fungou. -- O peso disso.
-- Entendo. -- Apertou um pouco mais o abraço.
-- Você deveria pedir desculpas a ela. Pode não ser a melhor solução, mas é a base. Mostra seus sentimentos. Só.. diga a verdade. -- Fungou com os olhos já inchados.
-- Obrigado. -- Abriu um sorriso de lado.
∆∆∆∆Estavam apoiados um no outro. Andando pelo corredor da escola, enquanto Dean os guiava até a saída. Ia te levar pra casa, depois de toda conversa choro.
Não tinha muito a se dizer, talvez não tivesse sido a melhor conversa, mas aquilo te deu esperança. Queria ver Dean, o seu Dean. E dizer a ele que queria melhorar, que precisava de ajuda e queria ele ao seu lado.
Era um grande passo, você nunca foi de dizer as coisas assim, e nunca foi de entender exatamente o que queria, mas esse objetivo estava mais que nítido.-- Que gracinha. Até parecem um casal. -- A voz de Lúcifer, te fez erguer a cabeça. -- Oi, baby.
Se desgarrou de Dean, que tentou segurar, mas não consegui, você estava grudando as mãos na blusa social branca dele. Estava com raiva e o rosto todo molhado de lágrimas.
-- ME LEVE DE VOLTA! EU SEI O QUERO! EU SEI! -- Berrou, chamando atenção de algumas pessoas da rua, mas ignoravam.
Ele mudará a expressão, estava neutra, séria, na verdade. Enquanto Dean não fez nada, apenas estava parado sem conseguir entender.
-- Sabe? Então finalmente admite que pediu por isso? Como sua outra eu, pediu? -- A encarou com um olhar mortal.
Mesmo que doesse admitir, tinha que fazer isso, aprender a se entender, e saber que nem sempre poderia esconder, teria que contar, para abrir mão dessa dor, e melhorar.
-- Sim.
-- Tudo bem. Foi bem mais rápido do que achei. -- Admitiu abrindo um sorriso. -- Até o Dean daqui sabe fazer você se abrir. Que lindinho. Até em outra realidade. Ao menos o daqui é mongolóide, o outro estaria me espancando.
-- Me manda logo!
-- Nem vai se despedir? -- Lúcifer apontou para Dean que estava parado meio longe, talvez não quisesse atrapalhar ou só estivesse com receio.
Você suspirou, olhou para ele e soltou Lúcifer, que te deu uns minutos até ele. Sam tinha ido para casa e sabia que o mesmo entenderia a situação, muito melhor que Dean. Mas, agora dizer adeus, a alguém que tem exatamente o rosto de quem ama, se torna confuso.
Andando até ele, sentiu uma mínima vontade de correr, evitar que esse conflito seja resolvido, é apenas um adeus, não é? Porque tanto drama?-- Obrigada por me ajudar. - Disse a ele. -- Sinceramente, eu não sei me despedir.
-- Ah... Eu também não. - Abriu um sorriso que cortou seu coração. -- Mas, você foi valente, porém, seu maior até de valentia, foi agir assim. Chorar e demonstrar que.. não precisamos ser durões sempre. Então, foi um prazer contar a você o que sentia sobre tudo. Obrigado, por estes minutos e fique bem. Sei que ele vai amar te ver.
Você o abraçou, ignorando que fosse igual a Dean, e apenas focando em suas palavras por uns minutos. Poucos minutos, até que Lúcifer a chamou.
-- Vamos!
Se desgrudando dele, voltou a Lúcifer que abraçou sua cintura e acenou para Dean. Apenas estralou os dedos e ambos sumiram.
- Boa sorte. S/n.
Dean sorriu triste e saiu.
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Imagines Supernatural.
Ficção Adolescenteimagine, crie, seja. sempre há um universo só nosso. E como vivemos em um mundo cheio de dores e complicações, as vezes precisamos da imaginação para conseguir seguir por este corredor cheio de obstáculos. só imagine. (ESTOU CORRIGINDO OS CAPS, RLX...