Capítulo 2

729 90 145
                                    

No convés do navio Helena meditava, buscava forças do alto para que tudo saísse bem, para que houvesse uma chance, ela não podia mais ficar parada, fingindo que nada estava acontecendo, cobrindo a situação com panos quentes

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

No convés do navio Helena meditava, buscava forças do alto para que tudo saísse bem, para que houvesse uma chance, ela não podia mais ficar parada, fingindo que nada estava acontecendo, cobrindo a situação com panos quentes.

O sol da manhã, havia despontado há pouco tempo, os primeiros raios de sol aqueciam a alma e o corpo.

A tranquilidade, o barulho das ondas batendo contra o navio, o vento a balançar seus fios morenos, o sol a aquecer sua pele, era uma sensação de liberdade, um descanso. Ela realmente precisava de um tempo longe de Albânia. Do sufocante regime, da sufocante tarefa de dizer "Sim, eu aceito", de fingir não ver. De fingir não estar atenta a nada.
Aos poucos passou a ouvir a movimentação crescer, ao abrir os olhos, viu com clareza a cidade próxima. Não havia demorado o tempo que imaginou, havia sido rápido.

Não havia muitos soldados no navio, era ao todo 10, fora Hector.

— Preparem-se para ancorar! — o capitão berrou.

 
Sim, era uma boa sensação descansar em um local aberto, sem medo. Seria essa a sensação de liberdade? Era a primeira vez que saia da país, até aquele momento estava achando memorável, especialmente por estar com seus amigos.

— Alteza, seu cabelo está rebelde. Vamos ajeita-lo.

 
Lana era o tipo de pessoas que surgia de modo aleatório, apenas aparecia, como se tivesse o poder de abrir o chão e fechar, além de atravessar as paredes.

— Deixe-o rebelde, ao menos até ancorarmos. Como se sente hoje? Dormiu bem? 

Lana arqueou a sobrancelhas desconfiada. Acaso a princesa estava tentando inverter os papéis? Ela quem estava na linha de frente de uma viagem potencialmente perigosa. Nem sempre conseguia compreender as ações de Helena. Sua personalidade tranquila e silenciosa por vezes tendia demonstrar lapsos incompreensíveis de coragem e vigor. 

— Eu quem deveria perguntar isso, sou a sua dama.— sentou na confortável cadeira ao lado da princesa.— Agora me conta, Helena, o que te fez vir de tão longe? Não me diga que pretende mesmo unir-se ao reino de Andorra. Não vai dar ouvidos ao seu padrasto, vai? Não precisa se casar para ter uma união entre reinos. — tantos anos deslizando sob as ordens do rei e então ela decidia acatar justamente uma envolvendo casamento? Como princesa sabia que nem sempre havia uma saída, porém tinha certeza que encontrar um homem desconhecido inimigo de Isor não era algo inteligente. 

— Lana, fica calma, ele não pediu minha mão em casamento, apenas me chamou para uma visita. — não era sinônimo? Nem mesmo Helena com sua relativa inocência por ver pouco do mundo fora do palácio deveria considerar que houve um convite por uma simples e inofensiva visita. — Ele não é um governante tão antigo, — a dama encrespou o cenho deixando nítida a sua desconfiança, porém escolheu ficar em silêncio por ora. De fato, o rei de Andorra não era antigo em idade, tinha um tempo considerável de reinado e muito próspero até onde tinha notícias — precisa ter contatos e diga-se de passagem, nós também. Onde está o Hector?

Caminhos de ReisOnde histórias criam vida. Descubra agora