Capítulo 32

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A princesa acenou positivamente com a cabeça, sem dar atenção para as palavras da governanta

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A princesa acenou positivamente com a cabeça, sem dar atenção para as palavras da governanta. Estava compenetrada demais na leitura, nunca ficou tão fascinada com um livro histórico, fora a Bíblia. Falava sobre as gerações da família real, seus atos bondosos e cruéis, estava no final do livro, quando notou repentinamente a ausência de algumas páginas, logo que chegou nos atos de Bernardo e Tamires. Não era um bom sinal, de imediato sua coluna empertigou, livros vetados não eram confiáveis. Por que isso aconteceria?

— Senhora Bather, gostava do reinado de Bernardo e Tamires? A mulher sorriu sem mostrar os dentes, nostálgica, saudosa sentada na sua frente no carpete.

— Ah, querida, eles eram incríveis, foram ótimos amigos, governantes e pais amorosos. Eles adorariam saber que você é quem ocupará o título junto ao filho mais velho. Eu amei trabalhar naquela época, as crianças corriam pelo jardim. Lorenzo era um homenzinho responsável na maior parte do tempo, mas como toda criança se deixava levar, no entanto, era a menina quem deixava todos de cabelo em pé. A princesinha, não era fácil, mas ela também cresceu e se tornou uma jovem apaixonante.— olhou para o teto, na falha tentativa de não mostrar as lágrimas enchendo os seus olhos.— Ela certamente a adoraria, seriam grandes amigas. E o que eu poderia falar de...— interrompeu a si mesma, engoliu em seco.

Sentia falta daqueles dias. Dias lindos e agitados, crianças lindas corriam nos jardins, andavam a cavalo e brincavam sem medo no córrego. Adoraria ouvir o som das birras entre irmãos outra vez. Faria de tudo para poder ter apenas mais cinco minutos de estresse Bernardo e suas manias irritantes, queria mais cinco minutos de tagarelice de Tamires, mais um pouco de tempo ouvindo parcelas da grande sabedoria que o pequeno Lorenzo transbordava, excedendo as expectativas dos pais. Quanto tempo daria para ouvir o menino cantar, insistindo para a irmã mais velha dançar com ele.

Uma lágrima escapou de seus olhos. Havia malefícios em cuidar da família real. Sempre admirou como ambos os reis, Bernardo e Lorenzo, faziam dos servos seus amigos, alguns, sua família, uma extensão dela. Lembrava nitidamente do dia que a rainha Tamires retirou o título de baronesa de uma mulher, ao vê-la ofendendo Joana.

Imaginava como poderia ser caso os reis continuassem vivos? Os meninos cresceriam sob os cuidados dos pais. Lorenzo certamente seria diferente do que é. Imaginava-o como aquele garoto inteligente sábio, de sorrisos vindos do coração. Que espécie de rei seria?

Olhou para a jovem diante dos seus olhos. Acaso ela tinha uma mínima noção do que significava para todos? O povo estava felicíssimo, ansiosos para ter contato com a nova rainha, os servos ainda estavam incrédulos com a ideia do casamento, no entanto, animados por demais.

— Tenho estudado.— balançou o livro em mãos.— mas eu quero ouvir da boca de vocês que conviveram com eles. Me conte mais!— sorriu animadamente.

Bather afastou as imagens grotescas surgindo em sua mente. Não tinha total permissão para mostrar-lhe todos os cantos escondidos no castelo, mas poderia lhe mostrar muito. Sugeriu a princesa que fossem para a biblioteca e comecem algo. Helena franziu o nariz, ainda tinha aversão com todos aqueles olhos em cima dos seus ombros. Concordou por fim, caso ela garantisse que não seria vigiada por todos os olhos do castelo. Desciam as escadas, iriam para a área oposta, onde estariam quadros e móveis usados há anos pelos nobres que assumiram o trono.

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