Capítulo 35

278 39 35
                                    

Não havia nada tão encantador quanto um casamento bem feito

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Não havia nada tão encantador quanto um casamento bem feito. Independente da passagem  de eras caíssem, um casamento em Andorra, e em tantos outros países, sempre seria um símbolo de união, coragem, renúncia e pertencimento. 

Quando o povo viu a nova senhora da nação— em trajes ricos sorrindo e acenando através no palco montado em frente ao palácio, apenas para que todos pudessem ver— os gritos de animação e alegria encheram o peito de Helena e de qualquer um que apreciasse aquele relacionamento. Significava muito para cada um deles. O fato do rei estar no trono desde os dezesseis anos sem uma companheira era no mínimo preocupante. Em outros países não faria diferença, mas Andorra, era questão de honra. Um homem com uma companheira era sinônimo do quão respeitável era e qual a procedência de seu caráter.

— Quando se sentir cansada, podemos ir.— sussurrou Lorenzo calmamente. — Já cumprimentamos todos os convidados.

Já estavam em pé há mais tempo do que o necessário. Deseja deixá-la confortável com sua presença,— por isso voltaram ao salão após a apresentação para o povo, pedido dela, é claro —  mas ele mesmo já estava cansado. Precisava de um banho e jogar-se, enroscar-se nos lençóis por longas horas. Finalmente as viagens contínuas cobraram seu preço.

Helena acenou positivamente. Atravessaram os portões de saída do salão rapidamente.

Naquele momento, — quando já estavam no corredor, distante dos convidados — desesperadamente, uma criança correu em sua direção sem se importar com os pés das pessoas que pisava. Ela nem sequer notou as elevações abaixo dos seus pés. Agarrou as saias da rainha. Lila Lùmier abriu um belo sorriso desdentado para a antiga amiga. Helena abaixou-se um pouco levando a menina ao colo e deu dois beijos em cada bochecha. Lorenzo olhou para a menina, analítico. Lembrava das feições da convidada de sua esposa. Não agradou quem se aproximava logo atrás. A expressão amigável, sustentada por horas, para todos os convidados e povo se tornou indiferente instantaneamente.

Helena enrijeceu os ombros, um sorriso nervoso passou por seus lábios e olhos, não deixou de notar o momento que Lorenzo involuntariamente se posicionou para sua frente, como se quisesse impedir a aproximação, como um escudo.

— Eu peço desculpas, Helena. Sabe como Lila é.— Afonso tomou a menina dos braços da rainha.— Peça desculpas, querida, não é assim que se porta diante de uma rainha.

— Me desculpe, rainha, mas é que nós somos amigas e o papai disse que provavelmente não vou vê-la pelo resto da vida, eu gostaria de me despedir do jeito certo.

Sentiu um arrepio frio no corpo, era nervosismo. Uma parte dela ouviu inocentemente a afirmação da criança, outra parte de si, dizia que não havia nada inocente nas palavras de Afonso. Ele a conhecia o suficiente para saber que faria visitas, independente da sua posição como rainha, assim como não se importou quando era uma princesa. Era um ataque maquiado. Não ousou olhar para Lorenzo. Recusava ver a expressão dele no momento.

Caminhos de ReisOnde histórias criam vida. Descubra agora