Capítulo 28

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"O ladrão vem apenas para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham plenamente."– Jo 10:10

A apatia de Helena era visível em seus olhos, mesmo rodeada de seus amigos não prestava atenção no que diziam, mesmo que toda aquela conversa girasse ao seu redor, estava perdida em seus pensamentos

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A apatia de Helena era visível em seus olhos, mesmo rodeada de seus amigos não prestava atenção no que diziam, mesmo que toda aquela conversa girasse ao seu redor, estava perdida em seus pensamentos.

Após a breve conversa na cozinha, Helena foi visitar o quarto em que Anelise e Hector repousavam. Ao chegar, ficou surpresa em ver a cheia no quarto. Finalmente conheceu a princesa, Sofia Ridder. Desta vez Aaron também estava presente, vigiava Liz como uma águia, pronto para atacar em qualquer sinal de movimento brusco. Deveria dizer que ficou surpresa pela desenvoltura ali, não houve piadas relacionadas ao casamento que deveria ter acontecido entre Anelise e Tarkin. Indo contra as expectativas, o antigo casal conversava como velhos amigos. Até mesmo, citavam histórias do passado com humor, não havia sequer uma sombra de mágoa, raiva ou desconforto. O único de expressão pouco amigável era Aaron, porém isso não era uma surpresa considerando a personalidade antipática. Pouco tempo depois, os médicos se retiraram oferecendo maior privacidade, logo depois o rei de Lanka e Tomás. Deixando apenas Lana, Anelise, Sofia, Hector e Helena.

— Deveríamos sair agora. Podemos adiantar muito em poucas horas.— A voz de Sofia soou avidamente animada. Ninguém poderia julgá-la por tamanha animação. Não tinha esperança alguma de que Lorenzo fosse casar, quando leu as correspondências do marido contando sobre Helena, os gritinhos animados preencheram o cômodo vazio em que se encontrava.

Lana concordou. Ao que parecia, as duas estavam mais animadas com o casamento que a noiva, mas não era essa a verdade. Helena estava apenas distante daquela conversa. Pensava em si, especialmente.

Havia lembranças da sua infância, onde era animada, falante, irritadiça, mas, com o tempo ela o deixou de ser como aquela menina. Era sempre repreendida por sua mãe quando expressava alguma emoção, mesmo que fosse por felicidade. Então, com o tempo ela aprendeu a ser o que diziam que ela deveria ser. Contrapondo tais lembranças, via Jerrin brincando com ela, correndo pelo palácio atrás dela e contando-lhe histórias incríveis. Não culparia Isobel por ensiná-la a reprimir a si mesma, sabia que permanecia viva apenas por isso, sabia que sua mãe a amava, e fez o que pôde para lhe manter viva, mesmo que isso significasse casar com um asqueroso e sofrer agressões.

Na adolescência, a sua personalidade aflorou, com ela a raiva e até mesmo o ódio por viver no palácio. Odiou estar rodeada de servos traidores, aos seus olhos. Odiava as insinuações grotescas de Isor, insistindo em como estava bonita com o passar do tempo, como possuía volumes nos locais certos. Fervia de ódio ao ver o povo morrendo enquanto o rei esbanjava suas riquezas, mas ela aprendeu a viver com tudo isso. Aprendeu a acordar a noite até mesmo com o vento um pouco mais forte, temendo que os fantasmas com o que sonhava a acompanhasse para o mundo real o que os perigos, Isor, tomasse a decisão de além de elogios encobertos de perversidade e promiscuidade. Aprendeu a estar atenta a qualquer perigo. Mas, o rumo que escolheu, mudou gradualmente o que ela sentia, trouxe de volta a essência de coragem, o sorriso caloroso, os seus irmãos certamente faziam parte disso e logo após os seus amigos cristãos surgiram. Foi como puxar essências que ela imaginou ter perdido.

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