Capítulo 11

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"O governante perverso é tão perigoso para os pobres quanto o leão que ruge ou o urso que ataca."— Provérbios 28:15

A cabeça de Helena parecia estar sendo martelada repetidas vezes

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A cabeça de Helena parecia estar sendo martelada repetidas vezes. Os relatos de Abnai, o homem que o povo escolheu para representá-los, havia lhe roubado a pouca paz que tinha. 

Fechou os olhos por alguns segundos. Massageou as têmporas. Já estava na biblioteca há horas. 

Tudo o que menos queria era uma revolução, era certo que acabaria em mortes. Soltou um suspiro cansado. Mais mortes. 

Como pôde? Como fora tão alheia aos acontecimentos do reino? As lágrimas teimosas de Abnai faziam questão de repassar, em sua mente, a gravidade da situação. Pessoas estavam passando fome, adoecendo para sustentar o escandaloso luxo de Isor. Onde raios ele colocava aquele bendito dinheiro? Decerto que em algum cofre ou sala. Isso a deixava ainda mais irritada. Tamanha crueldade era deixar pessoas com fome e passando necessidade para exclusivo prazer, ele era responsável pelo bem estar delas, mas ao invés disso, estava tirando o pouco que tinha. 

Bebeu um pouco mais da água que Lana havia levado há algum tempo. 

Deveria haver brechas nas leis, algo que lhe desse o trono, algo que pudesse derrubar Isor. Tinha que existir. 

Os relatos haviam deixado-na boquiaberta. Abnai relatou com bastante precisão o que acontecia nos últimos anos, especialmente nos dois últimos meses, quando os tributos alcançaram preços exorbitantes. A cidade em questão tinha o nome de Sidom, há anos atrás foi uma esplendorosa cidade, conhecida como a cidade da luz, foi habitada especialmente por agricultores e mineiros. Era uma terra terrivelmente fértil e rica em metais preciosos. No entanto, isso ficou no passado, visto que, nos últimos anos passou a ser explorada de modo intenso e desrespeitoso. Além dos frutos com menor qualidade, a extração contínua de minérios estava provocando sérios problemas à saúde. 

Durante boa parte do tempo em que se achava na biblioteca pessoal de Isor, estava por ver registros e fazer cópias. Para a sua tristeza e preocupação não estava encontrando nada que pudesse ajudá-la legalmente. Ainda não. 

Algum tempo atrás pediu para que Heitor 

trouxesse alguém de confiança e conhecimento para servir de auxílio na área jurídica, mas até aquele momento não havia chegado. 

Cuidadosamente devolveu os registros aos seus devidos lugares logo após revisar os seus manuscritos. Bebeu o restante da água. Ainda iria estudar, mas devido à dor de cabeça e cansaço de estar ali há horas, decidiu tomar um banho. Precisava de um, quem sabe as ideias ficassem mais claras, afinal, não tomara banho quando chegou. A preocupação com a situação do povo foi maior que a necessidade do banho. 

— Tem alguma preferência para chá? — Lana estava do lado de fora, esperando e acompanhando a princesa. Estava preocupada com o rumo que as coisas tomavam. Primeiro, chegavam no país e o rei saia sem nenhuma razão aparente ou esclarecida, logo após viam a revolta do povo protestando aos portões do castelo, enfrentando o perigo da morte diretamente. A situação parecia chamar Helena para protagonizar uma confusão. 

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