Capítulo 83

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"Lá fora eu vejo um temporal e aqui dentro é tão igual. Eu tento me encontrar. No olho desse furacão quando eu seguro em suas mão eu lembro, pertenço a um lugar." Temporal, Vocal Livre.

Palavras e mais palavras entravam e saiam por seus ouvidos com pouquíssimo filtro

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Palavras e mais palavras entravam e saiam por seus ouvidos com pouquíssimo filtro. O rei massageou as têmporas sentindo a inquietação gotejar, incomoda em seus ouvidos. Os soldados falavam sem parar, cochichavam, esboçavam suas preocupações.

"Como podê acontecer?" Diziam. Estavam inconformados diante do sequestro.

"Fale mais baixe, o rei poderá nos ouvir" respondia alguns outros.

Lorenzo preferiu não identificar as vozes, do contrário seria tentado a fazê-los engolir as línguas inúteis. Ele podia ouvir e estava odiando, especialmente após ler a bendita carta enviada por Tomás, a qual leu apenas há alguns momentos, quando finalmente encontrara tempo. Nas últimas horas, nos últimos, tudo girava ao redor da sua esposa desaparecida e a princesa Aurora, para ele em específico, tudo rementia a esposa.

Assim como ele, Aaron estava furioso, por motivos diferentes e parecidos. Não era simples lidar com o desaparecimento de suas companheiras e ainda lidar com as ameaças dos reinos vizinhos, como se aquele problema não fosse o suficiente para roubar a paz que tinham há poucos dias, haviam reinos ameaçando a paz do seu povo. Ao que parecia não estavam felizes com a maneira da Corte de Honra lidar com as situações que lhes eram propostas, por essa razão, desatavam alianças antigas, deixando de apoiar os Grandes governos.

As palavras escritas afirmavam frustração em níveis de liderança, de fato, a escravidão acontecendo logo abaixo dos seus olhos dos governantes fora um erro terrível, mas esta era apenas uma desculpa par intrigar-se. Era nítido, os pequenos reinos estavam aproveitando para formar uma nova aliança. Acreditavam estar em um momento de fragilidade para a Corte. Sendo assim, teriam tempo para planejar derrubar a Corte de Honra do trono de superioridade política, influente, e militar, que ocupavam há séculos. O mais jovem entre eles era Lanka, quem ocupou o lugar de Albânia, ainda assim, no passado, ela ocupou um importante espaço no seleto grupo de majestades.

Era uma decisão estúpida. A Corte estava, sim, fragilizados pelas mudanças, mas acima disso estavam furiosos. Espumavam de raiva pelas traições, por seu ego ferido. Acaso algum deles presenciara o que homens e mulheres poderosos poderiam fazer quando tinham a sua honra posta em prova. Céus, o ego ferido era um precursor de desastres para pessoas como elas. O que garantiria o desejo por paz diante de tamanha raiva? Foram dobrados por um esquema arquitetado por Isor, o homem estúpido e desprezível aos olhos deles. Foram enganados e ultrapassados por uma mente que não davam nenhuma particularidade de valor. Eram bons demais para perder seu povo de modo tão cruel, eram orgulhosos demais para perdoar tamanha fraqueza vinda dos seis líderes, de si. Estavam terrivelmente frustrados, divididos entre si, desconfiados dos seus, era o momento perfeito para serem atacados aos olhos do resto do mundo.

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