"Não tema, pois eu o resgatei; eu o chamei pelo nome; você é meu."
A vida é cheia de altos e baixos, erros e acertos, não somos perfeitos, não há como viver de maneira ideal, uma utopia, mas algo é certo nessa trajetória, há sempre a esperança e a p...
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Sinceramente, muito poderia acontecer entre as horas disponíveis até o momento da reunião, mas, certamente, Helena não esperava a notícias bombásticas. Bem, não era tão surpreendente, afinal, era uma situação que gerava possibilidades, mas ainda assim, o que a revelação gerou criou um pequeno nó na mente de Helena.
Há alguns minutos Anelise, princesa de Lanka, foi visitá-la assim que o navio atracou. Naquele momento Aurora e ela estavam comendo algo no lanche, preparado por Jerrin, já que, de acordo com ele sabia fazer um delicioso chá com biscoitos. Os biscoitos, ele não fez, já estavam prontos, mas Helena não iria desacreditá-lo por completo, afinal, ele fez o chá e deixou organizou os biscoitos em uma cesta, além pôr os pratos, talheres e xícaras à mesa. Valentina o observava durante todo o tempo desde que ele começou a falar com ela, parecia bastante à vontade com ele, assim como ele. Não convivia com pessoas novas como ela há muitos anos, então era uma novidade.
— O quê? Não está, não! — Aurora gargalhou histericamente. — Por que você estaria se não vejo uma aliança de casamento ou noivado em sua mão?
Essa não era a melhor reação para ter quando uma amiga revela uma gravidez, mas Aurora não se importou em manter o decoro. Helena apenas paralisou na cozinha após cuspir o seu chá. Na sala Jerrin perguntou se estava tudo bem diante da simultânea reação adversa. Não podia ouvir bem onde estava, especialmente porque estava ensinando Valentina um jogo de tabuleiro. Até mesmo Lorenzo que acabara de voltar de uma visita a Kirion, rei de Luminus, foi tomado pela surpresa e curiosidade.
— Minha amiga, acalme-se, não é o fim do mundo. — Anelise soltou uma suave gargalhada. — Eu quero muito esse bebê. Apesar do meu pequeno erro ao me entregar, estou muito feliz por gerar essa pequena vida!
Do outro lado da casa Lorenzo sentava-se apoiado no braço do sofá. Anelise grávida? Um soldado informou que alguém específico pedia permissão para um breve diálogo com ele. Um meio sorriso se formou ao ouvir o nome. Seria errado divertir-se com certas situações? Era uma verdadeira benção ter a casa cheia! Em casos de julgamento diria ser para fins educacionais, afinal, jamais seria uma espécie de homem conivente com discórdias inúteis.
Helena ainda estava estarrecida, sem reação alguma, ao contrário da amiga a qual levantava da mesa parecendo desejar atacar alguém. A julgar pela veia pulsando na testa ela o faria em segundos.
— Não, não diga, ele se aproveitou da sua inocência, eu sei! Aquele velho decrépito usou você, certo? Não se preocupe, eu vou quebrar aquele pescoço de frango dele. Eu vou fazer jorrar sangue daqueles lábios femininos!
Anelise reprimiu o riso. Adorava ler ou ouvir os adjetivos diversos destinados a Aaron ditos por Aurora. Frango, galinha, eram seus prediletos atualmente. Esperava uma reação parecida, mas não àquele nível. Sua amiga de infância não apoiou sua fuga, mas alguns anos após disse que ela deveria encontrar uma maneira de casar-se logo com um rei ou duque, visto que o único príncipe estava casado, porém, sua insistência foi para o retorno dela a Mar-Azul, declarou firmemente que a família real, Tarkin a aceitaria de braços abertos. Por um momento ela pensou ser alguma piada, mas lembrou que, para Aurora, o futuro era importante, mesmo que as suas ações o fizesse desabar sobre sua cabeça, ela nunca deixou de demonstrar importância quando se tratava dela ou Helena, quanto a si mesma, sempre esteve em falta. Ela era uma pessoa verdadeiramente confusa.
