Capítulo 89

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"Quando você deitar hoje só lembre que nos deitamos sob as mesmas estrelas. Eu sei que há algumas coisas pelas quais precisamos conversar. Só me deixe abraçá-la mais um pouco agora. Pegue um pedaço do meu coração e o torne todo seu. Assim, quando estivermos separados você nunca estará só" ¹

 Assim, quando estivermos separados você nunca estará só" ¹

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Os ventos sopravam sem qualquer intervenção. Dentro do navio as ondas batiam furiosa contra o casco, ora aparentemente frágil demais para suportar tais baques. Apesar disso, Helena estava deitada em sua cama olhando pelo pequeno vitror as águas tentando engolir aquela pequena estrutura humana. Seus cabelos molhados pela chuva estavam espalhados pelo travesseiro, suas costas nuas esperavam pelo momento que a pomada secaria para ela usar algo apresentável.

— Você não deveria ter pegado essa chuva. — ouviu a reclamação do marido pela quarta vez em tão pouco tempo. Em resposta ela sorriu, mesmo sabendo que ele não poderia vê-la, afinal estava de costas. — Por que não cuida de si mesma?

— Não deveria se preocupar. Felizmente minha pele não derrete na água. Faz um tempo desde que tomei um banho de chuva. — a lembrança de andar a cavalo no meio da tempestade e a liberdade sentida aquele dia, quando teve certeza que Deus seguraria sua mão e seria por ela independente dos seus caminhos. Foi maravilhosa a sensação de pertencer a ele, de saber que suas asas estavam sobre ela, então poderia descansar, chorar, mas o faria na certeza que suas lágrimas seriam amparadas e a sua cabeça sempre teria um pouso seguro e confortável.

Não tomou um banho de chuva por puro capricho. Ela apenas lembrou do Senhor e decidiu ficar ali e reviver um pouco a sensação do vento forte batendo contra a sua pele, levando água fria para o seu rosto. Mesmo que tenha sido molhada pela chuva no sequestro, não era a mesma situação. Ela teria ficada mais tempo ali se a expressão sisuda de Lorenzo não fosse extremamente desaprovadora e os olhares dos soldados ditassem algum tipo de compaixão. Tolos! Não havia nada errado em aproveitar molhar-se na chuva. Provavelmente pensaram que ela estava deprimida, mas estava longe disso.

— Você estava molhada quando foi resgatada.

— Não este tipo de chuva. — apoiou-se no cotovelo para sentar. Tinha uma das mãos na frente do corpo para segurar a parte da frente do vestido. Apesar de tudo, ainda era um pouco tímida. — Você poderia não me olhar dessa maneira? Não preciso deste tipo de olhar. — mordiscou os lábios. Ele desviou os olhos para a poltrona onde sentou. Inclinou a cabeça para trás e fixou os olhos no teto. Ela sabia o que ele pensava e odiou.

— Olhar?

— Exatamente. Compaixão. Por que olha para mim desta maneira, Lorenzo? Algo nos seus planos que eu desconheço?

— Você cogitou ficar com o seu pai, mesmo sendo atacada mais de uma vez naquele país, reconsiderou voltar para o seu país diante da ideia de uma possível guerra e negligenciar a sua coroa. Suas decisões me preocupam.

Por graça, Helena estava em paz. Conversar silenciosamente com O Pai tinha suavizado suas preocupações.

— Não era negligência. Meu pai precisa mais do meu apoio que você. O que eu faria seria alocar minhas funções. Se passou mais de um mês distante de mim sem qualquer comunicação, poderíamos ficar um tempo mais. Você deve entender o que se passou por minha mente. Você me deixou no castelo para realizar buscas perigosas ou para proteger seu povo de algumas rebeliões sem qualquer peso sobre os seus ombros porque eles precisavam mais de você que eu. Quanto a minha segurança. Quem se importa com isso? — balançou os ombros. — Sou atacada em ambos os países. Eu sei que a minha responsabilidade é com Andorra, mas em Albânia está o meu pai, então independente da sua opinião, eu ficaria se me fosse permitido, quisesse você ou não.

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