Capítulo 10

306 52 52
                                    

"Para tudo há uma ocasião certa; há um tempo certo para cada propósito debaixo do céu" — Eclesiastes 3:1

"Para tudo há uma ocasião certa; há um tempo certo para cada propósito debaixo do céu" — Eclesiastes 3:1

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

O vento frio soprava com lentidão o rosto de Helena. Parada estava no cais vendo o pouco movimento por ali. Estava tudo tão parado. Geralmente havia barracas de comerciantes por ali. Ficou fora por cinco dias, no entanto, era estranho estar de volta. Um peso parecia ter sido posto sobre os seus ombros, até o ar parecia ser mais pesado. 

Uma de suas sobrancelhas se ergueu. Estava curiosa quanto a quantidade de guardas para escoltá-los ao palácio. Nem mesmo quando partiu precisou de tantos deles. Notou então que não havia sido a única a perceber o estranho movimento. Hector logo se prontificou a conversar com o líder daquela guarnição. De longe ela  observava, já na carruagem ao lado de Lana. 

O soldado fez alguns gestos com as mãos, certamente explicava a situação. Seja lá o que tenha dito, fez Hector olhar ao redor procurando algo, preocupado o suficiente para falar com Tecan. Em seguida, o moreno conversou com os guardas e o rei. 

Enquanto tudo isso acontecia Helena quase mordia as unhas. O que estava acontecendo e por que ninguém havia ido falar algo? Já havia decidido ir até eles perguntar qual era o problema e se realmente havia um problema, mas o cocheiro partiu antes que pudesse fazê-lo. 

— Faz ideia do que aconteceu? — perguntou ela para a amiga ao lado. 

A negação foi imediata. 

— Essa quantidade de guardas me preocupa. — Helena apertou fortemente as mãos no tecido espesso do vestido. Precisava sempre pensar nas piores possibilidades se algo fugia do esperado? — Acredita que o rei planejou um ataque? 

Os olhos de Lana se arregalaram. Não se sabe dizer se fora devido ao susto Helena pensar algo daquela magnitude ou se realmente viu uma possibilidade de o comentário ser real. 

— Por misericórdia, nem brinque com isso.— sacudiu o corpo, sentindo leves calafrios. — Não precisamos de uma guerra com Andorra, nem com qualquer outro país. De problemas já basta a nossa sociedade. 

A princesa acenou positivamente em concordância, mas isso não a impediu de considerar o embate como uma possibilidade. Pensando melhor, Isor não seria tão estúpido. Aquela poderia ser uma oportunidade real de emboscar o rei inimigo, mas o que ele faria com o príncipe e os aliados do reino? Nem o pior dos governantes agiria de forma tão imprudente. O que seria então? 

Durante o percurso do cais ao palácio considerava possíveis acontecimentos. Seu peito apertou ao pensar que a ordem de matança havia sido promulgada, mas isso não necessitaria de tantos guardas. Depois de várias ideias soltas correndo em sua mente chegou a conclusão de que poderia ser apenas mais uma das esquisitices de Isor, nada necessariamente perigoso.  

As grandes muralhas já eram vistas, o portão de acesso estava cada vez mais próximo. Não demorou cinco minutos, uma gritaria soou nos ouvidos da princesa e possivelmente de toda a escolta. O susto foi imediato quando pessoas começaram a se jogar em cima dos guardas tentando alcançar a carruagem da princesa. 

Caminhos de ReisOnde histórias criam vida. Descubra agora