Capítulo 31

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Gradativamente um som chegava aos ouvidos da princesa

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Gradativamente um som chegava aos ouvidos da princesa. No início eram apenas murmúrios impossíveis de entender, mas as vozes foram ganhando melhor sonoridade. A luz clareava suas pálpebras ainda fechadas, sentia um leve sopro do vento frio em seu em total contraste com o seu corpo protegido de qualquer onda de vento. Se mexeu desconfortável ao lembrar da sua última lembrança, ainda estava suja, mas julgando pela suavidade, conforto e cheiro agradável embaixo dos lençóis, estava limpa.

Não queria abrir os olhos naquele momento. As cenas estavam vívidas em sua mente. Mesmo que estivesse dormindo, sabia que o que aconteceu em sua mente foi além disso, eram as lembranças adormecidas por anos. Fora consolada por Deus, não queria perder tal acontecimento de vista. Assim que abrisse os olhos teria de enfrentar Tomás e suas perguntas, os soldados provavelmente a veriam de maneira diferente graças à cena de desmaio. Deveria ter aguentado um pouco mais, mas ao invés disso caiu. Como iria reparar? Não sabia, por essa razão não pretendia sair da cama e enfrentar os problemas, era mais fácil ficar.

Bufou, lamentando a situação. Jogou a coberta para o lado com violência, revoltada por precisar mostrar o rosto, ainda envergonhada pelo dia anterior. Os quartos do palácio possuíam tamanhos e decoração padronizada, ao menos os quartos de hóspedes. Nunca esteve em outro quarto fora o seu e o onde Hector e Anelise eram tratados.

Um vestido estava exposto num cabide apoiado numa poltrona. Não era seu, nunca o vira, mas deveria admitir, era belíssimo. O tecido em cor dourada, cobria seus braços por completo, um decote quadrado enfeitava o pescoço e colo, o tecido espesso era apenas transmitia um ar mais elegante. Aos pés da mesma poltrona, havia um sapato sem salto algum fechado e negro, tal como a tiara de obsidiana, em consonância com o cordão e pingente. Não era seu costume usar aquele estilo de cor, mas deveria dizer, ficava belíssima. Servia-lhe perfeitamente.

A cintura ficava delicadamente definida. Helena olhou rapidamente no espelho, plenamente satisfeita com a aparência. Até mesmo seus cachos foram realçados, não apenas por culpa do dourado e sim por deitar com os cabelos úmidos.

Puxou o fôlego com força, preparando-se para mais um dia no castelo. Sua mão parou na maçaneta. Comprimiu os lábios, lembrando do dia anterior. As mãos sujas de sangue, o odor repugnante... não sentia medo como naquela madrugada, estava longe disso, mas o seu quarto foi invadido e pintado de sangue. Ela poderia não estar diante daquela porta, agora, poderia estar morta.

A porta foi aberta, não por ela e sim por Lana. Logo atrás estava Joana com uma bandeja repleta de frutas e sementes, a porta foi fechada rapidamente.

— Que bom que está de pé, minha amiga. Joana, avise aos outros que ela acordou.— a serva entregou a bandeja para a dama, curvou-se a princesa e saiu às pressas.— Você me assustou, venha, sente-se na cama, precisa comer.

— Não tenho fome. Comi pouco antes de dormir. Desvencilhou-se. Lana foi mais rápida, entrou outra vez em sua frente carregando um sorriso nervoso. Nervosa por demais. Helena cruzou os braços, desconfiada.— O que aconteceu?

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