Capítulo 85

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Gotas suaves molharam as folhas e a terra

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Gotas suaves molharam as folhas e a terra. O aroma subia como maciez e doçura. A lua imperava em sua majestosa luz refletida pelo sol, as nuvens a rodeá-la anunciavam o início de uma passageira escuridão. Um suspiro cansado escapou dos lábios de Helena por alguns segundos. A sombra de alívio atravessou seu rosto, mas ela não durou por muito tempo.

Em anos de história, o mundo pouco teve ideias revolucionarias realmente boas. O amor, a ideia e a prática dele foi maravilhosa, e irrevogavelmente difícil. O fato é, nunca foi uma escolha simples e era muita vezes desagradável ao ego o humano. A Personificação da palavra veio ao mundo para mostrar o que ela de fato significava: doar-se.

Perdão, amor, empatia, solidariedade, compaixão eram apenas algumas características presentes na simples palavra de cunho estrondoso, abstrato. Helena, como uma filha de Deus e uma esposa apaixonada conseguia retirar algumas das lições mais básicas: perdão. Certamente era algo presente em casamentos.

Viu-se diante da espada quando a imagem assustadoramente rápida tornou-se pouco mais amena. Sangue estava espalhado por toda sua armadura outrora reluzente. A fazia pensar o que encontrara pelo caminho. O súbito alívio lhe acometeu quando viu a capa verde cobrindo os cavaleiros diante de si.

Foram malditos seis dias esperando a rainha reaparecer, seis dias de buscas para encontrá-la há apenas algumas horas da capital do país. Tanto se passou por sua mente, o suficiente para sentir o sabor amargo de incerteza. Não havia muito o que pensar ou fazer nesse meio tempo além de procurá-la. Outras demandas apareciam, especialmente cartas ameaçando a paz entre reinos, mas, pela primeira vez em muito tempo, ele apenas negou tomar parte pessoalmente. Quase podia ouvir a esposa soar irritante aos seus ouvidos dizendo: "você está se importando apenas por que eu fui sequestrada", "então agora você tem um tempo para mim?". Podia ouvi-la iniciando as discussões que não chegariam a lugar algum e na maior parte do tempo repleto de dramas.

Inegavelmente, foi uma das decisões mais estúpidas já vistas em vida, sequestrar um membro da sua família. Certamente as pessoas esqueceram quem ele era e o que poderia fazer. Após aquela noite recordariam. Os soldados mais jovens ficaram atônitos quando o rei partiu pessoas assim que revelaram — numa imprudência absurda — suas origens, apoiadores de Isor, escravos em busca de redenção. Era impressionante ver pessoas como eles erguendo espadas para o rei e declarando a ausência de submissão. Se eles eram culpados do sequestro da sua esposa não faria diferença quando declararam sem pudor algum quem apoiavam apesar da benevolência de Jerrin. Bem, essa foi razão para horas de esporro e palavras passivamente agressivas por parte do rei. Acabarão tendo uma calorosa discussão envolvendo a sua licença para derramar sangue em um território que não lhe pertencia, a resposta de Lorenzo foi sucinta:

— Eu tenho liberdade para fazer o que me aprouver se esse país é pútrido o suficiente para trair sua princesa e matar as pessoas que vossa majestade ama. É a minha esposa e eu sou o rei do Norte. Eu sou a ordem e a lei — sibilou tal como uma fera do deserto, pronta para rasgar o pescoço de qualquer ameaça que se pusesse em sua frente.

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