Capítulo 39

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Os ventos gélidos sopravam graciosamente pelos corredores do castelo e por toda a cidade

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Os ventos gélidos sopravam graciosamente pelos corredores do castelo e por toda a cidade. A noite chuvosa trouxe um dia frio. Lorenzo acordara há poucos minutos. Tinha compromissos naquela manhã, mas quando viu a esposa dormindo pacificamente, com seus fios espalhados pelo rosto, adiou o quer que tivesse para fazer. Quando haveria outro momento que continuaria dormindo mesmo tão tarde do dia?

— O que está fazendo?— sussurrou para si mesmo, direcionado à esposa. Naquela momento ela encontrou o caminho de sua cintura por baixo do braço e usou como apoio para se aproximar ainda mais. Se encolheu. Lorenzo puxou o cobertor até o pescoço.— Como ousa mudar meus planos? Quem deu a você este controle?

Apesar do braço de Lorenzo estar em torno da esposa, sua mente vagava por tantos outros lugares. Uma linha fina enfeitava sua testa. A preocupação estava lá ao dormir e continuava lhe acompanhando ao abrir os olhos. Sentia-se confuso, prestes a se perder no caminho. O que desejava no início de seu casamento não condizia com seus desejos atuais, não completamente. A imagem de Helena se encolhendo na cama, chorando desesperada, tornou a sua mente outra vez, já perdera as contas da frequência. Ele fechou os olhos e soltou um rápido suspiro. Era mais incômodo do que imaginava. Uma pontada de culpa lhe atingiu, mais rápido do que esperava.

Ergueu a mão. Tocava as bochechas de Helena suavemente.

— Eu sinto muito. — a voz do rei transbordou terna seriedade. Retirou sua mão do rosto de Helena.

O que adiantaria sentir muito? Seus sentimentos mudariam os fatos? Certamente não. Não mudaria o passado, mas, o futuro sim.

Futuro. Este era o ponto central do questionamento. As situações seguiam caminhos que não planejou previamente. Casamento, amizade, afeição... não faziam parte de seus planos de vida.

Como um rei, nunca se permitiu pensar em nada além do reino, este era o seu objetivo e missão acima de qualquer outra. Não casou em benefício próprio, o fez pelo povo, por quem amava, foi para o reino,— ainda assim sua pretensão era passar os restos dos seus dias como único solteiro —. Sinceramente sabia que poderia lidar com mais alguém em sua vida, uma parceira, mas era mais difícil do que imaginara. Dentre todas as mudanças que deveria fazer— horários, viagens — estar disponível era sua maior dificuldade. De algo estava certo, não poderia ser ninguém além de Helena. Além dos benefícios que a aliança lhe promoveria em relação à Isor, conheceu a família Hardim, conviveu com ela. Jamais traria sobre seu país uma mulher que representasse perigo. Tudo parecia se encaixar perfeitamente para Helena estar em Andorra, no seu castelo.

A personalidade e caráter eram apenas um acréscimo valioso à gestão do reino. Quando notou os laços de amizade que poderiam ser facilmente criados, teve certeza de que não poderia deixá-la escapar, era uma chance única na vida, uniria o útil ao agradável.

Quando decidiu quebrar por completo o reinado de Isor, não separou Helena da realeza a qual pertencia. Mesmo que a conhecesse há anos, não podia levá-la em consideração, afinal, o que poderia esperar de um ser humano com pais assassinados e criado por Isor? Nada de bom, digno e respeitável, no entanto, Sofia lhe convenceu a buscar informações antes de atacar toda uma país, disse que ele deveria considerar Isobel e sua bondade, alegou que ele possuía uma grande dívida a ser paga.

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