Capítulo 19

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 "E se você estivesse afogando no mar, eu daria meus pulmões para você poder respirar" ¹

 "E se você estivesse afogando no mar, eu daria meus pulmões para você poder respirar" ¹

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Helena girou a xícara de chá na mesa. Era estranho pensar que nunca gostou de chá, porém tomava por ter propriedades calmantes, o que possibilitava uma noite mais tranquila. As suas noites sempre foram repletas de pesadelos, por muito tempo foi uma verdadeira tortura dormir, até que gradualmente foi melhorando. A primeira noite que dormiu bem foi quando saiu do país. Era tão contraditório. Mesmo arriscando a sua vida e desconhecendo o rei, confiou o suficiente para dormir tranquilamente sob o seu teto. Direcionou os olhos a janela da sala de jantar. Sentia a forte sensação de estar presa.

Poderia ser apenas um efeito colateral de todos os acontecimentos. Estava cansada.

Olhou para Lorenzo comendo algum doce. Perguntava-se porque confiou em alguém como ele, por que o escolheu como um parceiro? O relógio marcava 4h20 da manhã. Não conseguia dormir e mesmo se esse fosse o seu desejo não poderia. Estava preocupada demais. Ao seu ver eram emoções e acontecimentos demais para tão pouco tempo. O ditado era verdadeiro: um problema nunca vem sozinho. Não poderia reclamar, estava viva.

No sótão mantinha-se acordada e em silêncio, mesmo que ele estivesse lá. Abraçou as próprias pernas sentindo frio. Como ele conseguia ficar calmo diante de situações como aquela?

— Você não deveria estar aqui. Passamos tempo demais sozinhos, ainda somos noivos.

Lorenzo sorriu sem tirar os olhos de um livro encontrado no baú.

— Querida noiva, seus funcionários não gostam de você e os meus soldados...— parou por alguns segundos — são fofoqueiros, porém entre eles. Além disso, se eu que sou o seu noivo não estiver presente quando precisar, que classe de homem serei?

Helena ergueu uma das sobrancelhas. Não entraria no assunto referente aos funcionários. De cabeça baixa reprimiu um pequeno sorriso. Algo lhe dizia haver feito uma escolha adequada, ou quase isso.

— Por que as pessoas têm tanto medo de você? Havia uma certa distância entre o baú, onde ele xeretava. Ela decidiu quebrar esse espaço. — Na maior parte do tempo é mais amável que perigoso.

Ele desviou os olhos rapidamente para a morena ao seu lado. Franziu o cenho diante da pergunta, apoiou o braço no divã, permitindo-se olhar por alguns segundos para Helena. Ela ainda não havia trocado as roupas de dormir, apostava que ela nem havia se dado conta. Não seria ele a desfazê-la do seu conforto. Isso era apenas mais um indício da sua desatenção.

— Amável? Estou construindo uma reputação há anos e você ousa destruí-la em uma única frase? Sinto-me ultrajado.

Ela gargalhou diante do sorriso repleto de cinismo.

— Desculpe. Estou apenas pensando sobre a sua fama. Você é um rei bastante poderoso, subiu ao trono aos 16 anos e surpreendeu a todos com sua inteligência. Muitos temem você. Como consegue fazer isso? Não tenho estômago para ser um membro da realeza. Escorregou no braço no divã.

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