Capítulo 57

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"Que os seus lábios me cubram de beijos! O seu amor é melhor que o vinho. O seu perfume é suave; o seu nome para mim é como perfume derramado. Nenhuma mulher poderia deixar de amá-lo" - Cantares 1:2,3

 Nenhuma mulher poderia deixar de amá-lo" - Cantares 1:2,3

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Helena passou os dedos pela última vez nos fios molhados. Olhou outra vez para o vestido verde estampado com minúsculas flores de cerejeira. Apesar de ter sido um presente do marido, não era exatamente o seu estilo, apesar de belíssimo e adorável. Este era o problema. Tinha apenas vinte anos, seu corpo era magro, em comparação com as mulheres do seu convívio, era pouco desenvolvida corporalmente. Então, ela como rainha, não optaria por usar trajes que reforçavam a aparência juvenil, mas do que realmente era.

Mas, claramente, havia exceções. Tinha dois problemas específicos para resolver naquele dia. Conversar com a menina que lhe pediu ajuda e o outro seria entender o que se passava com Lorenzo. Não podia ignorar o comportamento adverso. Seria hipocrisia dizer que esperava algo diferente. Por mais que não desejasse falar sobre o assunto, Dária era uma nobre da sua confiança, e Ani vivia sob o seu teto. Ele a resgatou das ruas e a pôs em contato com ele e com todos os membros do castelo. Poderia não ter dito, mas ela notou que ele sempre comia do seu prato quando era servida no quarto usado para tratá-la, evitava falar com Joana ou Tali. Nem mesmo Bather escapou. Cada pessoa do palácio teve seu momento de interrogatório, foi comprovada sua inocência, mas isso não desligou a cautela de todos naquele castelo.

As camareiras não fofocavam entre si, Joana e Tali se restringiam a prestar reverência, assim como Bather.

Pudera, a expressão de Lorenzo libertava a imaginação dos servos quanto ao que poderia fazer-lhes. Apesar de não serem diretamente responsáveis por seu envenenamento, eram responsáveis pela manutenção do castelo. Joana deveria estar mais atenta por ser a cozinheira chefe, Tali deveria notar a movimentação da irmã, a culpa inexata caia em maior peso sobre elas. Quanto aos outros, provavelmente estavam com medo de uma acusação injusta de traição, afinal, se um poderia trair o rei e a coroa descaradamente, os outros servos também poderiam.

De qualquer maneira, não fazia parte dos seus planos simplesmente perguntar. Estavam casados há seis meses. Sabia que ele fugiria. Pensando bem, ele já poderia ter feito isso enquanto ela se banhava. A questão era, precisava criar uma ambientação agradável.

Quanto a menina, Said estava cuidando dela em uma hospedagem aguardando uma ordem. Enquanto a fazia esperar, forneceu dinheiro ao guarda para lhe comprar roupas, comida e um quarto adequado. No momento resolver pendências com Lorenzo era mais urgente. Apesar de ser um adulto, tinha a estranha tendência irritante de evitar certas situações saindo de casa para resolver problemas menos importantes, como se isso pudesse neutralizar crises.

Aproveitou para olhar seu reflexo no espelho. Constatou parecer uma jovem inofensiva, mas sinceramente pediu aos céus para não aparentar ser uma criança. Seria detestável parecer assim aos olhos do esposo.

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