"Não tema, pois eu o resgatei; eu o chamei pelo nome; você é meu."
A vida é cheia de altos e baixos, erros e acertos, não somos perfeitos, não há como viver de maneira ideal, uma utopia, mas algo é certo nessa trajetória, há sempre a esperança e a p...
"Em silêncio, eu não posso esperar aqui em silêncio
Trabalhando uma tempestade dentro da minha cabeça
Nada, eu só fiquei por nada
Ouça o estrondo
Ouça a minha voz" ¹
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Não haviam gritos de alegria, não haviam pulos ou um grande jantar de comemoração. Todos estavam cansados, preocupados. Mas Anelise conseguiu algo para apaziguar os ânimos, ao menos ela esperava que fosse o suficiente. Como uma cidadã de Mar-Azul ela sabia cozinhar divinamente bem, então fez um convite especial a sua amiga e família, um jantar. Helena a olhou como se ela estivesse com sérios problemas, afinal, há poucos minutos tinham saído de uma reunião exaustiva organizando buscas às vítimas e as regras que deveriam seguir, se essas pessoas seriam repatriadas obrigatoriamente ou poderiam escolher para onde ir. Quem disponibilizaria médicos específicos para tratar a saúde mental, quais médicos seriam envolvidos, quanto gastariam, e se uniriam as finanças em prol da casa. Foi uma reunião demorada e especificamente detalhada.
— Você tem certeza que ninguém sairá morto daqui, Ane? Eu não gosto de ver sangue fora do corpo. — resmungou Helena pela terceira vez naquela noite. A princesa soltou um riso nasal sem coragem suficiente para dizer ter severas dúvidas quanto a isso. Acrescentou cubos de tomate esverdeado ao molho para a massa.
Olhando daquele ângulo, Helena percebia o quão utópico parecia. Como no passado, as três estavam juntas. Não como meninas assustadas com o seu futuro, fugindo do que seriam responsabilidades, entretanto, agora trabalhavam juntos fazendo uma simples refeição mesmo em altas posições em seus devidos reinos, mesmo envolvidas em problemas estavam juntas. Voltou os olhos para Aurora ao seu lado ajudando-a cortar mais tomates e outros vegetais como as variadas espécies de pimentões. Mesmo Lise fazendo o convite, não poderiam deixar uma gestante cozinhando sozinha. Além disso, era uma ótima distração.
— Aurora não ameaçou ninguém, eu diria ser um bom presságio.
Tudo parecia bem. Tarkin não olhou com desprezo para Aaron, e a briga de horas atrás não parecia ter influência alguma entre os ex-cunhados.
Na sala os ânimos estavam estranhamente controlados. Jerrin mantinha uma conversa agradável com Aaron, este ficou muito feliz em conhecer o esposo de Isobel. Quanto a Tarkin limitava-se do outro lado da sala ao lado de Lorenzo conversando sobre algo envolvendo medicina. Estavam nitidamente desconfortáveis, mas ambos tinham boas motivações para estar ali. Tarkin ainda pretendia afastar Aurora de possíveis confusões e Lorenzo não gostava da ideia de outras pessoas saberem sobre a sua pequena crise matrimonial, então, como esposo, não poderia deixar Helena em um jantar onde o único desacompanhado era um viúvo.
Como cavalheiros, todos ofereceram ajuda, porém foram seriamente rejeitados, especialmente por Aurora. Ela olhou para os homens por baixo dos cílios visivelmente ameaçando qualquer um que ousasse juntar-se a elas na cozinha. Parecia um animal selvagem.
