Capítulo 61

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" Seus lábios são doce como néctar, minha noiva; debaixo da sua língua há mel e leite(...)você é meu jardim particular, minha amiga, minha noiva, nascente fechada, fonte escondida. Seus renovos guardam um paraíso de romãs (...) A amada: entre em meu jardim, meu amor e saboreie seus melhores frutos."

— Você está hesitando? Devo lembrar a você o que acontecerá se mostrar a eles essa sua expressão de menino choroso?— o grande homem cerrou os punhos visando um  impiedoso soco no pescoço do garoto de olhos claros, a quem se dirigia, mas antes que ...

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— Você está hesitando? Devo lembrar a você o que acontecerá se mostrar a eles essa sua expressão de menino choroso?— o grande homem cerrou os punhos visando um impiedoso soco no pescoço do garoto de olhos claros, a quem se dirigia, mas antes que o fizesse ele o acertou certeiro no olho.— Você — o brutamonte conseguiu imobilizar o rapaz enforcando-o em seus braços por trás, enforcando-o — não pode esquecer de quem é se deseja continuar vivo.

— Se você não tirar os braços de mim, não verá o sol despontar no horizonte na próxima manhã. — rosnou. Um segundo depois o homem estava há dois metros longe dele respirando com dificuldade graças a batida de cotovelo em sua caixa toráxica.

— Sua família não o ensinou a respeitar os seus tutores, deus das sombras?

Os cabelos castanhos um tanto longos grudavam na máscara de ferro, alguns fios caiam sobre os olhos esverdeados heterocromáticos. Deus das sombras? Era um apelido de terrível mau gosto. Foi-lhe concedido após realizar seu primeiro trabalho como espião aos nove anos de vida. Era de fato muito habilidoso como observador, na arte de guerra e em qualquer outra coisa que pusesse suas mãos, mas chamá-lo "deus" era asqueroso. Há anos as nações da terra não possuíam ligação com deuses, mas ainda havia os mais apegados a crenças antigas.

— Queime no inferno! —rosnou entredentes. Furioso deu as costas ao homem que o ensinou a lutar durante os seus primeiros anos de vida. Gostaria que esa fosse a única lição memorável presa em sua mente.

— É assim que você trata os seus companheiros, seu irmão? Desta forma será mais difícil convencer os senhores quando a sua amiguinha voltar. Sou uma boa pessoa e não disse a ninguém que você a ajudou.

— Essa é a sua suposição, Túnio. É um ultraje ser acusado de tamanha desonra, eu sempre fui fiel aos meus irmãos.— respondeu sem importar-se em olhar para o rosto asqueroso do antigo mestre.

— De qualquer maneira — o alcançou — espero que ela jamais retorne, do contrário, servirá como prostituta. Eu serei o primeiro da fila, acredite, Eliot. — dito isso sorriu e bateu em retirada.

Ele não se incomodou ao dar ouvidos para ele. Valentina tinha suas limitações, porém era dona de grande sagacidade. Havia uma razão para ser tão magra. Desde os dez anos, quando aconteceu a primeira menarca, racionou a quantidade de comida, ingeriu o suficiente para não cair. Isso porque rejeitava profundamente a ideia de se tornar bonita, porque isso a levaria para o prostíbulo.

Eliot estava naquele lugar há anos, viu crianças boas e dóceis morrerem, observou o desespero de corações aflitos consumir o corpo, viu boas pessoas se transformarem em monstros assassinos... como ele. A corrupção não parecia ser uma opção nas minas e sim uma sina inalterável, mas, ainda havia aqueles que lutavam em silêncio por sua vida, sobrevivendo até haver uma oportunidade de viver.

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