Capítulo 78

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Um suspiro alto preencheu o quarto

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Um suspiro alto preencheu o quarto. O silêncio reinava no ambiente, exceto pelo som incômodo da caneta arrastando-se sobre a mesa usada por Aurora. Havia mais rasuras que palavras. Eram em sua maioria impropérios que não poderiam ser ditas por lábio algum, especialmente de uma dama, por isso os riscava. Deveria trocar de papel, mas não fazia por duas razões, economia de recursos naturais e o deixaria saber que ele o xingou, entretanto, não precisava saber como, certo?

A carta enviada por seu adorado noivo há alguns dias ainda estava em sua memória:

"Minha querida, Aurie

Conte-me, quais aspectos você quer para o local onde iremos passar a nossa lua de mel? Prefere verde, praia, calor ou frio? Devo preparar o seu enxoval ou você mesma fará? Eu adoraria, tenho certa dilação por aquelas coisas de renda, mas não a vi usar luvas. Deveria vir a Lanka e decidir por si mesma, apesar de garantir, o meu gosto é impecável.

Eu devo dizer, seu amiguinho de cabelos braços é um excessivamente irritante. Sinto dizer, por um acaso infeliz, ele soube — não por você, o que eu considere o correto — que eu sou seu noivo. Ele não ficou feliz, demorou acreditar em mim, por fim o fez. Você é uma criatura problemática, raio de sol. Como pôde esconder o seu noivado daquele jovem gentil demais para o próprio bem?

Acredito preciso cruzar com ele e receber olhares de pesar. Eu não sei se ele sente por mim ou por você sinceramente. Estou a ponto de expulsá-lo desse castelo. Eu já o teria feito se Anelise não estivesse grudada como um carrapato nele. O meu sobrinho, tão novo, caiu nos encantos do médico intrometido, move-se dentro de Lise quando ouve a voz dele. Eu devo mencionar que aquele rapaz ousou tentar atacar-me pensando que eu forcei você ao casamento. Eu precisei dizer que sou injustamente atraente demais e você muito ambiciosa. Diverti-me ao vê erguer os punhos para mim. Tolinho. Não o matei porque pensei no quão chateada minha futura esposa ficaria, pensando bem, Liz não ficaria nada animada.

Não ouse, ignorar minha carta, noivinha. Estou sendo gentil e adorável, leve isso em consideração. As minhas perguntas precisam de respostas. Esse será o seu único casamento, Aurora, faça o que desejar, contanto que me inclua, os meus cofres estarão a sua disposição.

Ps: não me faça implorar por atenção, Aurie, querida. Eu posso retribuir seu favor e você odiará.

Nota final: não é uma ameaça, querida. Venero seu corpo demais para causar-lhe qualquer dano.

Do seu precioso de estimado noivo,

Aaronʼʼ

Aurora não sabia o que pensar. Se precisava dizer algo, não precisaria escrever nada tão extenso. Combinaram de não se encontrarem, não incluía essencialmente conversas. Ela quase achou a mensagem interessante se ele não fosse um porco asqueroso, metendo-se a elogiar seu corpo de maneira tortuosa. Decerto o propósito dele era irrita-lá. Não era a primeira vez que ele lhe enviava mensagens, porém elas eram feitas de poucas linhas. Se bem lembrava a primeira fora:

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