Capítulo 54

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"Desde quando eu era criança ouvi falar de um Deus que abriu o Mar Vermelho, lutava pelos seus. Contra feras e gigantes, reinos e nações, e eu me encantava cantando Suas canções, mas o tempo foi passando e eu não quis ouvir, preferi seguir meus rumos, tentei de Deus fugir, mas no final do meu caminho não conseguia mais andar, e senti a Sua presença convidando-me a voltar"

 Contra feras e gigantes, reinos e nações, e eu me encantava cantando Suas canções, mas o tempo foi passando e eu não quis ouvir, preferi seguir meus rumos, tentei de Deus fugir, mas no final do meu caminho não conseguia mais andar, e senti a Sua ...

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Lorenzo descansou a cabeça nas mãos. Puxou o fôlego com força.

Talvez, apenas talvez isso a ajudasse a manter a mente equilibrada. A última vez que ficou tão nervoso fora há dez anos quando tantas fatalidades aconteceram simultaneamente, mais rápido que uma mente adolescente consegue acompanhar com sabedoria.

Seria errado admitir o que sentia naquele momento? Raiva, nervosismo, apreensão.

Duas horas se passaram desde o momento que voltou para o castelo depois de um dia ocupado. Durante o transcorrer de horas esteve mais que ativo. Prometeu a Helena que estaria ao lado dela quando acordasse, assim que ela o chamasse, caso ainda não estivesse lá, por isso enviou cartas, e respondeu muitas delas.

Como imaginou, os outros países não ficaram nada contentes quando souberam do atentado à vida e liberdade de outros cidadãos, independente do território que ocupava. Kirion, rei do imponente país Luminus, expressou sua preocupação com o relato. Lorenzo não esperava nada diferente, a país tinha uma péssima e longa história relacionada á escravidão, uma história que desejavam esquecer.

Isor deixou de ser um problema seu e da família, para um estorvo em grande escala. Kirion era um rei arrogante, mas tinha como desejo proteger o seu povo, não era uma preocupação como Aaron.

Por dez anos a distância entre os dois reis foi mantida. No passado, eram bons amigos, afinal Aaron era a noivo de Rebeca, e ela não escolheria um mal companheiro de vida. Lorenzo reconhecia o quão prejudicado foi com a morte dos irmãos e quão difícil foi para ele cuidar de um reino, milhões de pessoas, quando estava tentando se recuperar, manter a própria sanidade, mas com o tempo aprendeu a lidar com a saudade e dor. Aaron simplesmente perdeu a parte da sua personalidade que Rebeca se apaixonou. Não podia declarar exatamente o que sua irmã via. Certo que ele era um jovem por demais habilidoso em questões políticas, especialmente em guerrilharia por ser filho de um grande general de Lanka, morto pelo antigo rei apenas porque o superou em respeito e honrarias. Era um bom homem naquela época. Entretanto, a morte de Rebeca abriu um leque para muitas mudanças, incitou a raiva a tomada dos reis de Andorra e Lanka.

Aaron desmoronou. Fez inúmeras ameaças à Lorenzo, afirmando que ele sabia o que aconteceu a Rebeca e como, mas se negava falar sobre os responsáveis. O acusou de ser conivente com os assassinos da irmã e tantas outras barbaridades que resultaram em uma briga com direito a sangue escorrendo do nariz de ambos. O último contato antes do incidente com Anelise fora quando as tropas de Andorra tomaram Lanka e colocaram na tropa como pedia o acordo feito entre eles há muitos anos.

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