Capítulo 77

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Helena despejou a sopa de abóbora no prato da última pessoa

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Helena despejou a sopa de abóbora no prato da última pessoa. Havia algo que aprendera a fazer para distanciar-se dos problemas que não poderia resolver. Estava seriamente pensando em retornar a Andorra após ver alguém que não estava ali na arena. Talvez fosse uma imagem da sua mente, talvez algo maligno, mas o fato era, quando ela piscou os olhos as sombras já não estavam lá. Por isso, vestiu um simplório vestido, despindo-se das suas joias e sapatos caros e cavalgou — mesmo sob os protestos dos seus soldados — até a zona vermelha, a área mais pobre da cidade. Apesar de estarem sob constante vigia, tanto pelo índice criminoso quanto endemias. Achou por bem unir-se a distribuição naquele dia. Como companhia tinha Lana e Aurora, nenhuma fez questão de perguntar se a amiga queria alguma companhia.

— O que faremos depois disso? Uma noite festiva parece-me uma boa opção. — sugeriu Aurora retirando a touca que prendia seus cabelos.

— Acredito que até mesmo você, cara Aurora, detestaria as festas que acontecem aqui fora da área nobre. — avisou Lana. Helena imediatamente acenou em concordância. Em sua fase adolescente saiu do castelo sem ser notada e foi divertir-se. Para sempre a imagem de uma taverna às 3h da manhã ficaria em sua mente, por vezes atormentando seus sonhos. Nunca pensou que pessoas bêbadas poderiam perder tanto o pudor daquela maneira.

— Quero dançar, há muito tempo não o faço.— fez bico. Não gostava de dançar para outras pessoas, mas mover o corpo conforme a música era libertador, sempre foi. Lembrava das longas noites que a dançar em seu quarto em Mar-Azul junto ao nascer do sol. Não poderia descrever a sensação deliciosa aquecendo seu coração. Não que tivesse uma divindade para adorar, mas, naquele momento, ousava pensar que o Deus daquela nação, aquele mencionado com tanto afeto, sorria para ela. — Podemos fazer uma noite apenas entre nós e alguns servos e soldados, parece-me seguro e adequado.

— Não sei se funcionaria. Eles são cautelosos ao nosso redor, pode ser muito desconfortável para eles, não?

— Podemos tentar. — sugeriu Lana. — Estamos precisando de uma animação. Com "estamos" eu quero dizer "vocês". Sinceramente, garotas, vamos colocar um sorriso no rosto porque vocês são lindas, ricas, poderosas, donas de parte do mundo e detentoras dos maiores exércitos da atualidade. — bufou. — Ah, quer saber? Eu sei qual o problema de vocês. — as duas nobres se encararam pensando o que seguiria dos lábios de Lana.— Ausência de um noite boa com seus parceiros. — foi pior que Helena imaginava.

O queixo da rainha caiu diante de tamanha ousadia. Desde quando dera intimidade para falar sobre assuntos como aquele? Especialmente quando havia pessoas ao redor. Tudo bem, os soldados que as auxiliaram provavelmente aprendiam a manter a postura mesmo ouvindo absurdos, mas ainda assim não era para dizer coisas como aquela.

— Essa sua teoria é falha, eu não tenho parceiro algum, ele está perdido em algum lugar no futuro, não no presente ou no passado. Para Helena pode ser ou... — mordiscou o lábio inferior, enfatizando ainda mais a pausa dramática. — ela pode estar gravidinha. — Helena pensou que não poderia ficar mais abismada, estava errada. Há muito tempo um vinco como aquele não se formava na testa dela. — As mudanças de humor conferem.

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