Capítulo 79

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"Então Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: "Senhor, quantas vezes deverei perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?" Jesus respondeu: "Eu digo a você: Não até sete, mas até setenta vezes sete."¹

Ódio era um sentimento ameno para descrever o que se passava no coração de um rei furioso

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Ódio era um sentimento ameno para descrever o que se passava no coração de um rei furioso. A qualquer momento, ele sabia, acabaria explodindo. A cada momento fazia uma prece silenciosa a Deus para manter sua voz e mente sob controle. Qualquer ser vivo ao redor de Lorenzo percebia, ele era como um arco em manejo pronto para lançar flechas.

Andando na direção do grande castelo de Albânia dentro da carruagem observava o ambiente. Não gostou de estar ali uma segunda vez em tais circunstâncias, a procura de um fugitivo, certamente estava se desfazendo de raiva por perdê-lo.

— Ela já está à nossa espera? — questionou a Tecan, responsável por solicitar a presença da esposa do seu rei.

— Não, senhor, ela disse ter um compromisso inadiável, mas que o receberia assim que ficasse livre. Ao que eu soube, há uma certa comoção no castelo do rei, Aaron está aqui a pedido de Aurora, e Helena está cuidando pessoalmente de um homem doente, o mesmo que trouxe uma criança acolhida pelas por Helena e Aurora.

— Outra criança? — Lorenzo soltou um suspiro cansado. — Neste caso, mude a rota, vamos para onde minha esposa está.

Tecan, olhando-o desviou o olhar para a janela, sentindo o desconforto subir por sua garganta.

— A rainha especificou, não deseja a sua presença, mas nos disse onde estava, uma pensão acompanhada de Aurora e os soldados lhe designados.

Lorenzo tirou o antebraço da janela, seus olhos brilharam com fúria.

— O que acabou de dizer? A minha rainha rejeita a minha ordem por qual razão? — Tecan encolheu os ombros ao notar as narinas do rei inflamando-se, o peito subindo sob o tecido grosso da capa envolvendo-a.

Apesar do tom controlado e suave, não fazia jus a sua raiva. Por dias os soldados andavam sobre cascas de ovos, temendo o humor do rei, logo conseguiram entender aquela reação, a rainha não estava presente. Pensaram haver algo errado quando as cartas da rainha não chegavam como no passado durante as viagens, mas não ousaram demorar seus pensamentos nisso, sequer comentaram.

— Ela pediu para ter paciência, majestade, insistiu para que não aparecesse, logo o encontraria, Jhon repetiu as exatas palavras "deixe-me fazer isso a sós, confie em mim".

Lorenzo abaixou o olhar tentando entender porque tais especificações. Ela a deixaria a sós se de fato tivesse compreendido a razão, mas tudo que enxergou foi a sua jovem esposa tentando esconder algo dele. A compreensão caiu sobre os ombros rígidos. Por um segundo uma tola possibilidade lhe passou pela mente. O pedido de Helena era muito específico. Por que ela pediu sua ausência considerando alguma intervenção da sua parte? Suspirou já sentindo uma veia nervosa saltando em sua testa. Por que seus instintos indicavam perigo? Seria tolo se não ouvisse, temia que a sua adorável esposa continuasse com a sua incrível habilidade de se colocar em perigo.

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