Capítulo 81

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Jerrin soltou um longo suspiro

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Jerrin soltou um longo suspiro. Olhava para o teto do seu escritório, respirava com cuidado, atenção, porque cada minuto era extremamente precioso. O homem diante dos olhos o encarava sem qualquer resquício de emoção. Não podia dizer que aquele garoto era de fato sociável, mas sempre encontrava uma maneira de irritá-lo, tirá-lo do sério com seus questionamentos tolos ou suas piadas irritantes sobre roubar sua filha.

— Estou preocupado com você, Lorenzo. Quando foi a última vez que comeu?

— Estou bem, Jerrin. Tenho me alimentado bem. Não deveria estar ocupando a sua mente com isso.

— São 3h da manhã, você precisa dormir e já, não pode fazer com pouca energia.

— Está me pedindo para ir dormir quando a minha esposa está desaparecida em algum lugar desse país asqueroso? Como eu poderia?

— Você quebrou o nariz de um soldado essa manhã. Não dorme há duas noites. Você precisa estar bem por ela. Seu comportamento está se mostrando cada vez mais violento em uma quantidade de tempo muito curta.

— Então está me repreendendo por algo assim? Deve estar esquecendo algo importante vossa majestade, eu não sou um jovem adolescente há muito tempo, eu tenho consciência dos meus atos. Não preciso de repreensão.

— Você quebrou o nariz de um dos meus soldados, não posso permitir que algo assim passe sem a minha intervenção. Contenha-se, Lorenzo, você precisa fazê-lo, do contrário poderá cometer um erro impossível de consertar. Confio em você, soube o quão bem lidou como seu passado. Eu devo admitir, foi de grande maturidade da sua parte. Você precisa manter-se firme.

Olhar para Lorenzo era enxergar uma cópia mais jovem e possivelmente melhorada de Bernardo. Mesmo sendo seu genro, o que o deixava irritado por vida, não poderia desconsiderar o fato, aquele era o filho de um grande amigo, de certa forma sentia-se responsável por ele.

Voltando dos mortos encontrou duas crianças crescidas e capaz de resolver seus problemas, adultos. Não pode deixar de pensar o quão feliz Bernardo ou Tamires estariam se pudessem ver o filho crescer e tornar-se um bom governante, encontrar uma boa esposa — porque a sua filha era uma excelente esposa e ele não precisaria conviver muito com os dois para sabê-lo. Sabia disso apenas a observando durante o tempo que permaneceu em casa, mesmo tensa e magoada ela não falou uma única vez contra o marido, apesar de evitar sobre ele, as pupilas escuras dilatavam ao mencionar o esposo. Como pai, seria hipócrita ao dizer que viu com bons olhos a atitude do genro ao concordar com a ideia da filha em ir viajar, mas não diria nada. Não lhe dizia respeito. Confiava que os dois escolheriam o que era bom para ambos, afinal, diferente dele, tinham uma noção completa do problema.

De alguma maneira sentia-se responsável por ele. Como ninguém entendia, sabia o que se passava por sua mente, culpa, medo, tensão, ansiedade. A esposa dele estava desaparecida, seus esforços não eram o suficiente para ajudá-la. O tempo na prisão deixava, as experiências dolorosas não deixavam espaço para qualquer esperança dela estar bem. Quanto mais o tempo passava, pior a situação ficava.

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