Capitulo 13- Parte 2

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— Pode me servir de acompanhante? Precisamos ir à floresta

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— Pode me servir de acompanhante? Precisamos ir à floresta. 
O jovem soldado, ao seu lado a todo momento, assentiu positivamente. 

— É claro, alteza, mas eu devo avisá-la que não é seguro sair do palácio em momento algum, especialmente essa hora da noite. 

— Eu sei.— pegou uma capa acinzentada que numa poltrona, era o suficiente para cobrir seu corpo e cabeça.— Por curiosidade, acaso fala com Lorenzo dessa forma?— trancou o recinto ao atravessa-lo.

Logo no navio havia identificado-se com Jhon, então durante aquele dia a convivência foi tranquila. Ele mesmo não se incomodava com os protocolos que deveria seguir ou dirigir-se a ela, aquele conselho era a prova viva disto. 

— Depende do momento. De acordo com ele sou muito jovem para prestar conselhos.

— Provavelmente eu e você temos a mesma idade, seu conselhos deveriam ser-me válidos?— arqueou as sobrancelhas falsamente desconfiada.

— Certamente alteza. Especialmente porque tenho a sensação de que se eu deixá-la morrer, serei torturado da pior forma possível.— passou as mãos nos seus braços dissipando o frio que lhe passou pela espinha ao imaginar algo daquela natureza.

Helena gargalhou vendo-o rapidamente mudar de cor para tons mais brancos. Analisou as pessoas a sua volta, os funcionários andavam nervosamente de um lado para o outro. Mais tarde lembraria de conversar com eles, se tudo desse certo, mudaria algumas coisas ali. Regras deveriam ser mudadas. 

Por questões de segurança saíram às escondidas pelas portas dos fundos. Ela sabia por onde deveriam ir, o caminho da estufa. Enquanto seguiam por entre o jardim abandonado, Helena perguntou-se à quanto tempo não ia para lá. Talvez três meses ou mais. 

—  Por misericórdia, que lugar é esse? Parece um cenário digno de inspiração para leituras de terror.— apontou para um balanço, este movimentava-se graças ao vento morno da noite, fazia um grande barulho de ferramenta enferrujada. 

Naquele exato momento o som de algum galho quebrando se fez presente. Jhon agiu rapidamente, mesmo no escuro desembainhou a espada e apontou para os grandes arbustos entre as árvores. 

Helena uniu as sobrancelhas surpresa por não ter notado que havia alguém ali. O jardim esquecido era um pouco mais distante da área de moradia, ficava após vários jardins, tomado por árvores mortas, vivas e tomando até mesmo o piso. 

—  Como entrou aqui? 

— Como disse uma vez, conheço esse castelo como a palma da minha mão. Quis me certificar que estava bem— olhou para a lâmina afiada e reluzente próxima demais do seu pescoço.— Jovem, pode girar essa espada para outro local? 

Jhon olhou questionador para o homem. Que tipo de pessoa descente aparecia no palácio pelos fundos sem importar-se em notificar a segurança do local ou avisar a própria princesa da visita. Decerto era um homem bem próximo, mas quem seria ele? Ela pediu para que ele a baixasse a espada e assim foi feito. Notou que Lorenzo estava certo ao instrui-lo, a segurança era de fato falha. 

Helena o abraçou rapidamente, gerando uma estranheza ainda maior em Jhon. Não deveria, ela havia rejeitado o pedido de casamento a não ser que a carta enviada fosse uma retratação da sua escolha. Perguntaria sobre o assunto, mas não queria ser tão intrometido. De certo modo, ela perderia com aquela união, porém ganharia na mesma proporção. 

— Estive preocupada. Estava indo procurá-lo agora. Você está bem? Me informei com soldados e até mesmo os meus funcionários, mas não soube do seu paradeiro ou  da vila. 

A pele negra do homem parecia reluzir a luz do céu recheado de estrelas, era um homem alto e aparentemente forte. Já não era jovem, os pelos esbranquiçados na barba era a prova viva dos anos que estava na Terra. 

— O que houve com o seu antigo soldado de confiança?— analisou o soldado pouco feliz ao lado de Helena.

— Muito aconteceu, senhor Afonso.— soltou um suspiro inquieto. — Esse é o Jhon, é o meu auxílio de Andorra por alguns dias. Está mesmo bem? 

O homem concordou maneando a cabeça rapidamente. Afonso era um bom amigo, um ancião dos cristãos, isso significava que ele era o líder espiritual do grupo que havia ali em Albânia, também foi um servo no palácio durante anos no reinado do rei Jerrin, porém quando Isor subiu ao trono se recusou a continuar no palácio. 

Apesar de Helena estar surpresa pela invasão, estava mais feliz por ele estar bem. Era de fato um alívio. Perguntava-se onde todos haviam se escondido, havia enviado equipes de buscas por todo o reino, porém nada encontraram. 

— Estamos todos bem. Fomos alertados da ira do rei e dos esforços para nos deixar seguros diante das ameaças. 

— Como poderiam saber? — perguntou desconfiada. As notícias corriam tão rápido ou seria mais uma das situações fora da lógica.— É mais uma das situações cristãs, incompreendidas logicamente?

Afonso sorriu ternamente. Viu aquela menina diminuta correndo sempre atrás do pai como uma aluna obediente pronta para ser ensinada no ofício. Olhando para os seus longos cabelos castanhos e rosto bem feito, via a perfeita mistura de Isobel e Jerrin. Helena era junção da ousadia da sua mãe e bondade do seu pai. Imaginava o quão orgulhosos estariam se pudessem vê-la ali, crescida, jovem e forte. Jerrin ficaria encantado certamente. Ela era a sua garotinha, uma das razões pela qual desmarcava importantes reuniões e passava noites em claro para ouvi-la contar sobre o seu dia de brincadeiras.

— Nada que envolva um mar sendo aberto, estou certa? 

Outra vez o velho homem gargalhou. Poderia dizer que a jovem tinha uma pitada de curiosidade nata. 

— Não. Dessa vez envolve sonhos. No entanto, não é por isso que eu vim aqui, querida. Precisava saber como estava— segurou as mãos da princesa numa concha fechada. 

Helena acenou a cabeça positivamente incitando-o a falar. Não era uma cristã, apesar de acreditar no Deus deles, ao seu ver, era uma teoria aceitável,  porém não diria que era uma cristã. Acreditava haver uma diferença entre ela e aquelas pessoas. Não tinha dúvidas que Ele se importava com elas, afinal eram fiéis, boas o conheciam verdadeiramente. Comparada aos cristãos, ela não estava na lista de prioridade de quem seus amigos chamavam de Pai.

— Nós ficaremos bem.— deixou a mostra seus dentes perfeitamente brancos.— Quero dizer para fazer boas escolhas. Confio em você para isso. 

Um nó formou-se na garganta de Helena. Agradeceu aos céus por suas mãos estarem abraçadas, caso contrário, estariam tão vacilantes quanto as batidas do seu coração. 

Como iria saber qual era a decisão certa? Ao seu ver, já não era essa a situação. Existia melhores saídas, mas a decisão certa não parecia se encaixar naquelas ocorrências. Estava tentando ser forte, estava tentando não ser fraca e covarde, mas, as vezes, o medo parecia sobressair à sua coragem. 

Aquele era um claro momento. O modo como Afonso aconselhava parecia uma despedida.

— Eu sei que confia.—arrebitou o nariz na tentativa de recuperar o controle de suas emoções.— Mas isso não quer dizer que vai deixar de me presentear com seus valiosos conselhos, certo?

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