Capítulo 75

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"Portanto ide e fazei discípulos de todas as nações (...)" - Mt 28:19

 — Sinto muito, Valentina, não encontramos nada

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 — Sinto muito, Valentina, não encontramos nada.

Aquela era a segunda vez naquele dia que seu escritório recebia a visita da menina mirrada a e loira. Pela segunda vez Lorenzo dizia que não tinha notícias do seu amigo ainda. Não era uma completa verdade. O filho bastardo do duque deixou prováveis rastros junto aos supostos servos ainda desaparecidos. Já passaram por isso uma vez, Isor escondeu-se em alguns reinos — confissão dele — e foi protegido por eles, Litur e Idila. Por ora, a Corte de Honra escolheu não tocar nestes reinos, esperariam um pouco mais, enquanto isso, enviavam espiões para coletar todas as informações possíveis por todo o país.

Provavelmente o amigo mercenário de Valentina estava pronto para matar qualquer um dos grandes reis ou seus simpatizantes. Ele costumava ser uma pessoa prática, mas não viu vantagem alguma contar a jovem o que sabia ou dizer a ela que Eliot era uma pessoa fora de alcance ou destinada à morte por estar disposto a matá-los, se fosse diferente ele poderia recorrer a qualquer autoridade. A notícia da morte do duque de Wellington foi difundida propositalmente, para lembrar a todos que a paz, mesmo sendo mantida através de esforço, não simbolizava fraqueza entre os reis, e caso eles esquecessem disso, seriam forçados a relembrar.

Tomás observou a garota sair do escritório na companhia de Said, nitidamente desanimada. Viu o amigo inclinar as costas na cadeira, cansado das viagens recentes, tanto pelo país, quanto encontrando-se com reis em territórios de antigos aliados como Peora, especialmente Mar-Azul, local conhecido por sua rejeição à violência e guerrilhas. Foram cinco semanas exaustivas para os senhores do castelo. Não sabia como, mas Helena, mesmo distante manteve suas funções ativas. Até onde sabiam, há cercada de três dias a rainha convidou senhoras de todas as partes de reino, apenas mulheres, para uma festa no estilo de real, capaz de durar mais de uma semana. A razão era simples, gostaria de entender mais sobre as líderes vizinhas ao seu redor. E como rainha de um país rico como Andorra, não houve uma capaz de rejeitar um convite tão importante.

— Mais alguma carta de Albânia?

Não poderia descrever com exatidão como foram os últimos dias no castelo. Talvez começaria dizendo o quanto suas cozinheiras estavam ansiosas pelo retorno, porque prepararam uma comida especial para a rainha. Não para ele, para a rainha que foi a uma reunião tão importante pela primeira vez e estaria cansada. Elas desejavam agradá-la. Percebeu o quão preocupadas estavam porque Bather preparou um banho de sais e rosas no banheiro da esposa, apenas para ajudá-la a relaxar. Sofia e Tom os esperava com uma memorável novidade, o castelo ganharia um novo habitante em alguns meses. Helena certamente ficaria feliz. Apesar de querer passar em média dois anos sem filhos, Helena demonstrava gostar de crianças.

O primeiro dia foi estranho sem ela, parecia silencioso e pacato, mas, ele logo se ocupou. Tinha muito trabalho a ser feito. Após uma semana chegando no castelo e privando-se no quarto ele voltou para casa após um dia cansativo. Estava sujo de sangue por estar em interrogatório nas celas, suas mãos estavam sujas, seus pés cansados, sua mente pedindo um pouco de silêncio porque estava repleta de gemidos, lamúrias, pensando remoendo o choro das crianças recém chegadas em Andorra assim como seus olhos apavorados.

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