Capítulo 82

156 18 17
                                    

" Livre-se de toda amargura, raiva e raiva, brigas e calúnias, junto com todas as formas de malícia. Sejam bondosos e compassivos uns com os outros, perdoando-se uns aos outros, assim como em Cristo Deus os perdoou." ¹

Dois olhares de pessoas feridas em diferentes áreas

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Dois olhares de pessoas feridas em diferentes áreas. O olhar de um garoto jovem demais para sentir tanto ódio, jovem demais para viver coisas tão horríveis. Ele era apenas um garoto e deveria pensar e agir como um. Não estar empunhando uma adaga rente ao seu pescoço.

— Oh, você está apavorada, não está? Não posso mentir, sinto-me realizado. Será rápido, eu prometo... — gargalhou. Sim. Tudo estava bem. Não importava o preço a ser pago por isso. Uma única vez estaria livre para realizar um desejo, ser tão justo quanto poderia. — A minha irmã costumava dizer: feito com razão, resultados sem arrependimentos. Sua vida saiu como planejou? Diga-me que sim. Espero que não tenha qualquer arrependimento, Elie, ao fim da minha posso garantir, certamente não os tenho.

— Ah, Deus. — os olhos castanhos arregalados não escondiam de modo algum o terror. Essa não era sua pretensão, nem mesmo conseguia pensar nisso. — Ah, meu Deus. Ezra?

Olhos verdes como esmeralda polida, um brilho que remetia ao transparente. O peito da rainha batia tão veloz quanto os galopes de um cavalo desgovernado. Algo era certo, estava tão desesperada quanto.

As mãos presas às costas suavam, tremiam. Ela não podia acreditar. Não existiam possibilidades... talvez sim. Deveria ser uma peça desconectada da sua mente. Um pesadelo ultrapassando as paredes do inconsciente, transformando-se em uma imagem palpável. Parte dela dizia: "isso é bom, ele está vivo", mas não era. Não conseguia sentir-se feliz por isso e isso a atingiu como um choque, reafirmando o quão maldosa poderia ser. Por que não, não era bom.

— O que eu devo dizer a sua família? — a lâmina fria encostou em sua pele. — Eu soube que é casada, diga-me o que devo dizer a ele, você tem pouco tempo, rainha Helena de Albânia.

— Não. — engoliu em seco — Não faça isso. Eu não entendo porque você nunca procurou ninguém, porque não fugiu e porque não o faz agora tem uma oportunidade, mas você deve lembrar da sua honra. Seus pais foram grandiosos, Rebeca não diferiu, e o seu irmão... — o tapa desferido em seu rosto forçou a calar. Desta vez, forte o suficiente para derrubá-la no chão.

— Como você ousa mencionar a minha família? Honra? Que honra, vossa majestade? Acredita que isso ainda existe? Você acredita que eu tive alguma possibilidade de sustentar uma dita dignidade? Tem alguma mínima noção do que fez? Procurar por alguém? Quem eu deveria procurar, Helena? Você? Você causou tudo isso, rainha Helena Ayala Hardim!

Então ele quebrou aquela parte do seu peito que possuía a esperança que a afirmava que ela era inocente. Poderia não tê-lo matado, mas a raiva transbordando em seus olhos era um indicativo a verdade. Era, sim, culpada. Era ali que a sua infelicidade vinha, transbordando o egoísmo que tentava livrar-se. Ezra estava vivo e isso significaria absolutamente a sua morte. Aos próprios olhos seria justo, mas ela não desejava morrer. Queria ter mais tempo com o seu pai, mais tempo com Lorenzo, adoraria ver Aurora casando-se com Aaron, o pequeno bebê de Lise nos braços. Planejava criar seus bebês ao lado do homem que amava. Teriam três filhos. Dois meninos e uma menina, Melissa seria o nome dela como Lorenzo sugeriu.

Caminhos de ReisOnde histórias criam vida. Descubra agora