Capítulo 40

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"Eu construí uma muralha aprendi a viver só. Fiz da vida um cercado pensando no meu bem, mas então o disfarçado e confuso e o amor foi chegando e se organizando para ficar."¹ 

O inverno rigoroso batia às portas, invadia todo o país pelas pequenas frestas

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O inverno rigoroso batia às portas, invadia todo o país pelas pequenas frestas. Era um frio pavoroso de fato. Tamires se encontrava assentada na poltrona, ao lado de sua miga, ambas com seus belos vestidos ricos e aquecidos conversando sobre tudo o que lhes vinha à mente. Mais perto da lareira as crianças comiam bolo chá, brincando, ora conversando quase como adultos. Em determinada hora apenas Lorenzo e Helena ficaram ali, comendo o que lhes era oferecido sem pensar duas vezes.

— Um terceiro príncipe, ou princesa certamente agradaria a todos. Tenho certeza que a ti também.

— O quê?— Tamires olhou para amiga como se ela fosse uma louca inescrupulosa.— eu tenho dois filhos! Já é o suficiente.

— Ah! Por favor, deixe de drama! Seus filhos são pequenos adultos. Olhe aquilo!— apontou para o príncipe com um aceno de cabeça. O menino dividia o seu pedaço de bolo com Helena, assombrosamente comentava sobre o tempo e como ele estava rigoroso naquele ano.— Será bom para você ter uma criança que age como uma. Assim teria alguém para comentar o quanto são trabalhosas. Ah, não!—o rosto de Isobel se contorceu em puro desânimo vendo a miniatura de Tamires e Bernard de olhos arregalados com o rosto coberto de cobertura de bolo.— Helena, o que está fazendo? A resposta de Helena quanto a sua atitude foi a melhor que um ser humano racional poderia oferecer.

— Olhe para ele mamãe! Os olhos dele ficam muito mais bonitos com essa cor e textura no rosto.

— Sua filha é maluca.— o pequeno piscou indignado. Como ela pudera fazer algo tão mal-educado?— Meus olhos ficam bonitos a luz de qualquer cor.

— Eu não sou boba, sei disso. Não pode se exaltar com uma donzela, sabia disso? Não é cortês.— a mocinha de cinco anos cruzou os braços como uma verdadeira princesa mimada e cheia de vontades.

— Não é cortês me sujar, isso não é nada cortês! Minha mãe, — arfou pôs de pé irritadíssimo. As duas mulheres ergueram o cenho franzindo os lábios. Ele era tão adorável vestido num terno perfeitamente alinhado com posse de um nobre. — eu já decidi, não quero irmãos! Imagina se ele for como ela? Eu enlouqueceria. Fique apenas com dois, garantirá paz eterna nessa família, sem discussões. Recuso-me a conviver com um ser humano sem qualquer bom-senso.

— Reclame o quanto quiser.— Helena foi em direção a Tamires e sentou em seu colo.— O tio Bernardo disse que se casará comigo.

— Mãe!— suplicou já beirando o desespero. Crianças eram sempre tão irritantes? E assustadoras? Aquela ali era. Nem sequer tinha tamanho, mas era cheia de ideias e algumas delas perturbadoras, como aquela. Lhe causava arrepios. Fugia dela sempre que possível, mas naquele momento sua adorada irmã disse que iria pegar biscoitos. Como ela pode lhe trair daquela forma?

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