"Seu amor uns pelos outros provará ao mundo que são meus discípulos".—João 13:35
De todos os momentos em que Helena poderia ter quebrado a imagem de princesa perfeita, aquele foi o pior. Se perguntava se a palavra " vergonha" poderia descrever o que ela sentia no momento. Se não fosse por Lana, estaria em piores lençóis.
Naquele noite, um dia depois do acontecido com o distinto homem, Helena estava no jardim do palácio. De coração desejava ficar reclusa em seu quarto para não correr o risco de encontrar ninguém.
O farfalhar das folhas indicou uma aproximação. A jovem ergueu o olhar na direção do som, não ficou surpresa quando o viu. O homem que tinha acertado um belíssimo tapa e que coincidentemente era o rei. Ela até tentou ver uma rota de fuga, mas era tarde demais, ele a tinha visto olhar para ele. A sua melhor opção foi sair do banco do jardim e prestar uma reverência. O que mais poderia fazer?
Teve certeza que suas bochechas adquiriram um tom mais rosado ao relembrar o constrangimento passado na tarde do dia anterior.
Depois que o vaso se despedaçou, a moça partiu para cima do homem cobrindo-lhe de tapas e chutes. Ele se defendia, mas, em dado momento, ela conseguiu acertar-lhe o nariz, forte o suficiente para ele virar o rosto, visto que nenhum dos tapas ou socos surtiram efeito. Logo a senhora Bather apareceu, quando visualizou a violência para com Lorenzo arregalou os olhos assustada. O que raios estava acontecendo ali afinal?
— Pela misericórdia, o que está acontecendo aqui? O tom de voz da senhora fez Helena retesar de susto, porque não a tinha visto e alívio? Não acabara de para um ladrão? Há quanto tempo ela estava ali?
— Senhora Bather, que bom que está aqui, esse homem invadiu o palácio, precisamos avisar os guardas
Bather apertou o ossinho do nariz sem saber como tiraria a senhorita daquela situação confusa e embaraçosa. Lana surgiu naquele momento, olhando confusa para os três.
— Alteza, não houve tempo para apresentações.— apontou para homem vestido de preto— esse é o nosso rei Lorenzo Beaumont, não é nenhum invasor. Lana, acabara de chegar no local, com uma rápida analise, percebeu que Helena tinha feito algo de errado e agiu rápido.
— Alteza, não deveria estar fora da cama, sente-se bem da sua febre?— questionou Lana numa falsa preocupação.
Helena pôs a mão na testa para se certificar da sua alta temperatura, ligeiramente tomando consciência da rota de fuga.
— Ainda não tenho certeza, minha cabeça está explodindo.
Foi assim que ela escapou de uma explicação constrangedora. Mas ela não podia ser totalmente culpada, podia? Nunca o tinha visto por completo. Como poderia saber?
A questão mais preocupante não foi passar por uma situação vergonhosa, e sim estapear o rei, isso era sim um problema, porém ela não foi para Andorra apenas por ir, ela tinha planos e precisava de ajuda para concretiza-los e precisava da simpatia do homem.
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Caminhos de Reis
Spiritual"Não tema, pois eu o resgatei; eu o chamei pelo nome; você é meu." A vida é cheia de altos e baixos, erros e acertos, não somos perfeitos, não há como viver de maneira ideal, uma utopia, mas algo é certo nessa trajetória, há sempre a esperança e a p...