C A P Í T U L O 10

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OLIVIA GREY

  Morgan está fazendo a maior festa no carro, cantando ao som de "Umbrella" da Rihanna. Ela disse que tem músicas certas para tocar no carro, e quando eu tentei colocar alguma do Maroon 5 ela me bateu, literalmente. Um tapa na mão.

  Morgan saltita encima do banco enquanto canta: "Because, when the sun shines we'll shine together". A boa coisa é que esse carro não é meu e sim do meu pai.

  Se fosse meu ela provavelmente ela estaria na rua, um carro é muito caro para ficar dando pulinhos encima do banco de couro.

  Nunca pensei que estaria nesse situação de agora: Dirigindo o carro do meu pai que me abandonou, com a minha meia irmã que é fruto de traição, e dirigindo em direção á casa que essa família linda mora.

   Eu estou feliz com a situação que estamos agora. Quando aceitei vir para Montreat para estudar pensei que brigaria o tempo todo com eles, sério, o tempo todo.

  É bom saber que a gente tá evoluindo ao ponto de não se odiar, bom, quase.

  Eu não odeio Morgan e nem Alisson, as duas não tem culpa do meu pai ser um fudido do caralho. Mas ele? Eu o "odeio".

  Odeio entre aspas, eu queria tanto mas TANTO odiar ele, mas é impossível.  Ele é meu pai, é impossível odiá-lo.

  Abro o portão com o pequeno controle preto e estaciono o carro. O carro de Alisson ou do meu pai não estão na garagem, eles ainda estão trabalhando.

  Meu progenitor é dono de alguma empresa de advocacia por aí, e por mais conveniente que seja a minha linda madrasta é a uma das advogadas da empresa dele.

Que família linda e amorosa nós temos aqui.

É muito nojento pensar que enquanto minha mãe se matava de trabalhar para por um comida na mesa e pagar as contas, o meu lindo pai transava com uma advogada.

Me dá nojo e raiva. Mais nojo, mas a minha raiva está quase igualando ao nojo.

A música para assim que eu desligo o carro, desço do carro e Morgan vem me acompanhando atrás de mim.

– Oli? - Ela diz me chamando
– Oi. - a respondo de uma forma seca
– Tá tudo bem?
– Tá sim.
– Ok... - Ela diz e eu começo a subir as escadas - Oli, ontem eu pedi para minha mãe trazer alguns esmaltes novos, a gente pode pintar a unha. O que acha?
– Morgan, eu não to muito afim. Talvez amanhã? - Digo e ela assente com a cabeça.

Subo as escadas e me tranco no meu quarto.

Sei que fui um pouco desnecessária com Morgan mas agora não posso ficar tão perto dela, toda vez que eu a olho só consigo lembrar do choro da minha mãe quando chegou o papel de divórcio.

Me joga cama e pego o meu celular no meu bolso da mochila, disco o número da minha mãe e espero ela atender.

– Oli?
– Oi mãe. - digo com um sorriso no rosto
– Eu sinto sua falta aqui filha.
– Eu sinto a sua também senhora Camila. - Ela dá uma risada baixa
– Tá tudo bem aí?
– Sim, e aí?
– Tá tudo bem. Eu te amo.
– Eu também te amo.
– E a escola? Algum namoradinho?
– Mãe!
– Olivia, filha, você é linda. Devem estar caindo ao seus pés. - Ela diz com uma certeza
– Pois a senhora está errada, ninguém.
– Por enquanto.
– Mãe...Eu vim para estudar, você sabe disso.
– Oli, eu que deveria ser a chata de relação entre mãe e filha.
– Você está me chamando de chata, senhora Grey?
– Estou, senhorita Grey. - Dou uma risada e ela me acompanha. - Tenho que voltar para o trabalho, eu te amo.
– Eu te amo mais. - Ela me manda um beijo e desliga a chamada.

Me sinto melhor após conversar com minha mãe, parece que ela tira todo o cansaço e raiva do meu corpo somente com um oi. Camila Grey é a minha melhor amiga.

Levanto da cama e saio do meu quarto, consigo ouvir barulho lá embaixo — meu pai e Alisson chegaram.

Morgan sai do seu quarto e dá de cara comigo, um arrependimento me sobe. Seguro para não corar.

– Oli, eu estava indo te chamar. Meu pai comprou comida, quer almoçar com a gente? - Morgan me pergunta de um jeito doce, o que me faz sentir mais culpada ainda.
– Claro. Ei, desculpa por mais cedo. A sua oferta ainda está de pé? - Digo vendo um sorriso se formar no rosto de Morgan.
– Está de pé ainda, Oli.
– Ótimo, já vou avisando que eu não sou boa em pintar unha. - Ela ri
– Eu posso te ensinar.
– Eu vou amar.

Nós duas começamos a descer as escadas, Morgan na minha frente e eu atrás.

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