C A P Í T U L O 53

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OLIVIA GREY

O meu sonho com Luke ontem fui muito estranho. Acordei suada e com uma vontade enorme de tocar piano até meus dedos caírem.

Talking to the Moon não sai da minha cabeça, escutei dirigindo para a escola, me arrumando, e a música ainda está aberta no meu Spotify e tocando nos meus ouvidos.

Foi tão estranho. Eu senti como se ele tivesse ali, tocando comigo. Conseguia escutar sua respiração, o barulho dos seus anéis batendo na tecla, o calor dos nossos corpos extremamente perto.

Foi extremamente estranho mas foi tão bom.

Pela primeira vez desde que nós terminamos eu me senti perto dele novamente, não fisicamente, mas de uma forma emocional. Eu não tenho ideia, senti como se Luke estivesse se sentindo pressionado.

– Ei, o que você fazer pro trabalho de Espanhol? – Claire diz.
– Qual trabalho de Espanhol? – Pergunto.
– O que ela deu na aula passada. – Franzo as sombrancelhas. – Puta que pariu, Olivia.
– Me dá um tema aleatório.
– Faz sobre o México, eu vou fazer com Harry.
– Calma. É em dupla?
– Sim, e eu tenho a sensação de que você não sabe qual é a sua.
– É Luke não é?
– Sim.
– Porra. – Digo fechando a porta do meu armário.
– Mas olha, vocês podem usar isso como uma forma de virarem amigos novamente! – Claire diz animada.
– Não vai rolar, eu vou trocar de dupla. – Digo.
– Boa sorte com isso então, a nossa professora te odeia.
– Eu vou pedir para a diretora. – Falo.
– Não vai rolar. – Claire diz. – Aceita Oli, é o destino.
– O destino que mude. – Digo andando de costas.
– Não é assim que as coisas funcionam, Grey! – Claire grita enquanto eu desço as escadas.

Ela está indo para a aula e eu tenho a primeira aula vaga então vou tocar piano até meu dedo cair.

Desço as escadas rapidamente, passo pelos corredores. Harry vem na direção contrária a minha, sua boca está cheia de sangue e de seu nariz desce um fio de sangue.

– Harry? – Paro ele. – O que aconteceu?
– Pega um papel para mim ali. – Ele aponta pro banheiro feminino. – E eu te conto o que aconteceu.
– Fica aqui.

Corro até o banheiro e pego papel de uma cabine. Saio do banheiro rapidamente e Harry está tossindo sangue.

Dou o papel na mão dele e o puxo até a sala de música. Fecho a porta e a cortina dos vidros.

– O que aconteceu? – Digo limpando o sangue que escorre pelo nariz dele.
– Matthew.
– Ele te bateu?
– Não, ele fez um carinho no meu cabelo logo após o nosso encontro. Claro que ele me bateu.
– Por que?
– Por que eu transei com a irmã dele.
– Isso seria um problema? – Ele sorri.
– Não, mas transar com a irmã dele e não ligar ou mandar alguma mensagem para ela logo após o ato de ir embora na madrugada, seria.

Ele reclama de dor quando eu dou um tapa na coxa dele.

– Harry! – Olho nos olhos dele.
– Em minha defesa eu disse para ela que seria somente uma vez.
– E ai ele te bateu?
– Sim.
– Você deveria contar para alguém.
– Ah, Oli. Sabe o que eu vou fazer? – Ele diz passando a mão no nariz e tirando o resto do sangue.
– O que?
– Eu vou parar de sangrar, e eu vou bater tanto naquele arrombado que eu juro, que ele vai ter que usar óculos escuros durante essa semana toda, pela marca roxa que eu vou deixar no olho dele.
– Você vai parar de sangrar e vai para a aula.
– Você não é a minha mãe.
– Claro. Vai lá, bate no Matthew, apanhe de novo, se envolva em problemas, não viaje para Las Vegas e depois de tudo isso, ainda não vai poder jogar o jogo das Estaduais.
– Cara, você é muito pessimista. – Ele diz franzindo
– Mas você sabe que eu estou certa.
– Sei?
– Sim, você sabe. – Digo tirando meu celular do bolso da minha calça.
– O que você vai fazer?
– Mandar uma mensagem para Luke. Eu estou cansada de limpar sangue das pessoas.
– Luke vai me dar um sermão gigante.

Simmons ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora