Simmons ✓

C A P Í T U L O 54

LUKE SIMMONS

Está frio para um caralho em Montreat, o céu está escuro e choveu a noite inteira. O tempo está fodido exatamente como eu estou.

Luke Simmons está fodido de todas as maneiras possíveis. Ele tem que tomar remédios todos dias para não ter crises de ansiedade e pânico, e mesmo assim recebe mensagens todos os dias do filho da puta que o fez terminar com a mulher que ele está apaixonado.

Eu o odeio tanto. Tava tudo tão bem ontem comigo e com a Olivia, mas hoje de manhã o arrombado me mandou mensagem e tudo voltou novamente.

– Luke, finalmente! – O treinador diz soprando o apito nas minhas orelhas. – Vão trocar de roupas!
– Por que esse cara fica apitando essa porra toda hora? – Harry diz baixo.
– Por que ele é louco. – Respondo, ele ri.

Matthew sai de dentro vestiário, olho para Harry que olha para mim. Faço um não com a cabeça, ele franze as sombrancelhas.

– Las vegas é daqui a duas semanas cara.
– Foda-se. Luke, você não tem ideia do gosto horrível do remédio que eu tive que tomar.
– Cara, claro que eu sei. – Respondo. – Você acha que ninguém nunca me bateu? É horrível, mas bater em Matthew compensa mais que Las Vegas?
– Sim. – Harry diz.
– Boa sorte então. – Dou dois tapas no ombro dele e começo a andar em direção ao vestiário.

Se Harry quer bater em Matthew que o faça, mas eu não vou ajudar ele. E dessa vez nem limpar o sangue.

Eu entendo que ele está bravo por que tomou uma surra, mas daqui a duas semanas nós vamos estar em um ônibus indo para um deserto cheio de cassinos.

Eu não colocaria essa chance em risco de forma alguma, mas Harry é bem grandinho para saber o que ele quer fazer e o que ele não quer.

– Eu juro que essa viagem para Vegas tem que ser muito boa. – Harry diz entrando no vestiário.
– Vai ser cara, vai ser. – Ele tira a blusa e a taca dentro do armário.
– Cara eu não quebrei a cara do Matthew por causa dessa merda, tem que ser melhor do que bater nele.
– Vai ser, amor. – Digo colocando a mão no ombro dele.
– Eu te amo. – Ele diz passando a mão no meu cabelo.
– Eu sou uma pessoa muito legal, seria impossível alguém não me amar.
– É verdade. – Ele diz. – Diz isso pro Trevor que já te deu vários socos.
– Aquilo é amor incubado Harry, é diferente.
– Você também deu vários socos nele. Você tem amor incubado por ele?
– Não. Ele tem, eu não.
– Você só tem amor incubado na Olivia.
– Cala a boca, cara. – Digo me virando para sair.
– Eu 'tô falando sério. – Ele segura meu pulso. – Por que caralhos vocês terminaram? Tá estampado na sua cara que você 'tá apaixonadão nela.
– Foi o melhor cara. – Harry corre e fecha a porta, ele joga a chave pela janela. – Caralho Harry, que porra é essa? – Pergunto com raiva.
– Você só vai sair daqui quando me contar tudo.

Puta. Que. Pariu!! Ele é muito burro.

– Claro. E como a gente vai sair, porra? – Pergunto. – Você tacou a chave lá fora, animal!
– Porra, é mesmo.
– Idiota. – Digo me sentando no banco.
– Eu vou mandar uma mensagem para Claire pegar, mas me conta o que está acontecendo. – Ele diz se sentando ao meu lado.
– Nada está acontecendo, Harry.

Está acontecendo coisas para um caralho e eu não sei se eu vou aguentar mais, Harry.

– Me conta logo.
– Te contar o que?
– Para de fingir que é sonso, Simmons. Me conta logo.
– Cara, é muita coisa.
– Idiota, minha bateria está acabando, e se você não contar nós vamos ficar presos aqui durante vários minutos até aquele tal de time lembrar que nós existimos, e ai raciocinar que nós estamos presos aqui á muito tempo.
– Tá, calma. – Ele respira fundo. – Tu não pode contar para ninguém por que se algum dia eu decidir contar para ela, eu que irei contar.
– Fechado.

Respiro fundo e começo a contar toda a merda para Harry.

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Passo minha blusa pela minha cabeça e visto. Contar para Harry tudo que aconteceu foi melhor do que eu imaginava, me senti melhor.

Tem uma chuva caindo lá fora, não é tão grossa, mas ainda assim é uma chuva. Olivia está vindo para cá, eu estou muito cheiroso. Sempre estou mas hoje eu estou surrelmente cheiroso.

Não é por que ela está vindo para cá, eu troquei de perfume então foi só uma coincidência.

Vejo pelo janela o carro de Olivia parando do outro lado da rua, ela desce do carro e anda até a minha porta. Escuto as pequenas batidas na minha porta, desço as escadas.

Ando até a porta e respiro fundo antes de abrir para ela.

A abro e Oli me olha, a olho de volta. Ela sorri e eu dou a passagem para ela entrar.

Olivia Grey é a mulher mais linda que eu já vi, eu juro por Deus que a minha maior vontade é tirar essa roupa, — Que por sinal a deixa muito gostosa — do seu corpo e que se foda espanhol e toda a merda desse trabalho.