C A P Í T U L O 76

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OLIVIA GREY

     Falta 5 minutos para acabar essa aula de Espanhol, o time de basquete definitivamente já chegou no hotel. Luke disse que iria me ligar quando chegasse lá, eu estou esperando.

     Não estava planejando pedir um tempo, juro que não, mas foi a primeira coisa que veio na minha cabeça, só saiu.

     Me sinto egoísta, ele fez muita coisa por mim e eu não consigo aguentar isso por ele? Jesus, sou uma pessoa horrível.

     É só três dias, três dias para relaxar, é só o que eu preciso. Eu não vou terminar com Luke, nós vamos ficar juntos, nem que eu tenha que esconder isso do meu pai, eu o amo.

    Assim que ele saiu da sala, me arrependi. Ver o sorriso forçado no seu rosto, e o escutar dizer que estava tudo bem, quando eu sabia que não estava, doeu.

     Ver Luke triste, e saber, que de alguma forma o motivo sou eu, dói.

      Parece que alguém tirou o meu coração do peito e o tem em suas mãos, cada vez que isso acontece, pequenos pedaços são quebrados.

    — Essa sala sem eles é estranha. — Claire diz. — Tudo muito silencioso.
    — Cara, eles sairam faz 2 horas. — A respondo.
    — Vai me dizer que você não sente falta do seu namorado?
    — Ainda não.

     Não contei para Claire sobre o nosso tempo, não acho que ela precise saber. De qualquer forma, nós vamos voltar.

    — Você está estranha desde que saiu daquela sala com ele, o que aconteceu?
    — Não estou estranha, estou normal.
    — Bem, então acho que você é estranha. — Rio. — Não vai me contar o que aconteceu?
   — Se algo tivesse acontecido, eu teria te contado. — Começo a guardar minhas coisas. — Nada aconteceu, Claire.
    — Oli, se isso for sobre seu pai, eu estou aqui. — Ela segura minha mão. — Somos nós, eu vou ficar com você todos os dias até ele voltar a ser o Carl normal. — Rio. — Tire um tempo para você, talvez isso diminui o seu estresse.
    — Obrigada, Claire. — A abraço. — Eu vou ir no meu carro, pode me esperar na mesa? — Pergunto.
    — Sim, vou te comprar um chocolate para ver se volta a agir como a Olivia normal. — Rio e ando até a porta da sala.

     Ando reto enquanto Claire vai na direção oposta. Meu celular está na minha mão, esperando a ligação de Luke.

     Saio pela porta, meu celular vibra. Parece que milhares de borboletas estão em minha barriga, o amor é muito estranho.

     Não olhei a tela para confirmar se realmente é ele, mas eu tenho certeza que é.

     Ando até meu carro, aperto o botão onde destranca as porta, me sento no banco e o tranco novamente.

     — Oi. — Digo quando atendo ele.
     — Oi, Oli. — Ele diz. — Acabamos de entrar no quarto, 'tá em aula?
     — Não, você ligou na hora perfeita. — Digo sorrindo.
     —  Eu queria que você estivesse aqui, esse quarto é enome. Harry já fez milhares de planos para festas. — Rio. — Vai ser difícil mante-lô na linha.
     — Tenho certeza que você vai conseguir.
     — Claro que eu vou, ele me obedece sempre. É como se eu fosse o dono e ele o cachorro.

      Escuto Harry gritar "Seu cu, filho da puta" no fundo. Nós dois rimos juntos, escuto a minha risada ecoando no carro e aos poucos se cessando, junto com a de Luke.

   — Ei, eu pensei a viagem toda sobre esse tempo.
   — E? — Digo baixo.
   — E nós temos que deixar tudo claro, tipo, não quero que nós sejamos um Ross e Rachel da vida.
   — Isso foi uma referência a Friends?
   — Claro, você gosta e aí eu vi. — Sinto meu coração na minha garganta. — Nós podemos ficar com outras pessoas? Tipo, você e eu?
    — Sim, claro. — Ele quer ficar com outras pessoas?
    — Só para você saber, essa pergunta foi para você. — O quê? — Eu não tenho interesse em ficar com outras pessoas, bem, nem consigo pensar em outras pessoas, imagina beijar outras pessoas.
    — Eu também não, Luke. — Digo.
    — Sobre o seu pai, ele vai fazer quimioterapia ou algo assim? Não precisa responder se não se sentir confortável, Oli.
    — Eu não me sinto desconfortável com você.

     Olho os alunos conversando entre sí pelo vidro branco do carro.

     — Vai. Ele vai ter que ir uma cidade vizinha para fazer, ele acha que tem profissionais melhores do que aqui em Montreat.
     — Vai dar tudo certo.
     — Eu terminei com você a duas horas atrás. — Ele ri. — Como você pode estar sendo tão fofo comigo?
     — Por que você é importante para mim, e por que eu sei que você faria a mesma coisa.
     — Não queria te encher com meus problemas, amanhã você tem um jogo importante.
     — Você não me enche, Olivia Grey. — Me ajeito no banco. — E outra, eu vou ganhar o jogo mesmo. Estou bem tranquilo nessa questão.
     — É bom que você ganhe mesmo.— Sorrio. — Quero te ver sendo mais exibido ainda. — Ele ri.
     — Mas eu posso ser exibido, sou perfeito.
     — É, você é.
    
     Ele dá uma pequena risada baixa junto comigo, ficamos em silêncio.

     — Oli? — Luke diz baixo.
     — Luke?
     — Se você precisar de mais do que três dias, me diz.
     — Três dias é o suficiente.
     — Se você precisar de cinco, quatro dias. Talvez até um mês, ou mais do que isso, me diz. — Ele respira fundo. — Eu te esperaria por mais do que isso. Te esperaria por toda uma eternidade, Oli.
     — Por quê você me esperaria durante todo esse tempo?
     — Porque eu sei que no final nós vamos ficar juntos, de qualquer forma. — Sorrio. — Nem todo o tempo do mundo seria suficiente para nós dois.
     — Nós temos tempo o suficiente.
     — Eu sei, estou bem satisfeito com você sendo minha garota.
     — Eu sou sua garota. — Murmurro.
     — Sempre foi, sempre será.

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