Simmons ✓

C A P Í T U L O 77

LUKE SIMMONS

     Harry está comendo, como sempre. Nós estamos tomando café da manhã antes de ir treinar, antes da partida. Eu pedi um cappuccino e ele um chocolate quente.

     — Cara, sabia tem gente que vende foto do pé para ganhar dinheiro? — Ele pergunta.
     — Eu estou com medo de perguntar como você descobriu isso. — Bebo a bebida.
     — No twitter, que site bom.
     — Harry, você comprou foto do pé de outras pessoas? — Que merda de conversa é essa cara?
     — Que? Não, eca. — Ele diz bebendo o chocolate quente. — E você e Olivia?
     — O que você quer dizer?
     — Eu quero dizer, e você e a pessoa que pediu um tempo? — Ele da um sorriso forçado.
     — Nós estamos bem, é só 3 dias.
     — Ok, ela está bem?
     — Sim, eu acho.

     Harry não sabe sobre o pai de Olivia, e definitivamente, não vai ser eu que vou contar.

    — E você? — Ele me olha com um olhar sugestivo, eu sei exatamente o que ele está pensando.
    — Ah não Harry, de novo não.
    — Responde.
    — Cara, você me perguntou isso a manhã toda. — Olho ele tomando o chocolate. — Você me acordou perguntando isso, gritou na porta do banheiro enquanto eu tomava banho, e agora aqui?
     — Eu me importo com você!
     — Eu sei! — Sorrio. — E eu sou grato á isso, mas eu 'tô bem!
     — Ok, ok. — Encosto na cadeira sentindo que finalmente venci. — Você 'tá realmente bem?
     — Meu. Deus. Do. Céu. — Digo passando a mão pelo meu rosto.
     — Luke, você tem ansiedade, e pânico, e eu não sei, talvez um tesão acumulado.

     Olho para ele rindo, que cara idiota.

     — Eu não quero que você tenha um crise no meio da partida. — Ele continua. 
     — E não vou ter, Harry.
     — Como você pode ter tanta certeza?
     — Por que, faz tempo que não tenho nenhuma dessas crises. — Tomo o cappuccino. — E eu parei de tomar os remédios a um bom tempo, fique feliz por isso.
      — Eu estou feliz, amor. — Harry diz mandando um beijo.
      — E eu estou realmente bem, García. Quando eu não estiver bem, você vai ser o primeiro a saber.

     Ele quase fecha os olhos por inteiro, uma pequena parte fica aberta, suas sombrancelhas estão franzidas para baixo como se ele estivesse pensando no que dizer.

     — Mentiroso. — Harry diz, e logo em seguida bebe o chocolate quente. Rio.
     — O quê?
     — Mentiroso. — Ele me olha seriamente. — Na primeira oportunidade você vai ir contar para Olivia, e me dar uma facada nas costas! — A forma que ele diz é tão engraçada.
     — Ciúmes?
     — Ciúmes, bem capaz. — Ele bufa. — "Nossa, Oli como você é linda, eu te amo tanto" blá, blá, blá. — Harry diz com uma voz bem fina, rio.
     — Isso não sou eu.
     — Quase é. — O olho. — A única coisa que não condiz com a realidade, é o eu te amo, por que você ainda não disse.
     — Jesus, que amargurado. — Ele ri.
     — Bem, não menti.

     Nós rimos, e continuamos tomando o café. Harry é a minha melhor companhia sempre.

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     Meus músculos estão todos doendo, Harry está comprando comida. Eu estou morto.

     Nem a água quente em contato com minha pele, tira um pouco da dor muscular.

     Nós ganhamos, foi bem mais difícil do que eu pensei que seria, mas ganhamos.

     Não fiz nenhum ponto. Nenhum. Harry e Matthew foram os que mais pontuaram, acho que não estou tão bem como disse para ele.

     Desligo a água, enrolo a toalha na minha cintura antes de sair do banheiro.

     Harry ainda não chegou, provavelmente está procurando algum japonês por ai.

     Visto uma roupa, me jogo na cama. Procuro algo de interessante na Netflix, queria que Oli estivesse aqui. Nós provavelmente iríamos ver Friends pela centésima vez, mas eu não ligo, só queria que ela estivesse aqui.

     Meu telefone toca, atendo.

     — Hambúrgueres ou sushi? — Harry pergunta.
     — É.... Hambúrgueres. — Digo.
     — Resposta errada, cara. Vou comprar sushi de todos os jeitos.
     — Ok. — Rio.
     — Ah, vou pagar com seu cartão.
     — Muito engraçado cara, meu cartão está aqui. — Olho para a mesa. — Ok, meu cartão não está aqui.
     — É por que está comigo, tchau. — Ele desliga.
     — Filho da puta. — Murmurro para mim mesmo.

     Entro na conversa de Olivia. Olho para a foto dela, e a bolinha verdeao seu lado, por um bom tempo antes de ligar para ela.

     — Ei, Luke. — Ela diz.
     — Oi.
     — Como foi o jogo?
     — Bem, nós ganhamos.
     — Eu sabia que ganhariam, vocês são muito bons. — Rio tímido. — Calma... Isso significa que você vai ficar mais exibido ainda? Nãoooo.
     — Bem, se eu tivesse feito algum ponto, talvez. Mas como não fiz nenhum.
     — O que aconteceu?
     — Deixei Harry achar que ele é bom, humildade. — Ela ri.
     — Eu vou contar para ele. — Rio.
     — Sinto sua falta.
     — Meu Deus que gay, você chega amanhã.
     — Amanhã de noite. — Bufo. — Ainda vou no shopping de tarde, como seu pai 'tá?
     — Ele vai fazer a primeira sessão de quimioterapia hoje, deve chegar as 3 da manhã. — Consigo escutar a tristeza na voz dela. — Não vou conseguir dormir.
     — Vou te ligar.
     — O quê?
     — Vou te ligar quando seu pai chegar, assim você conversa comigo até dormir.
     — Não, você vai estar cansado.
     — Você também.
     — Parece que você faz muito mais por mim, do que eu faço por você.
     — Mentira, você faz muito por mim.
     — Eu sinto sua falta. — Ela murmurra.
     — Só até amanhã, Oli.
     — Parece que nós estamos juntos ainda. — Sorrio.
     — Sabia que dói quando você fala que nós não estamos juntos? — Ela ri.
     — Desculpa, senhor Simmons. — Rio e ela ri logo em seguida, a risada dela é meu som favorito. — Eu tenho que ir, Morgan e eu combinamos de ver todos os filmes de Toy Story.
     — Ok, se divirta, e eu vou te ligar as três da manhã.
     — Não vou te atender.
     — Vai sim.

     Desligo a chamada. Eu vou acordar as três da manhã só para conversar com ela, e só vou dormir depois dela.

     Eu tenho o dia todo amanhã, inclusive, eu vou comprar um presente para ela. É algo que eu estou devendo a um tempo.