C A P Í T U L O 20

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OLIVIA GREY

Ajudo Alisson á por os pratos na mesa, nós vamos almoçar lasanha hoje. Meu pai está chamando Morgan para descer.

A mesa de jantar é uma quadrada de vidro preto, as cadeiras são marrons com estofado preto.

Morgan desce as escadas, seu cabelo está molhado o que indica que ela acabou de sair do banho.

Coloco o últimos copos na mesa e me sento. Alisson senta na cadeira da minha frente, Morgan ao meu lado e meu pai senta ao lado da Alisson.

– Pai, você vai me levar na escola, né? - Morgan diz
– Eu tenho médico, Morgan.
– Mas eu tenho aula, eu perdi no dia que a gente foi pescar e remarquei para hoje. - Ela diz, tomo um gole do suco de Maracujá
– Falta de novo. - Alisson sugere
– Não mãe, a aula de artes é importante para mim.
– Eu vou desmarcar o médico.
– Por quê você vai ao médico? - Pergunto - 'Tá tudo bem?
– Sim, é só algumas dores no peito.
– Não. Vai no médico, eu tenho o carro, posso levar Morgan.
– Não quero te forçar a nada, Olivia. - Meu pai diz. - Não deve ser nada sério mesmo.
– Melhor prevenir do que remediar, certo? E além do mais não seria um problema para mim levar Morgan, eu gosto de dirigir.
– Eu acho que é melhor, amor. - Alisson diz.
– Eu posso remarcar a consulta.
– Para de ser idiota pai, eu e vou ficar bem com a Olivia. - Morgan diz, eu aceno a cabeça em forma de sim.
– Ok então.
– Sua aula é de que? - Pergunto á Morgan enquanto como um pedaço de lasanha.
– Artes. Pintura, teatro e essas coisas. Depende do dia.
– Por que eu não tinha essa opção de fazer Artes?
– Somente para os alunos do primeiro ano, irmãzinha. - Bufo e Morgan ri.

Deve ser muito legal fazer aula de artes, queria ter tido essa opção.

#

Dirijo em direção a escola, Morgan está ao meu lado mexendo no celular.

– Obrigada por me trazer. - Morgan diz quando eu viro a esquina da rua da nossa escola.
– Sem problemas, vai demorar muito? Sua aula. - Digo a fazendo tirar os olhos do celular.
– Uma hora, por que?
– Eu iria embora, mas como é só uma hora eu fico.
– A biblioteca fica aberta, você gosta de ler então você pode ficar lá. - Estaciono o carro no estacionamento.
– Eu não acho que lá vai ter algum livro que eu queira ler.
– Vai ter sim. - Morgan diz. - Aqui, compra algo na máquina de lá. - Ela me entrega 10 dólares.
– Obrigada.
– Não é nada. Tenho que ir. - Morgan me abraça e sai do carro.

Vejo Morgan ando de uma forma mais rápida que o comum, ela desaparece entre alguns dos poucos carros que ocupam o estacionamento.

Desço do alto carro do meu pai e o tranco com a chave. Começo a andar em direção a porta da escola com as mãos no bolso.

Entro nos corredores e sinto uma sensação um pouco estranha, tudo vazio. Eu sei que são 14:40 da tarde e não deveria ter ninguém na escola mas mesmo assim é estranho, estou acostumada a ver esses corredores cheios de pessoas.

Começo a subir as escadas em direção a o último andar da escola, tudo muito quieto.

Paro no segundo andar para comprar um pacote de Alcaçuz doces na maquina da escola, os de framboesas são os melhores.

Continuo na minha caminhada em busca da biblioteca. Já devo ter subido alguns lances de escada, se ela estiver fechada eu não faço ideia do que eu faço.

Felizmente, a biblioteca está aberta. Consigo ver a porta aberta e vejo por dentro dela, também consigo ver uma pequena parte das grandes prateleiras de livros.

Entro na biblioteca, a moça que deveria estar atrás do balcão não está lá. Não consigo ver mais ninguém, só consigo escutar alguns barulhos que veem do segundo andar mas eu que não vou subir lá, é sempre assim que as pessoas morrem nos filmes de terror.

Dou uma olhada na prateleira entre suspense e terror, a de romance. Procuro o livro de orgulho e preconceito, não conseguimos ver o filme inteiro mas eu fiquei ansiosa para saber como o romance entre Elizabeth e Darcy termina.

– Percy Jackson é melhor que qualquer romance que você quiser procurar. - Uma voz diz atrás de mim.

Me viro e dou de cara com os olhos de Luke, mas por que caralhos ele está aqui?

– Eu já li Percy Jackson, Luke. É realmente bom. - Ele sorri.
– O que você está fazendo aqui?
– Esperando Morgan, e você?
– Cumprindo com a detenção.
– Cara, o que você fez? - Ele ri baixo
– Aparentemente não podemos usar o celular na aula. Que tipo de escola é essa? - Dessa vez eu rio.
– Acho que você deveria processar eles, isso é um crime.
– Já acionei meu time jurídico, Oli.
– O que você tem que fazer? De detenção.
– Organizar os livros do quinto ano, eu juro que prefiro a morte. - Eu rio.
– Vamos lá, eu posso te ajudar.
– Sério? - Luke diz parecendo surpreso.
– Sim, vamos.

#

Nós acabamos, os dois estão jogados no chão implorando por paz.

Quando eu ofereci ajuda a Luke não pensei que seriam mais de 250 livros. Eu me arrependo por inteiro.

Pensei algumas vezes em bater a cabeça dele na prateleira para ele desmaiar e eu fugir desse inferno.

‐ Talvez eu fique sem ler por alguns dias por causa dessa experiência traumatizante. - Digo e consigo escutar a risada de Luke.
– Talvez? Eu vou ficar sem ler, com toda a certeza. - eu rio. - Obrigado por me ajudar.
– Não foi nada. - digo me sentando no chão.
– Foi muito, eu te devo uma. - Ele diz olhando para mim. - Quer que eu faça o trabalho de Matemática sozinho?
– Nem por um caralho. Você é horrível em Matemática. - Ele ri.
– Eu sou o pior do mundo.
– Definitivamente.

Luke ri e eu acompanho a sua risada. Ele olha para mim quando as nossas risadas vão se tornando mais baixas, umedeço meus lábios. Ele faz o mesmo.

Minha respiração está um pouco mais pesada, mas nada que eu ache que ele possa notar.

Seu rosto se aproxima aos poucos, faço o mesmo com o meu. Quando sinto sua respiração mais perto do meu rosto, meu celular toca.

O clima acaba, e o toque estridente do IPhone ocupa todo o eco da enorme biblioteca.

Luke afasta o rosto e eu pego o meu celular — Morgan. Rejeito a ligação.

– É Morgan, a aula dele deve ter acabado.
– Quantos anos ela tem? - Luke pergunta.
– 16.
– Então eu tenho certeza que ela pode esperar alguns minutos.

Luke me puxa pela cintura e cola as nossas bocas.

Luke me puxa pela cintura e cola as nossas bocas

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