C A P Í T U L O 45

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LUKE SIMMONS

Aperto o elevador e começo a subir em direção a sala de Anna. É estranho vir consultar com a mãe de Harry de novo.

A primeira vez que eu vim aqui foi com 10, e a última foi com 14, quando o basquete entrou em minha vida.

Anna García, é psicóloga, uma das melhores da cidade.

Vim com 10 logo após a minha primeira crise de pânico. Foi horrível, a tremedeira, a dificuldade de respirar, a náusea, todos me olhando com cara de: "Essa criança vai morrer aqui?"

Eu estava no meio de um casa de terror, sabe, daquelas que várias pessoas com machados enormes em suas mãos correm atrás de você durante todo o percurso e te fazem implorar a Deus para viver.

Eu queria muito ir em uma daquelas, lembro de implorar para a minha mãe durante uma semana até que ela finalmente deixou.

Meus pais dirigiram durante uma hora e meia para irmos para a mais próxima de Montreat.

Era para ser uma completa escuridão se não fosse pela fogueira no meio, nós sentamos ali e alguns adultos começaram a contar histórias assutadoras.

Com os primeiros 5 minutos logo após a fogueira ser apagada eu já estava sentado no chão chorando e tremendo.

O basquete de certa me ajudou, as crises já não eram tão frequentes, e eu me sentia mais disposto para infinitas coisas.

– Luke. - Anna me chama e eu desperto dos meus pensamentos.
– Oi. - Digo.
– É sua hora. - Ela diz se virando e entrando na sala, a sigo.

Sento na poltrona e ela se senta na minha frente, tento procurar a minha bolinha amarela com os olhos.

– Nós seus pés. - Anna diz fechando as portas.

Olho e a bolinha está perto do meu tênis, sorrio e a pego. Aperto ela na minha mão.

– Então, o que aconteceu? Pânico, Ansiedade? - Ela pergunta.
– Pânico.
– Algum motivo específico?
– Não.

Sim.

– Luke, suas crises sempre vem por um motivo. - Ela diz olhando nos meus olhos.
– Mas essa não.
– Harry comentou no almoço que você terminou.
– Boca aberta. - Murmurro baixo.
– Talvez seja isso.
– Não é isso.

É isso.

– Nosso primeiro jogo das Estaduais é daqui a dois dias, pode ser isso.
– Claro, mas eu tenho a sensação de que você está me escondendo muitas coisas. - Olho para ela e engulo em seco.
– Se você acha que terminar com Olivia tem algo a ver com isso, você está errada.
– Olivia. É um nome bonito, como ela é? - Anna pergunta.
– Tipo...Fisicamente?
– Não, como ela é para você. O que você acha dela?

Me encosto na cadeira, jogo minha cabeça para cima pensando.

– Ela é incrível. - Digo. - Sabe aquela pessoa que tem aquela luz do caralho?
– Sem palavrões na minha sala. - Anna diz e eu rio.
– Desculpa. - Digo levantando minha cabeça. – Mas essa é Olivia, ela é a pessoa mais rabugenta e ao mesmo tempo mais alegre que eu conheço.
– Você parece uma pessoa muito apaixonado para alguém que terminou o namoro.

Respiro fundo e aperto a bolinha.

– É por que eu sou. Eu sou completamente apaixonado por ela. - Digo sorrindo.
– Se você é apaixonado por ela, como você disse, por que terminar? – Meu sorriso vai diminuindo aos poucos
– Foi melhor. - Digo jogando a bolinha de uma mão para a outra.
– Melhor por que?
– Por que foi.
– Me dá um motivo. - Anna diz.

Olho para os meus pés pensando em como eu vou explicar toda essa merda para Anna. Não vou.

– Eu mencionei que ela quer ser médica? - Eu sorrio. – Ela me contou.
– Por que?
– Além de ajudar as pessoas, a mãe dela é enfermeira. Ela quer ser igual a mãe dela.
– Isso é fofo.
– Você tinha que ver os olhos dela, eles brilhavam para um caralho.
– Luke...
– Desculpa. De novo.
– Por que você está mudando de assunto?

Por que quando eu te contar você não vai acreditar.

Essa conversa vai ficar entre a gente?
– Sim, eu sou profissional.
– Não vai sair por acidente em um jantar?
– Você realmente acha que eu sou Harry?
– Você deu a luz a ele, para ele ser assim tem que ter vindo de alguém.
– Veio do meu marido não de mim, mas não, não vai sair por acidente em um jantar.
– Obrigado.

Digo e ela mexe a cabeça em uma forma que quer dizer "Sem problemas."

– Vai me contar?
– Sim. É uma história longa. - Ela olha para o relógio.
– Nós temos tempo.

Sorrio antes de começar a contar toda a merda que me fez terminar com ela.

Foi horrível toda a porra da pressão que ele tem colocado em mim, mas é melhor para Olivia, certo?

Foi horrível toda a porra da pressão que ele tem colocado em mim, mas é melhor para Olivia, certo?

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