C A P Í T U L O 68

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OLIVIA GREY

      Na hora que eu acordei Luke não estava na cama, novamente. Harry e Claire foram embora ás dez horas, depois de dormirem durante 1 hora e meia.

     Agora, nós estamos sentados na cozinha dele comendo panquecas de café da manhã. A verdade é que eu estou adiando o máximo ir para a minha casa, mas o fato de Simmons cozinhar extremamente bem, me faz querer morar aqui.

     — Como você aprendeu a cozinhar? — Digo bebendo suco de laranja. — E por que, você nunca me contou sobre isso?
     — Eu deveria ter uns 10 anos. — Ele diz. — Foi quando minha mãe e meu pai começaram a me deixar com babás. Eu me lembro de uma específica que realmente me ajudou nesse quesito de cozinha.
      — Você cresceu com babás? — Pergunto.
      — Sim, mas essa Oli, era o diabo. — Eu rio. — Seu nome era Vivian ou algo com V, talvez Vânia, eu realmente não me lembro. Ela me odiava, Olivia. Eu não sei o motivo, mas ela me odiava.

      Tomo um gole de suco olhando para ele, rio.

      — Meu Deus que exagero. — Digo rindo.
     — Exagero? — Ele franze a sombrancelha. — Escuta isso, ela não cozinhava nada para eu comer, e eu tinha 10 anos.
     — Por que você não contou para os seus pais?
     — Vou chegar lá. — Ele diz. — Lembro que ela se sentava no sofá e fumava, alguns dias eu comia besteiras que comprava na escola e outros eu comia besteiras que tinha aqui. Alguns dias, poucos, eu não comia.
      — Luke... — Digo.
      — Um dia, eu comecei a ver aqueles programas de culinaria na TV, eles passavam tarde então eu colocava para gravar e depois da escola eu via todos. — Simmons sorri. — Anotava tudo. Cada pedacinho do programa, ia para a cozinha e cozinhava. Algumas coisas ficavam horríveis mas outras não, mas foram coisas que melhoraram com a prática. 
     — Eu não sabia. — Digo olhando para ele.
     — 'Tá tudo bem, Oli. — Ele ainda está sorrindo. — Foram coisas que me ajudaram a tornar o homem que eu sou hoje, eu sou grato. — Sorrio. — E sobre contar para os meus pais, ela me dizia "Conte para seus pais, criança estúpida. Você acha que eles vão acreditar em você ou em mim?". Na minha cabeça fazia sentido, então não contava.
     — Você deveria ter fugido. — Ele ri.
     — De qualquer forma, com 13 anos eu convenci meus pais que eu já estava grande e independente para "morar" sozinho.
    — Uma pessoa de 13 anos não deveria ficar sozinho. — Passo a mão em forma de carinho no braço dele, ele ri.
    — Você acha que eu ficava sozinho? Harry morava aqui. — Rio.
    — Vocês nasceram juntos. — Eu digo.
    — Definitivamente, nós somos o melhor casal. — Ele me dá um selinho rápido.

     Levo os pratos que nós usamos até a pia, ligo á água gelada da torneira que bate na minha pele. Começo a lavar os pratos.

     — Sabe o que nós deveríamos fazer? — Digo.
     — O que? — Ele diz.
     — Cozinhar.
     — Você literalmente acabou de comer. — Ele diz sentando na bancada do meu lado, eu rio.
     — Não agora, idiota. — Ele ri. — Tipo, cozinhar algum dia. Eu e você.
     — Ok, gostei, o que nós vamos cozinhar? — Seco as minhas mãos.
      — Isso é com você, chefe.

#

   Subo as escadas devagar, tento fazer o mínimo de barulho possível. Meu objetivo é chegar no meu quarto, me trancar lá, e isso tudo sem ver Morgan, Alisson, ou meu pai.

      A minha madrasta não se envolve muito, Morgan não declarou um "lado". Sei que é difícil para ela, é o pai dela e sua irmã, mas é impossível ficar no lado de Carl. Tipo, impossível.

     É de tarde, talvez umas três da tarde, quase quatro. Saio na sala, quando começo a subir os degraus que vão até os quartos, escuto um barulho. Algo como uma tosse, viro meu rosto para o barulho.

     Carl está sentado no sofá, de terno e de costas para mim. Paro no degrau e fico olhando suas costas.

     — Eu acho que nós deveriamos conversar. — Ele diz.
     — Tanto faz. — Digo andando até ele. — Nada do que você dizer vai me fazer mudar de opinião sobre você.

     Ando até o sofá em formato de L cinza, Carl está com um copo de uísque puro na mão. Sento na sua frente.

     — Começa. — Digo.
     — Olivia, tudo que eu fiz foi para o seu próprio bem. — Reviro os olhos. — Foi para ver você estudar Medicina e realizar seu sonho.
     — Meu Deus, a mesma coisa de sempre. — O retruco. — Você realmente acha que eu colocaria Luke acima dos meus sonhos? Nem ele me permitiria fazer isso.
     — Luke Simmons é egocêntrico, e você é só mais uma que ele está usando para aumentar o seu ego.
     — Você quer falar sobre ego? Que hipocrisia. — Rio. — E outra, não fale sobre ele o que você não sabe.
     — Claro, eu não sei nada sobre adolescentes que acham que são grandes e independentes homens. — Ele ri. — Me diz, Olivia. Me diz como o seu grande amado é, já que você acha que o conhece tanto.
     — Você é inacreditável. — Digo me levantando.
    
    Ando até o primeiro degrau, talvez se tivesse andado mais rápido conseguiria subir três deles. Carl grita assim que eu encosto a minha mão no gelado do corrimão.

     — Me diz Olivia! — Ele grita. — Me diz quem Luke Simmons Parker é! — Ele anda até mim.
     — Luke Simmons é a melhor pessoa que eu conheço. — Desço o degrau parando na sua frente. — Ele é engraçado, inteligente, doce, e é surreal o jeito que ele me protege. Ele nunca faria essas coisas horríveis sobre aumentar ego e garotas que você disse, por que o seu coração é muito puro para isso. Ele é dedicado e sabe as coisas certas sobre o que ele quer.

     Sinto lágrimas descerem pelo meu rosto freneticamente, por que eu estou chorando?

     — Toda a vez que eu o vejo eu sinto meu coração bater mais rápido. — Continuo. — Se eu pudesse eu passaria o dia inteiro só falando com ele. Luke Simmons é uma companhia surreal e você, não tem o direito de tirar isso de mim. Ninguém tem.

     Carl respira fundo, ele está sério e seus olhos estão mais vazios como nunca estiveram.

     — Ele é a pessoa mais bela, amorosa, terna e forte que eu já conheci. Parece que uma parte minha foi feita especialmente para amá-lo. — Limpo as pequenas lágrimas que desciam pela minha bochecha com a mão. — Eu o amo, eu amo Luke Simmons com todo meu coração. E eu queria que você pudesse vê-lo do mesmo jeito que eu.

    Não sinto mais nada descer pelo meu rosto, minha visão já não está tão embaçada como antes.

     — E quer saber, Carl? — Digo olhando nos olhos dele. — Se você é tão vazio ao ponto de separar duas pessoas que se amam, vai em frente. O faça. Nós separe. Simmons é a minha pessoa, e nós sempre vamos dar um jeito.

     Viro de costas, subo um degrau, o olho novamente.

     — Você me pediu para te dizer quem Luke Simmons Parker é.
     — Eu pedi. — Carl murmurra.
     — Luke Simmons Parker é uma pessoa melhor, um homem melhor, um amigo melhor, e um namorado melhor, do que você jamais será. — Subo as escadas. — Aproveite seu uísque.

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