Simmons ✓

C A P Í T U L O 81

OLIVIA GREY

     A aula de Matemática com Luke nunca foi tão chata. Ele presta atenção em tudo, anota tudo, nem ligou quando Harry jogou uma bolinha de papel na sua nuca.

     Não que eu esteja reclamando disso, estou orgulhosa, mas as notas deles estão muito boas. Ele não precisa mais de se dedicar tanto a matemática assim, sua pontuação na prova passada foi superior a minha.

     — Você está muito concentrado. — Digo olhando para Luke enquanto ele anota a atividade.
     — Sim, comecei a gostar de Matemática, parece ser mais interessante do que entediante agora.

     Olho o que ele está escrevendo, metade dos exercícios já estão feitos e pela minhas contas feita na cabeça, estão certos.

    — Você é bom nisso. — Digo colocando a minha perna encima da dele.
    — Realmente. — Ele me dá um selinho, rio.
    — Isso está errado. — Aponto para uma conta.
    — Pi vezes 8 é igual 251,2, que menos X vezes 14, é o valor de Y. — Ele responde. — O que está errado?
    — Nerds. — Harry diz quando eu olho a conta.
    — Cala boca. — Luke diz mostrando o dedo do meio para ele, rio.
    — Não sei o que está errado, mas algo não faz sentido. — Digo.
    — Você transformou Luke em um cara de exatas. — Harry diz jogando uma bolinha no meu ombro. — Isso não faz sentido.
     — Claire poderia tentar te transformar em alguém normal, o que você acha? — Digo jogando a bolinha para ele, Simmons ri baixo ao meu lado.

      Começo a guardar minhas coisas, a aula vai acabar agora. Se Luke quiser fazer Matemática até o último minuto, tudo bem para mim, desde que ele não me chame para estudar também.

     Me levanto enquanto todo mundo sai da sala, Harry anda até mim e apoia seu braço no meu ombro como apoio, nós dois olhamos Luke pegar seu material.

     — Muito próximos. — Simmons diz separando Harry de mim. — Por favor, se afaste dele.

     Rio quando ele dá a mão para García e saem andando juntos da sala, bobos. Os sigo até o armário onde Claire, e Bryce, estão.

     — Está de manhã e eu já sou obrigada a ver isso? — Ela aponta para Harry e Luke.
     — Eu estou vendo Bryce, então acho que é justo suficiente. — García rebate.
     — Harry! — Digo.
     — 'Tá tudo bem, Oli.

      Eu sei que Harry meio que o odeia, mas cara, qual é a necessidade? Bryce anda até mim e me abraça, sua mão faz carinho nas minhas costas.

     — Então, Luke como 'cê 'tá? — García diz quando Bryce separa nossos corpos, olho eles. — Tipo, como você está agora, nesse exato momento, como você 'tá se sentindo?
 
     Meu Deus, qual o problema deles dois? Olho para Bryce que não parece entender, Luke está sério e Harry com um sorriso de canto de boca. Patético.

     — Eu estou bem, deveria não estar? — Ele diz antes de sair andando pelo corredor.

     Bryce segue Claire que segue Luke. Ando até Harry.

     — Cara, qual o seu problema? — Digo o encarando.
     — Bryce. Ele é meu problema. Definitivamente meu problema.
     — Eu não ligo, tente agir como alguém legal.
     — Eu não acho que Luke goste dele também, vocês estão muito próximos. Tipo, muito.
     — O que você quer dizer?
     — Eu quero dizer que, vocês estão muito próximos, e as fotos pio...

     Ele simplesmente para de falar, no meio da frase. Fica calado, e me olha como se ele nunca tivesse dito nada.

     — Fotos? Que fotos?
     — Fotos? Eu não disse fotos, não sei do que você 'tá falando.

     Ele começa a andar, o sigo.

     — Você disse fotos, me conta. — Harry bufa e para na minha frente.
     — São fotos, ok? Não são propositais, mas no fundo dela tem você e Bryce, super próximos. Tipo, você deitada no ombro dele como se fossem um casal.
     — Mas não somos.
     — Exato, mas Luke viu essa foto. Ele não liga. — Harry diz calmo. — Foi estranho? Muito, mas ele não liga.
     — Ok, então ele não está bravo comigo?
     — Não, claro que não. — Sinto um pequeno alívio. — Mas eu o odeio, e Luke também.
     — Se ele não liga, por que ele o odeia?
     — Por quê capitães de futebol americano são um saco, e Bryce é uma vadia. — Rio.

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       Morgan está diferente. Seus olhos estão marejados, ela entrou e saiu do meu quarto umas 5 vezes nos últimos dois minutos, bem estranho.

     Estou tentando ler, mas os barulhos dos passos dela entrando e saindo me incomodam.

     — Morgan, o quê? — Digo quando ela entra no meu quarto novamente.

     Seus dedos estão entrelaçados na frente do seu corpo como se estivesse pensando, sua perna está um pouco trêmula. Me sinto mais nervosa quando ela fecha a porta, e anda até mim.

     Ela se senta na minha frente, coloco o livro de lado. Seus olhos estão segurando cargas de lágrimas, o que está acontecendo?

     — Ok, Oli eu te amo, muito, e você é a minha melhor amiga e minha irmã.
     — Eu te amo também, linda.

      Passo minha mão no seu rosto para limpar uma única lágrima que escorreu dos seus olhos.

     — Eu sei que você é uma pessoa incrível e que isso não vai mudar nada, mas eu ainda estou nervosa.
     — Ok, Morgan. — Passo minha mão no seu cabelo. — Não precisa ficar nervosa, somos nós. — Ela sorri enquanto outras lágrimas saem.
     — De primeira, eu achava que era Bi, mas, Oli, eu sou pansexual.

     A abraço, ela chora no meu ombro.

     — Eu estou orgulhosa de você, Morgan. Obrigada por confiar em mim, eu te amo muito.
     — O pai e mãe sabem. — Ela diz soluçando. — Oli, eu não preciso de me esconder mais.
     — Nós te amamos tanto.

      Morgan continua chorando com a cabeça no meu ombro, faço carinho no cabelo dela.

     Eu estou tão feliz por ela, se assumir deve tirar um peso enorme de suas costas. Eu só quero que ela seja feliz.

     Amor é amor, e qualquer um que diz ao contrário está errado.