Simmons ✓

E P Í L O G O

LUKE SIMMONS

     Viver do jogo sempre foi meu sonho, sempre. Mas nunca, na minha vida inteira, eu pensei que seria tão difícil jogar em um time grande.

     A sensação de saber que está sendo transmitido na televisão e que tem gente lá fora querendo te ver jogar, é surreal.

     Parece que você fica mais nervoso quando lembra que seu melhor amigo, Harry, vai ser seu adversário na quadra.

     García está jogando em um time de Las Vegas, enquanto eu jogo em um de Nova York. Carl estava certo quando disse que muitos times grandes ficam de olho nas nacionais.

     Em falar sobre Carl, ele está totalmente recuperado do câncer, Oli surtou quando soube.

     Claire está estudando administração em uma faculdade em Nevada, ás vezes ela nos liga e finge que não sente nossa falta.

     Quando comecei a morar em Nova York pelo jogo, comprei um apartamento. Oz mora comigo, e nesse exato momento ele deve estar se deliciando com algum tênis meu.

     Oli passou em medicina, ela chorou vendo a nota dela. Não estamos mais tão próximos. Físicamente falando.

      É difícil ter um relacionamento a distância, mas de todas as formas estou com ela nos momentos mais importantes, por video chamada é claro, mas estou lá.

     Ela está estudando em uma faculdade em Booker. Olivia passou em outras, mas acho que a saudade da sua mãe pesou muito para ela escolher voltar pra sua cidade natal.

     Estou orgulhoso para caralho. Já pensei tantas vezes em entrar no primeiro avião que eu ver pela frente, só para ver ela.

     Distância idiota.

     — Luke, — Marcos, meu companheiro de time, diz. — o jogo começa em cinco.
     — Você parece distraído. — Ethan completa.
     — Só pensando. — Murmurro.

     Sento no banco do vestiário enquanto começo a amarrar o tênis.

     Ainda não sei o por quê não entrei em qualquer avião só para ver Oli.

     É claro que nós se vemos, mas não com tanta frequência. Por exemplo, a última vez que eu vi ela foi a cinco meses atrás, no aniversário de Morgan.

     Não sei quando ela vai ter férias da faculdade, ou muito menos quando eu vou ter tempo livre dos jogos. Eu preciso de ver ela, acho que vou surtar.

     Um dia depois do aniversário de Morgan, antes de eu precisar voltar para cá, nós estávamos deitados na minha cama. Olhando para o teto e calados, só curtindo a presença um do outro, então ela disse:

    — Quando vai ser a próxima vez que eu vou te ver?
    — O quê? — Murmurrei.
    — A próxima vez que eu vou te ver. — Ela gira seu corpo e deita de uma forma que consegue me olhar. — Vou ter que esperar alguma data importante? É difícil isso.
    — Eu sei, amor. — Coloco uma parte do seu cabelo atrás da sua orelha. — É difícil para mim também.
     — Nós deveríamos fazer um cronograma.
     — Você deveria ir me ver mês que vem. — Digo.
      — Não posso, as provas começam. Você deveria ir me ver.
      — Não posso, os jogos começam.

     Então foi assim que a gente soube que só íamos se ver em datas importantes.

     Cara, ser adulto é horrível.