- Z a y a K o c k
Se eu soubesse que beber vinho traria um batalhão dentro da minha cabeça, e que minha barriga ficaria tão revirada, jamais teria bebido daquela maneira.
Tatiana – Você está horrível – abri um dos olhos, vendo ela com um sorriso divertido, segurando um copo de café – Peguei para você – estendeu na minha direção.
Eu – Obrigada – sorri fraco pegando o café, dando longos dois goles – Parece estar acontecendo uma guerra na minha cabeça.
Quando acordei, lembrei do motivo que me levou a beber tanto, minha vontade era cavar um buraco e me esconder de tudo e todos, mas cá estou eu, a uma porta de distância do homem que enfrentei.
Tatiana – Já encontrou ele? – neguei sentindo um embrulho no estômago – Enjôo? – assenti calmamente para não agitar ainda mais minha cabeça.
Eu – Me lembre de nunca mais cuidar de uma garrafa de vinho – pedi deitando sobre a mesa, ela riu, massageando meus ombros – Ainda terei que aguentar um possível teste de profissionalismo – murmurei.
Tatiana – Não quero te deixar nervosa, mas ele está vindo para cá – sussurou em meu ouvido, ergui a cabeça tão rápido, que tudo a minha volta girou, fechei os olhos por um momento e abri, vendo meu chefe sério a minha frente.
Valentim – Terminou o relatório que pedi? – bom dia para o senhor também, era o que eu queria ter dito, porém apenas peguei o relatório, o entregando.
Por um momento ele me analisou, sua feição séria deu lugar a uma feição questionadora, não quero imaginar o que ele está pensando.
Valentim – Você bebeu? – perguntou incrédulo e neguei, vendo sua feição irritada voltar – Sua irresponsável, como veio trabalhar dessa maneira? – aumentou o tom de voz.
Eu – O senhor não precisa gritar, eu não bebi – menti em um sussurro, sentindo minha cabeça latejar, ele negou voltando para a sala, fazendo questão de bater a porta – Merda.
Tatiana – Como ele percebeu que você está de ressaca? – me olhou curiosa, apenas dei de ombros, não consigo me concentrar com dor de cabeça – Não consigo entender ele.
Eu – Muito menos eu – respirei fundo abrindo a agenda, hoje o dia será calmo, apenas irei precisar acompanhar meu chefe em uma reunião com o advogado, aparentemente ainda restou algumas questões pendentes da última reunião.
A cada toque do telefone, sentia como se um alfinete penetrasse minha cabeça, nem mesmo a dipirona está resolvendo o problema que eu mesma causei, achando que bebida era a solução de todos os problemas.
Tatiana – Tem certeza que você está bem? – neguei sentindo um bolo na garganta. Levantei rápido indo para o banheiro, no caminho esbarrei com alguém, mas não era minha prioridade pedir desculpas.
Entrei na primeira cabine, e coloquei o pouco que comi para fora, sentindo tudo a minha volta girar, fechei os olhos me sentando no chão, e escutei batidas fortes na porta.
Eu – E...eu estou bem, Tati – respondi dando descarga, me levantei, prendendo o cabelo em um coque mal feito, lavando a boca – Nunca mais eu bebo.
Valentim – Tinha certeza que havia bebido – me assustei com sua voz, e olhei para a porta, vendo o mesmo com um sorriso debochado, que logo sumiu – É de tamanha irresponsabilidade, vir trabalhar assim, não quero que minha empresa seja associada a bebidas.
Eu – Engraçado, quando era o senhor, a empresa poderia ser associada a bebidas? – Ironizei molhando meu rosto, escutando sua respiração pesar – O senhor precisa de alguma coisa? Esse ainda é o banheiro feminino.
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Meu Amado Chefe
RomanceZaya dedicou a vida ao trabalho, sem histórico de relacionamentos, sempre imaginou que romances não eram para si. Valentim foi marcado por um relacionamento abusivo, que mudou por completo sua vida, depois de anos fugindo de tudo que o lembrava do o...