𝓒𝓪𝓹𝓲𝓽𝓾𝓵𝓸 7

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- Z a y a K o c k

Se eu soubesse que beber vinho traria um batalhão dentro da minha cabeça, e que minha barriga ficaria tão revirada, jamais teria bebido daquela maneira.

Tatiana – Você está horrível – abri um dos olhos, vendo ela com um sorriso divertido, segurando um copo de café – Peguei para você – estendeu na minha direção.

Eu – Obrigada – sorri fraco pegando o café, dando longos dois goles – Parece estar acontecendo uma guerra na minha cabeça.

Quando acordei, lembrei do motivo que me levou a beber tanto, minha vontade era cavar um buraco e me esconder de tudo e todos, mas cá estou eu, a uma porta de distância do homem que enfrentei.

Tatiana – Já encontrou ele? – neguei sentindo um embrulho no estômago – Enjôo? – assenti calmamente para não agitar ainda mais minha cabeça.

Eu – Me lembre de nunca mais cuidar de uma garrafa de vinho – pedi deitando sobre a mesa, ela riu, massageando meus ombros – Ainda terei que aguentar um possível teste de profissionalismo – murmurei.

Tatiana – Não quero te deixar nervosa, mas ele está vindo para cá – sussurou em meu ouvido, ergui a cabeça tão rápido, que tudo a minha volta girou, fechei os olhos por um momento e abri, vendo meu chefe sério a minha frente.

Valentim – Terminou o relatório que pedi? – bom dia para o senhor também, era o que eu queria ter dito, porém apenas peguei o relatório, o entregando.

Por um momento ele me analisou, sua feição séria deu lugar a uma feição questionadora, não quero imaginar o que ele está pensando.

Valentim – Você bebeu? – perguntou incrédulo e neguei, vendo sua feição irritada voltar – Sua irresponsável, como veio trabalhar dessa maneira? – aumentou o tom de voz.

Eu – O senhor não precisa gritar, eu não bebi – menti em um sussurro, sentindo minha cabeça latejar, ele negou voltando para a sala, fazendo questão de bater a porta – Merda.

Tatiana – Como ele percebeu que você está de ressaca? – me olhou curiosa, apenas dei de ombros, não consigo me concentrar com dor de cabeça – Não consigo entender ele.

Eu – Muito menos eu – respirei fundo abrindo a agenda, hoje o dia será calmo, apenas irei precisar acompanhar meu chefe em uma reunião com o advogado, aparentemente ainda restou algumas questões pendentes da última reunião.

A cada toque do telefone, sentia como se um alfinete penetrasse minha cabeça, nem mesmo a dipirona está resolvendo o problema que eu mesma causei, achando que bebida era a solução de todos os problemas.

Tatiana – Tem certeza que você está bem? – neguei sentindo um bolo na garganta. Levantei rápido indo para o banheiro, no caminho esbarrei com alguém, mas não era minha prioridade pedir desculpas.

Entrei na primeira cabine, e coloquei o pouco que comi para fora, sentindo tudo a minha volta girar, fechei os olhos me sentando no chão, e escutei batidas fortes na porta.

Eu – E...eu estou bem, Tati – respondi dando descarga, me levantei, prendendo o cabelo em um coque mal feito, lavando a boca – Nunca mais eu bebo.

Valentim – Tinha certeza que havia bebido – me assustei com sua voz, e olhei para a porta, vendo o mesmo com um sorriso debochado, que logo sumiu – É de tamanha irresponsabilidade, vir trabalhar assim, não quero que minha empresa seja associada a bebidas.

Eu – Engraçado, quando era o senhor, a empresa poderia ser associada a bebidas? – Ironizei molhando meu rosto, escutando sua respiração pesar – O senhor precisa de alguma coisa? Esse ainda é o banheiro feminino.

Meu Amado Chefe Onde histórias criam vida. Descubra agora