𝓒𝓪𝓹𝓲𝓽𝓾𝓵𝓸 42

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• Valentim D'Amico

Quase não durmo, tampouco me alimento por estar sem forças longe de Zaya. Três dias sem saber onde ela está, sem ter vontade de fazer qualquer coisa, só abraçar a mesma, saber que está tudo bem.

Logan não entrou mais em contato, depois de ser sedado, acordei irado por terem atendido e não me deixaram lúcido o suficiente para estar junto. Desde então, esperamos por outra ligação que possa dizer que Zaya ainda está lá, isso me destrói dia após dia.

Apertei o travesseiro inalando o cheiro dela, só Deus sabe o quão difícil foi voltar para casa, as coisas dela me lembram o tempo todo de que fui incapaz de proteger a mulher que amo.

Angelina - Filho? - escutei sua voz na porta, a ignorei fechando os olhos. Escutei passos em direção a cama, que afundou ao meu lado - A comida está pronta, Dora fez frango assado, você ainda não comeu hoje - alisou meu cabelo.

Eu - Não estou com fome - neguei sério, ouvi seu suspiro pesado mas não senti nada, faz dias que não sinto nada além de medo.

Angelina - Precisa se alimentar, perdeu peso e está desidratado, como poderá cuidar de Zaya assim que ela voltar? - falou preocupada, olhei finalmente em seus olhos, rindo sem forças.

Eu - Por que estão se enganando? Ninguém a achou, nem temos sinal de onde possa estar - murmurei, recebendo uma facada no peito por dizer isso, mas estou desesperado com a ideia de não encontrá-la, não sentir seu cheiro, nem tocar sua pele - Estamos na merda do escuro, esperando que Logan ligue outra vez!

Angelina - Até que ligue não pode se matar! - bateu em meu ombro, respirando fundo - Sei que está doendo, todos estamos sentindo, só não pode permitir que isso acabe com você... Zaya vai voltar, meu filho.

Eu - Está demorando tanto - sussurrei, deixei uma lágrima escorrer sem permissão, vendo o olhar triste da minha mãe - Não posso perder ela, mãe - admiti sentindo doer ainda mais.

Angelina - Não vamos perder, filho - secou as lágrimas que escaparam, me fazendo deitar a cabeça em seu colo, começando um carinho - Vamos trazer Zaya para casa.

Assenti lembrando da última vez que a vi, não imaginei que estaria prestes a perder a mulher que amo, sei que ela está viva porque sinto, só que lembrar do seu sorriso e não ver doí tanto.

Demore o tempo que for, Logan pagará e farei de tudo para que seja da forma mais dolorosa, ele mexeu com a pessoa errada.

[...]

Encarei as pessoas sentadas na sala, minha mãe conseguiu me convencer a sair do quarto, minha vontade era me afundar onde conseguia sentir Zaya presente, porém tenho consciência de que morreria se permanecesse daquela maneira.

Tomei banho com minha mãe me esperando no quarto, disse que não permitiria que eu deitasse naquela cama outra vez, não tive escolha a não ser descer para junto de todos.

Meus sogros e meus pais dormiram aqui, sinto como se fosse uma criança, precisando ter um adulto para cuidar e garantir que está bem.

Jane - Oi, querido - sorriu fraco de mãos dadas ao meu sogro, acenei em silêncio me sentando afastado de todos.

Saulo - Vá comer, meu filho - mandou deixando o livro que lia sobre a mesa de centro, me observando por inteiro.

Eu - Depois eu como, estou sem fome - ele negou, mas não insistiu e agradeci por isso.

Eles conversavam sobre as notícias, foi impossível esconder o ocorrido, desde o início as mídias noticiaram sobre o sequestro, como eles souberam ainda é uma incógnita, a partir daí todos descobriram, aumentando ainda mais a dor que sinto. Zaya não gostaria disso.

Meu Amado Chefe Onde histórias criam vida. Descubra agora