- V a l e n t i m D ' A m i c o
Abri os olhos sentindo uma pontada forte na cabeça, merda de bebida, bufei olhando a minha volta, e franzi o cenho, percebendo que não estou no meu quarto, que porra eu fiz ontem?
Tossi sentindo o cheiro forte de bebida em mim, a última coisa que me lembro é de estar em um bar, e ver aqueles olhos castanhos, mas não consigo lembrar como cheguei aqui.
Levantei olhando meu corpo, e respirei fundo aliviado, pelo menos vestido sei que não transei com ninguém, abri a porta reconhecendo ser um corredor silencioso.
Caminhei por ele e cheguei em uma sala, quase que automaticamente meus olhos pararam em um corpo pequeno, encolhido no sofá, o que ela está fazendo aqui?
Dei um passo para trás na tentativa de ir embora, mas para minha sorte, esbarrei em uma mesinha, derrubando o enfeite que estava sobre ela, fazendo a mulher no sofá, acordar assustada.
Seus olhos pousaram sobre mim, e pude ver suas bochechas ficando vermelhas gradativamente.
Zaya - Que susto - sussurrou fechando os olhos - pensei que iria dormir mais, o senhor está bem? - me olhou ansiando pela resposta.
Eu - O que estou fazendo aqui? - ignorei a pergunta dela, a mesma levantou prendendo o cabelo em um coque, e lutei contra minha vontade de olhar sua roupa.
Zaya - Encontrei o senhor bêbado no bar, tentei perguntar onde morava, mas quando o senhor não falava sobre morar na França, simplesmente gargalhava, então te trouxe para meu apartamento.
Ótimo, não bastava estar bêbado, tinha que ser na frente da minha secretária, bufei negando, e percebi o olhar dela em meu corpo.
Eu - Não deveria olhar assim para seu chefe - cruzei os braços chamando a atenção dela, que desviou o olhar para meu rosto - ter me ajudado não lhe dá a liberdade de me olhar, senhorita Kock, continuo sendo seu chefe.
Zaya - Nunca pensei o contrário, senhor - respondeu firme, mas percebi seu corpo enrijecer, passei a mão entre meu cabelo na tentativa de arrumar, mas resmunguei sentindo uma dor fina - O senhor bateu a testa na parede.
Eu - Deixou que eu batesse a testa na parede? - perguntei incrédulo, e ela segurou o riso, tampando a boca com as mãos - O que mais você fez enquanto eu estava bêbado? - esbravejei.
Zaya - Nada que me comprometa - deu de ombros indo para um cômodo, e a segui, vendo que se tratava da cozinha - O senhor está com fome?
Eu - Não - respondi sério, e ela me olhou por cima dos ombros, enquanto fazia café.
Zaya - Se o senhor quiser tomar banho, o banheiro é a segunda porta a direita, tem toalhas limpas no armário, só não tenho roupas masculinas - o cheiro de bebida em mim não passava despercebido, fazia anos que isso não acontecia.
Assenti indiferente e ela me deu as costas, neguei saindo da cozinha, e tentei me lembrar de algo, falhando miseravelmente, me assustei com o barulho da televisão, e olhei pro lado, vendo Zaya com um controle em mãos.
Ignorei indo para o corredor, mas parei bruscamente quando meu nome foi dito na televisão.
"O herdeiro de uma das maiores empresas tecnológicas do Brasil, foi visto na noite desse sábado, saindo completamente embriagado de um bar, presentes no local afirmam sua condição deplorável, e arriscam a dizer que com uma direção irresponsável dessas, a empresa tão admirada poderá perder influência na mídia, será que Valentim D'Amico irá afundar o legado de sua família?"
Respirei pesadamente sentindo meu corpo ser tomado pela raiva, eles não podem difamar minha imagem assim, direção irresponsável? nenhum deles me conhece de verdade.
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Meu Amado Chefe
RomanceZaya dedicou a vida ao trabalho, sem histórico de relacionamentos, sempre imaginou que romances não eram para si. Valentim foi marcado por um relacionamento abusivo, que mudou por completo sua vida, depois de anos fugindo de tudo que o lembrava do o...