𝓒𝓪𝓹𝓲𝓽𝓾𝓵𝓸 61

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• Zaya D'Amico - 04/01

Estar longe das obrigações é um alívio, mas estar na sua casa é melhor ainda. Mesmo na chácara, por sermos os anfitriões, não tinha como descansar sem dar atenção aos nossos pais, seria falta de educação.

Para nossa sorte, voltamos ao trabalho apenas segunda, temos sábado e domingo disponíveis para descansar.

Fomos recebidos com uma mesa linda, assim que entramos, Dora nos recebeu, estava com saudades das nossas conversas. Disse a mesma que estaríamos com fome após dirigir horas até aqui, realmente estávamos.

Saímos bem cedinho da chácara, meus pais inclusive voltaram ontem, minha mãe havia marcado com uma amiga para tomar café, elas não se viam há meses.

Dora - Que coisa linda, imagina quando crescer mais, quantas jabuticabas dará - falou admirada com nossa nova moradora da chácara, tirei foto para mostrar a mesma.

Eu - Tinha algumas, comemos todas, parecia açúcar, tão docinha - sorri terminando meu café. Valentim assentiu, esticando o corpo.

Valentim - Quando der novamente, levamos a senhora para colher algumas - Dora sorriu feito criança, Valentim conseguiu alegrar seu dia com algo simples - Seu José também será nosso convidado.

Dora - Meu velho adoraria, se deixasse, José moraria no meio do mato, eu não aguentaria, mas casamento é sobre ceder - gesticulou nos fazendo rir.

Eu - Ainda bem que a senhora poderia morar na chácara, deixar seu José explorar o terreno - brinquei mexendo as sobrancelhas, Valentim negou divertido, descansando a mão sobre minha perna - Temos que levar vocês algum dia.

Valentim - Quando formos a próxima vez, amor - assenti sorrindo - Nos programamos melhor.

Dora - Não se preocupem, queridos - mexeu as mãos, estalando a língua no céu da boca - Antes que me esqueça, querem o que para o almoço?

Eu - Ainda tem salmão? - Dora assentiu - Pode usar esse que tem para alguma receita, não é, amor? - encarei Valentim. Faz tempo que não comemos salmão, com as festas de fim de ano, fizemos comidas mais típicas da época.

Valentim - Seria ótimo - concordou, apertando levemente minha cocha, fazendo meu corpo se arrepiar - Precisa de algo? Peço para comprarem.

Dora - Temos tudo aqui, querido, abasteci para receber vocês - sempre cuidando de nós - Vou preparar o salmão então, mais algum desejo?

Valentim - Nenhum, obrigado... Deixamos em suas mãos - não era sacrifício, Dora cozinha como ninguém, arrisco dizer melhor que muitos restaurantes que um dia fomos.

Assim que terminamos nosso café, recolhi as louças, mesmo Dora insistindo não ser necessário, não me custava nada ajudá-la, afinal, quando nos ajudamos, terminamos mais rápido.

Valentim subiu, deixamos as malas jogadas no closet, precisamos olhar todas as peças, separar quais precisam ser lavadas, quais nem usamos para guardar, antes que se torne uma bagunça, sorte minha que adiantei isso ainda na chácara.

Enquanto Dora lavava as louças, sequei pondo no armário. Ajudando a mesma, percebo que realmente precisamos encontrar alguém para ajudá-la, nem sempre estamos em casa, não é justo colocar uma casa enorme em suas costas.

Eu - Prontinho, Dora... A senhora precisa de alguma coisa? - sequei minhas mãos, vendo a senhora pegar os salmões, deixando no balcão.

Dora - Muito obrigada, querida, daqui me resolvo sozinha, vou pensar no almoço - assenti beijando sua bochecha. Dora sorriu acariciando meu rosto.

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