𝓒𝓪𝓹𝓲𝓽𝓾𝓵𝓸 20

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- Z a y a   K o c k

Sorri inconsciente olhando o bilhete em minha mesa, fazem dois dias que tive aquela conversa com Valentim, que os nossos diálogos passaram de provocar um ao outro para algo normal, é claro que nada mudaria milagrosamente do dia para noite, estamos progredindo e caminhando lentamente.

Quando cheguei na empresa Valentim estava em reunião, me atrasei por não encontrar alguns papéis e quando cheguei, encontrei o bilhete. Pensei que era para Valentim mas meu nome estava gravado no envelope, é impossível não reconhecer a letra dele.

"ɪᴍᴀɢɪɴᴇɪ ǫᴜᴇ sᴇ ᴀᴛʀᴀsᴀʀɪᴀ, ᴋᴏᴄᴋ, ᴇsᴛᴏᴜ ᴇᴍ ʀᴇᴜɴɪãᴏ, ǫᴜᴀɴᴅᴏ ᴄʜᴇɢᴀʀ ǫᴜᴇʀᴏ ᴄᴏɴᴠᴇʀsᴀʀ ᴄᴏᴍ ᴠᴏᴄê ᴇᴍ ᴍɪɴʜᴀ sᴀʟᴀ, ᴊá ᴀᴅɪᴀɴᴛᴏ ǫᴜᴇ ɴãᴏ ғᴇᴢ ɴᴀᴅᴀ ᴅᴇssᴀ ᴠᴇᴢ, ᴍᴇsᴍᴏ sᴇɴᴅᴏ ɪɴᴄᴏɴsᴇǫᴜᴇɴᴛᴇ.

ᴀss: ᴠᴀʟᴇɴᴛɪᴍ"


Deveria ficar irritada com o apelido, a verdade é que estou sorrindo largamente só por ler essa carta. O que aconteceu em dois dias? Foi apenas uma conversa, ainda somos chefe e secretária que, ao invés de manter o profissionalismo, as escolhas afetaram nossa convivência.

Guardei o bilhete em minha bolsa, no mas longe que consegui, e peguei meu caderno conferindo algumas notas. As reuniões serão pela manhã e Valentim ficará livre às 14h, feriado de carnaval o trabalho diminui mas o cansado não acompanha todo ritmo.

Dei um último gole em meu café frio, franzindo o cenho ao ver uma pequena de rosa com saia em tule, pulando o caminho todo segurando um saco das jujubas preferidas, de iogurte.

Eu – O que estão fazendo aqui? – sorri chamando atenção da pequena que se apressou me abraçando, enquanto Tati ria vindo atrás – Ganhei uma visita, foi?

Laura – Aquedita tia Zazá que a minha mãe esqueceu uma pastinha? Eu pedi e minha mamãe deixou eu vir junto – me contou como um segredo e sorri, a pondo sentada em minha perna.

Eu – Quer dizer que dona Tatiana está esquecida – ergui a sobrancelha, vendo a mesma dar de ombros, pegando um documento na gaveta – Não vão mais? Pensei que estava na sua sogra.

Tatiana – Estamos indo mas precisava do documento – sorriu forçado e ri – Ri mesmo da desgraça alheia, pensei que Michael tinha esquecido – bufou.

Laura – Da vovó alilanha? – perguntou inocentemente comendo as jujubas, a boca de Tati caiu enquanto seus olhos se arregalavam, pelo visto alguém não sabia.

Tatiana – Laura! Não fale mais isso da sua avó – repreendeu ela que assentiu, mesmo confusa -–Você viu? – me olhou, assenti segurando o riso – Vou torcer para ela não dizer isso a ninguém.

Eu – A mamãe precisa ter cuidado nas palavras – brinquei fazendo Tati negar desacreditada – Esse escritório fica tão silencioso sem você e Enzo.

Tatiana – Minha presença é magnífica mesmo – jogou os cabelos se fazendo e revirei os olhos, sorrindo – Mas busco e necessito, de um descanso.

Eu – Aproveite por nós duas – sorri no meio de uma careta e Tati assentiu me imitando. Laurinha pulou para o chão ainda segurando as jujubas – Acho que essas jujubas não duram até sua sogra para contar história.

Tatiana – Não tenho dúvidas, Laura se não comer agora, termina no carro no segundo minuto – rimos – Vamos filha, se despede da tia Zazá.

Laura – Tchau titia, vou pa casinha da minha vovó alilanha mas depois volto, tá? – me abraçou, gargalhei vendo sua mãe desesperada com o belo apelido.

Meu Amado Chefe Onde histórias criam vida. Descubra agora