- Z a y a K o c k
Caminhei as pressas em direção a recepção da empresa, os dias se passaram e sexta-feira chegou, assim como a notícia de que irei para NY.
Quando recebi um e-mail comunicando que eu iria acompanhar meu chefe em uma reunião, quase enlouqueci ao ver que seria uma viagem internacional.
Em minha adolescência sempre sonhei em viajar, conhecer lugares novos e poder entender e me aprofundar em novas culturas, mas era algo longe da minha realidade, estar indo, mesmo que seja a trabalho, é realizador.
Avistei a figura alto do meu chefe me esperando na entrada do prédio, desde o episódio de terça-feira, ele vem me provocando em pequenas coisas, acho que para ver se terei a mesma atitude, mas prometi a mim mesma que não agiria mais daquela maneira.
Me aproximei parando ao seu lado, ele me olhou de relance, se virando para mim. Seus olhos estavam cobertos pelo óculos, mas consegui ver o mesmo me analisando dos pés a cabeça.
Eu - Desculpa pela demora, estava desmarcando os compromissos dos próximos dias - sim, irei ficar dias sozinha com meu chefe em NY, de certa forma isso me assusta, mas o que pode acontecer de ruim?
Valentim - Se fossemos em um vôo comum já teríamos perdido - murmurou caminhando em direção ao carro, respirei fundo indo atrás, o motorista pegou minhas malas, e agradeci, entrando.
Eu - Passei a semana atarefada, não consegui desmarcar as reuniões antes - me defendi calmamente, sempre que eu tentava desmarcar, ele me ligava, me enchendo de trabalho.
Valentim - Se esteve disposta a ter aquele comportamento, pode muito bem criar disposição para arcar com as consequências dele - revirei os olhos, virando para a janela, e o silêncio perturbador se instalou no carro.
Chegamos no aeroporto indo para a área particular, e meus olhos saltaram quando vi um único jatinho nos esperando.
Eu - Vamos de jatinho? - perguntei assustada, ele me encarou óbvio.
Valentim - Não achou que iríamos em um vôo comercial, achou? - negou entrando no jatinho, obriguei meus pés a funcionarem, e entrei também.
O jatinho eram em tons neutros, um pequeno bar ocupava o canto direito, as poltronas eram confortáveis só de olhar, posso dizer melhores que as da minha sala, tinha uma porta no final do jatinho, talvez um quarto, não sei, até mesmo mesas haviam entre algumas poltronas.
Valentim - Não vai sentar? - voltei a realidade com sua voz, e me sentei, ainda impressionada com tamanho luxo - Está parecendo criança em loja de doces.
Eu - Nem todo mundo é acostumado a tanto - ele respirou fundo pegando o notebook, e voltei a observar o jatinho.
Uma voz feminina soou pelo auto falante, pedindo para que colocássemos o cinto de segurança, coloquei o meu, apoiando a cabeça na poltrona.
O avião começou a decolar, e fechei os olhos, sentindo meu estômago gelar, sempre que preciso andar de avião, essa é um dos piores momentos.
Valentim - Vai me dizer que tem medo de avião? - abri os olhos, o encontrando com um sorriso zombeteiro, me limitei apenas em ignorar, estou torcendo para que eu aguente esse vôo, não estou querendo quebrar minha promessa de manter o respeito.
O avião se estabilizou e pude respirar aliviada, é estranho viajar apenas com uma pessoa, sempre viajei em companhia de famílias, crianças brincando, e pessoas irritadas por tanto barulho.
Valentim já estava com sua carranca, enfurnado no trabalho, ele tem um jatinho e não aproveita ao menos um pouco da viagem?
Peguei meu notebook entrando nos e-mails, e sorri, vendo um e-mail de meu pai, algo nada profissional, mas ele sabe que em viagens de trabalho, quase não mexo no celular.
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Meu Amado Chefe
RomanceZaya dedicou a vida ao trabalho, sem histórico de relacionamentos, sempre imaginou que romances não eram para si. Valentim foi marcado por um relacionamento abusivo, que mudou por completo sua vida, depois de anos fugindo de tudo que o lembrava do o...